23 de outubro de 2023 - por Evelyn
Ouça as notícias pelo nosso podcast!
Bom dia, Investidor Sardinha. Este é mais um Soco Matinal com as principais notícias do dia no mercado financeiro e no mundo, tudo em 5 minutos, para você já começar o dia zonzo.
Segunda-feira tem pérolas de sabedoria:
“Se você não se sente confortável possuindo uma ação por 10 anos, então não pense em possuí-la por 10 minutos.”
Warren Buffett
____________
IBOVESPA
O Ibovespa caiu 0,74% no pregão do dia 20/10/2023 e registrou uma queda de 2,25% na semana, refletindo a persistente incerteza nos mercados. Com fechamento em 113.155 pontos a gente sente que isso foi influenciado pelo discurso de Jerome Powell, as pressões nos rendimentos dos títulos do Tesouro e as tensões no Oriente Médio. As oscilações do mercado estão relacionadas à busca por estabilidade nos rendimentos dos títulos de 10 anos e também às preocupações com o conflito em curso no Oriente Médio, que está impactando os mercados globais.
As preocupações em relação a esse conflito estão pesando mais do que qualquer outro fator, incluindo as declarações de Powell sobre as taxas de juros. O mercado também está atento às notícias relacionadas ao petróleo devido às tensões no Oriente Médio, e o dólar teve um recuo inesperado. A curva de juros brasileira teve oscilações durante a semana, mas encerrou a sexta-feira com queda.
Além disso, os preços do petróleo tiveram volatilidade devido às notícias relacionadas ao conflito no Oriente Médio e à situação na Venezuela. No geral, os principais índices dos EUA também fecharam com quedas, e algumas empresas, como a PETR4, anunciaram mudanças nos preços dos combustíveis que afetaram suas ações. A BRF e a Natura foram as empresas que tiveram os maiores ganhos no Ibovespa durante a sessão.
AO MESMO TEMPO TIVEMOS OS SEGUINTES DESTAQUES DO ÚLTIMO PREGÃO
De antemão, as ações que se saíram bem dentro do índice:
- Grupo Casas Bahia (BHIA3): R$ 0,52 (+4,00%)
- BRF (BRFS3): R$ 10,79 (+3,85%)
- Natura (NTCO3): R$ 12,87 (+2,96%)
- Locaweb (LWSA3): R$ 5,82 (+1,57%)
- IRB (IRBR3): R$ 40,48 (+1,45%)
Por outro lado, os tickers com os piores desempenhos:
- Magazine Luiza (MGLU3): R$ 1,54 (−4,35%)
- Azul (AZUL4): R$ 12,36 (−3,51%)
- CSN (CSNA3): R$ 10,88 (−3,29%)
- Cielo (CIEL3): R$ 3,63 (−3,20%)
- Bradespar (BRAP4): R$ 7,98 (−3,16%)
Nesse meio tempo, vamos ver o que rolou nos Fundos Imobiliários:
IFIX
O IFIX encerrou o dia com uma variação positiva de +0.13%, fechando em 3.168 pontos. No acumulado do mês, o índice apresenta uma queda de -1.57%, enquanto no acumulado do ano registra um aumento de +10.5%.
Nos destaques positivos do dia, temos:
HCTR11: R$ 32.75 (+9.92%)
VSLH11: R$ 3.13 (+7.67%)
BCFF11: R$ 69.09 (+1.74%)
RBRL11: R$ 87.18 (+1.48%)
PVBI11: R$ 104.62 (+1.4%)
Maiores baixas:
RBRP11: R$ 53.26 (-2.2%)
CPFF11: R$ 74.4 (-2.06%)
JSRE11: R$ 71.97 (-1.53%)
XPPR11: R$ 20.3 (-1.53%)
XPIN11: R$ 83.94 (-1.48%)
Enquanto isso, a variação no câmbio teve a seguinte performance:
CÂMBIO
- Dólar EUA: R$ 5,03 (-0,66%)
- Euro: R$ 5,36 (+0,59%)
- Libra esterlina: R$ 6,12 (+0,09%)
Por fim, saindo um pouco do mercado nacional, vamos falar sobre as bolsas mundiais e os índices de mercado internacional.
Morning call de Índices Internacionais
Falando do cenário internacional, as bolsas mundiais fecharam no negativo.
