Token FTPC-35782 lançado pela Foxbit é lastreado em dívidas públicas do estado de São Paulo e promete rendimento de 34,87% em 18 meses, cada unidade do Token pode ser comprada por R$ 50.
6 de outubro de 2021 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Imagine só, um ativo digital, lastreado nas dívidas públicas do estado de São Paulo, você teria coragem de investir? A Foxbit Tokens promete um retorno de até 353% do CDI ao longo de 18 meses. O investimento mínimo é de R$ 50, referente a uma unidade do FTPC-35782, nome dado ao Token.
A Foxbit é uma das maiores empresas especializadas em criptomoedas do Brasil, rival do Mercado Bitcoin, que se tornou um unicórnio brasileiro e vale hoje mais de US$ 1 bilhão. Anteriormente a Foxbit já tinha lançado alguns ativos alternativos tokenizados e já havia lançado seu primeiro token de precatório, que representam frações de títulos do governo federal e estadual, em agosto deste ano. Segundo a empresa, o primeiro produto foi um sucesso e as unidades se esgotaram poucos dias após seu lançamento.
Chega agora ao mercado, o FTPC-35782 um novo token que prevê um retorno de 34,87%, ou 353% do CDI que está atualmente em 6,15%, com prazo estimado para pagamento em 18 meses. O rendimento prometido supera, a poupança e Tesouro Selic, com retornos previstos de 6,63% e 9,77% para o mesmo período, respectivamente.
Esse tipo de produto financeiro, vem atraindo a atenção do investir brasileiro, trazendo para o mercado de modo geral, investimentos que antes eram restritos para grandes corporações ou escritórios jurídicos.
Apesar da rentabilidade, os ativos tokenizados tem riscos que não devem ser desprezados.
A negociação de precatórios envolve riscos operacionais, políticos e jurídicos e não mitigáveis (risco de crédito do ente devedor). O Estado de São Paulo pode atrasar o pagamento ou não realizar o pagamento do precatório na data prevista, o que poderá impactar a estrutura de retorno da oportunidade.
Ainda, a forma de cálculo de atualização do valor do precatório pode ser alterada pelos tribunais superiores (STF e STJ) em processos judiciais, se o Estado ganha uma causa por exemplo, ele pode abaixar a rentabilidade ou mesmo extinguir a necessidade de pagamento dessas dívidas. Nesse momento estamos no meio de um debate por exemplo em que a União pode vir a dar o calote em alguns precatórios, o movimento pegou o mercado de surpresa, um risco dessa natureza não pode ser descartado desses investimentos.
Outros fatores de risco como um erro no cálculo que originou o precatório e discussões de mérito pendentes que podem comprometer a tese jurídica que norteou o processo judicial que originou o precatório.
O resgate pode acontecer antes do previsto
Os primeiros tokens do tipo foram vendidos a partir de R$ 100, mas a companhia decidiu tornar o novo produto mais acessível e está o ofertando a partir de R$ 50 a unidade, com um suprimento total de 9.106 tokens disponíveis para compra.
O investidor depende do prazo final de pagamento pelo estado de São Paulo para receber seus retornos, a Foxbit Tokens afirmou ao TecnoBlog que é possível realizar o resgate antecipado a partir de novembro de 2021 pelo valor do token naquele momento de venda. No entanto, é cobrada uma taxa de resgate de 5%, isenta para quem aguarda o período completo.
O segundo token de precatório FTPC-35782, lastreado nas dívidas públicas do estado de São Paulo, já está disponível para compra na plataforma da Foxbit.
Faz sentido?
A tendência é que o investidor veja cada vez mais ativos tokenizados sendo oferecidos, baseados em obras de arte, agronegócio, mercado imobiliário entre outros. Faz muito sentido que cada vez mais esses ativos sejam oferecidos, já que o custo fica menor para o investidor, a transferência entre contas é facilitada e as taxas são menores. Esperamos ver mais disso no mercado!