Nos Estados Unidos:
- DOW JONES: -0,86%
- S&P 500: -1,26%
- NASDAQ: -1,53%
Já nas bolsas europeias tivemos os seguintes resultados:
- DAX (Alemanha): -1,64%
- FTSE 100 (Inglaterra): -1,30%
- CAC 40 (França): -0,09%
- FTSE MIB (Itália): -1,40%
Por fim, nas bolsas asiáticas:
- Nikkei (Japão): -0,54%
- Shangai (China): -0,74%
- KOSPI (Coreia do Sul): -1,69%
Enquanto isso, as criptomoedas nas últimas 24h (9h12min):
- Bitcoin: US$ 30.644 (+2,45%)
- Ether: US$ 1.676 (+2,95%)
Ao final, nas commodities:
- Ouro: US$ 1.982/Onça troy (-0,59%), mas tinha chegado a US$ 1.994 na sexta, com alta de 0,70%
- Petróleo Brent (Futuros): US$ 92,16/barril (-0,24%)
- Minério de Ferro (Futuros): US$ 118,65/tonelada (-0,33%)
Agora vamos falar de ações e stocks (exterior):
Morning call de ações
BRASIL
PREPARE-SE PARA A TEMPORADA DE BALANÇOS
A temporada de resultados do terceiro trimestre começou com empresas como Vale, Santander e WEG divulgando seus balanços. Romi foi a primeira a apresentar seus números, seguida por Neoenergia, Klabin, Santander e WEG. Na quinta-feira, Gol, Copasa, Hypera, Multiplan, Suzano e Vale compartilharam seus resultados trimestrais, e Usiminas fez o mesmo na sexta-feira.
SEMANA RUIM PARA ITAÚSA
As ações preferenciais da Itaúsa (ITSA4) encerraram a semana com um desempenho negativo, registrando uma queda de 1,75%. No entanto, essa queda foi amenizada por um aumento de 0,57% registrado no dia 19. Esta foi a pior semana para a Itaúsa em um mês, com o fechamento semanal mais baixo desde maio. No mês de outubro, as ações acumularam um desempenho negativo de -2,94%.
Ainda, se você não viu, na segunda-feira foi anunciado o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor bruto de R$ 500 milhões, equivalente a R$ 0,0515 por ação. Com a retenção de 15% de imposto de renda na fonte, o valor líquido dos JCP foi de R$ 0,043775 por ação. O pagamento dos JCP ocorrerá até 30 de dezembro de 2024, para os acionistas que estavam comprados nas ações até o final do dia 19.
Apesar do desempenho negativo das ações, a empresa está desinvestindo sua participação na XP para reduzir sua alavancagem. No entanto, ela tem perspectiva de continuar repassando proventos do Itaú e usando os proventos das outras investidas para cobrir despesas.
PETROBRAS QUER MUDANÇA
A Petrobras (PETR3; PETR4) convocará uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para revisar seu Estatuto Social. As propostas incluem a criação de uma reserva de remuneração do capital, esclarecimento sobre a vedação do seguro D&O para administradores em casos de má conduta, definição de conflitos de interesses para cargos de administração, realização parcialmente digital de assembleias de acionistas com opção de participação presencial e ajustes às disposições estatutárias de acordo com a legislação vigente.
A política de remuneração aos acionistas permanece inalterada, e a reserva criada pela AGE terá diversas finalidades, incluindo pagamento de dividendos e incorporação ao capital social, sujeita à política de remuneração dos acionistas.
COSAN
A Compass Gás e Energia, empresa controlada pela Cosan (CSAN3), adquiriu o controle da Biometano Verde Paulínia, uma parceria criada com a Orizon (ORVR3) para produzir gás natural renovável através da purificação de biogás. A Compass investirá até R$ 355 milhões na joint venture, com a Orizon comprometendo-se a fornecer o biogás por 20 anos. A planta de purificação de biogás em Paulínia, São Paulo, tem uma produção diária estimada de 180 mil metros cúbicos, podendo chegar a 300 mil metros cúbicos, com previsão de operação a partir de 2025. Essa aquisição faz parte da estratégia da Compass de aproveitar o biogás em seus ecoparques e contribuir para a transição energética no Brasil.
EXTERIOR
FOXCONN VAI COOPERAR COM O GOVERNO
A Foxconn, principal fabricante de produtos eletrônicos contratados e fornecedora da Apple, afirmou que cooperará com as autoridades chinesas em investigações em resposta a relatos de auditorias fiscais e revisões sobre o uso da terra em suas subsidiárias na China. A mídia estatal relatou que várias subsidiárias da Foxconn estavam passando por auditorias fiscais e investigações sobre o uso da terra, mas os detalhes exatos não foram fornecidos. As ações da Foxconn listadas em Taipei tiveram uma queda de 3,29% no início da manhã de segunda-feira.
INVESTIMENTO DA MICRON NOS EUA E DESAFIO AO GOVERNO CHINÊS
A Micron, uma empresa de tecnologia que fabrica chips de memória, está construindo a maior fábrica de chips dos EUA, apesar das proibições da China e da queda nas vendas de smartphones. A Micron é a única fabricante de chips de memória dos EUA, e cerca de um quarto de sua receita vem da China. No entanto, a empresa está investindo em uma nova fábrica de chips de US$ 15 bilhões em Idaho e planeja gastar US$ 100 bilhões ao longo de 20 anos para construir quatro fábricas de chips no norte do estado de Nova York. A Micron está buscando aumentar a produção de chips de memória nos EUA, em parte com o apoio do CHIPS and Science Act, que incentiva a produção doméstica de chips. A empresa espera aumentar sua participação na produção de chips nos EUA de 10% para quase 60% nas próximas duas décadas.
A empresa também está enfrentando desafios geopolíticos, incluindo proibições de vendas na China e tensões entre os EUA e a China. No entanto, a Micron está focada na expansão nos EUA, aproveitando os recursos disponíveis, como água e energia em Nova York. A empresa está empenhada em aumentar sua presença nos mercados de smartphones, automotivo e inteligência artificial.
A construção das novas fábricas deve começar no final de 2024, e a produção de chips está prevista para começar em 2027. A Micron espera desempenhar um papel significativo na produção de chips nos EUA e reduzir a dependência do país em relação a fabricantes estrangeiros.
GREVE NA GENERAL MOTORS E DEMISSÕES
Os metalúrgicos da General Motors (GM) no Brasil entraram em greve a partir de segunda-feira (23) em três unidades da empresa, incluindo São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, todas no estado de São Paulo. A greve visa reverter as demissões anunciadas pela montadora no sábado (21). A GM alega que as demissões são necessárias devido à queda nas vendas no mercado interno e nas exportações. O sindicato exige o cancelamento das demissões, estabilidade no emprego e a manutenção dos postos de trabalho, afirmando que a GM violou um acordo de layoff e não negociou adequadamente as demissões com o sindicato.
Agora vamos às notícias do cenário interno e mundial:
Resumo de notícias do Brasil e exterior
BRASIL
PANORAMA GERAL
O dólar iniciou a semana em alta, subindo 0,39% para R$ 5,0509 às 9h. Os mercados estão atentos à divulgação do Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE) nos EUA na sexta-feira, que é o indicador preferido do Federal Reserve para monitorar a inflação americana e precede a “Super-Quarta” em 1º de novembro.
Além disso, na semana, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) será divulgada no Brasil na quinta-feira.
Em Wall Street, os mercados operam em baixa devido ao aumento dos yields nos EUA, com o juro de 10 anos ultrapassando 5%. Os futuros do S&P 500, Dow Jones e Nasdaq também estão em queda.
Assim, ao que tudo indica, teremos uma semaninha meio água e salsicha. Claro: sem contar os balanços das empresas que agora vêm em massa.
BOLETIM FOCUS
Espera-se um aumento de 0,020% na prévia da inflação medida pelo IPCA. Alguns bancos, como o Bradesco, projetam um aumento um pouco menor, em torno de 0,16%. A inflação deve desacelerar devido à queda dos preços da gasolina e energia elétrica.
De maneira geral, as projeções econômicas apresentadas no Boletim Focus do Banco Central apontam para uma queda nas estimativas da inflação em 2023 e 2024, o que pode estar relacionado à redução dos preços da gasolina anunciada pela Petrobras. Além disso, as previsões para o crescimento do PIB em 2023 tiveram uma leve redução, embora o cenário permaneça relativamente otimista.
As taxas de juros, representadas pela Selic, mantiveram-se inalteradas nas últimas semanas, indicando uma estabilidade esperada na política monetária.
Quanto ao câmbio, as projeções sugerem estabilidade no valor do dólar em relação ao real nos próximos anos, com algumas pequenas variações.
Em relação ao resultado primário e à dívida pública, há perspectivas de melhora, com redução no déficit e na proporção da dívida em relação ao PIB.
Já a balança comercial mostra um superávit esperado para os próximos anos, indicando que as exportações devem continuar superando as importações.
É importante ressaltar que essas projeções refletem as expectativas dos analistas e estão sujeitas a mudanças conforme a evolução dos acontecimentos econômicos e políticos.
EXTERIOR
ARGENTINA E O EFEITO DO PRIMEIRO RESULTADO NAS ELEIÇÕES
Após os resultados das eleições na Argentina, os títulos da dívida argentina sofreram uma queda de até 10% no mercado financeiro. Isso ocorreu devido ao desempenho de Sergio Massa nas eleições, o que gerou preocupações entre os investidores e levou a expectativas de maior volatilidade nos próximos dias. Os títulos em dólares, com vencimentos entre 2029 e 2046, perderam entre 9% e 10%, enquanto os títulos em euros caíram até 11%. Essa queda representa a pior desde julho de 2022, quando Martín Guzmán deixou o ministério da Economia.
Analistas preveem que a situação pode piorar, pois há apostas de que o governo argentino pode continuar com políticas econômicas expansivas, aumentando a inflação e pressionando o peso argentino para baixo. Espera-se que o governo implemente mais gastos, o que pode ser insustentável a longo prazo.
Em relação ao mercado de câmbio, o dólar “cripto” teve variações, mas em sua maioria permaneceu abaixo de US$ 1.000, com picos de até US$ 1.060. O dólar “Cocos”, que opera 24 horas, ficou em US$ 960.
Os analistas preveem que, após as eleições, a pressão sobre o dólar deve diminuir. Isso se deve em parte ao bom resultado de Massa, que fortaleceu sua posição para o segundo turno e reduziu as chances de uma crise iminente. Isso também pode permitir que o governo mantenha a taxa de câmbio oficial em US$ 350 até o segundo turno.
Assim termina nosso morning call. Bons investimentos.