17 de janeiro de 2024 - por Evelyn
O Soco Matinal desta quarta-feira, 17/01/2024, traz o resultado de uma empresa que surpreendeu com números robustos, mas o mercado reagiu de forma inesperada, resultando em uma das maiores quedas.
Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) analisou o impacto do aperto monetário que grande parte já foi absorvida pela economia de um certo país. No entanto, tem quem ainda enfrente desafios, criando um cenário complexo.
Por fim, é claro, vamos ver o que rolou no Ibov, em detalhes?
Ouça as notícias pelo nosso podcast!
IBOVESPA
- IBOV: 129.294
- Dia 16/01/2024: -1,69%
mas o que rolou de fato no último pregão?
Em 16 de janeiro de 2024, o mercado financeiro enfrentou um dia desafiador, marcado pela cautela dos investidores devido à falta de catalisadores para ativos de risco, ou seja, não tem aquele atrativo pra falar: vem cá, vamos arriscar nosso dinheiro nessas aventuras. As tensões no Mar Vermelho tão embaçando a rota marítima, elevando os custos de transporte e impactando os preços do petróleo.
As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 1,10% e 1,24%, refletindo a volatilidade nos preços da commodity. A Vale (VALE3) também sofreu perdas (1,30%) devido à queda do minério de ferro em Dalian, influenciada pela manutenção da taxa de juros pelo Banco Central da China.
O setor varejista, representado pela Magazine Luiza (MGLU3), sentiu o amarguinho da queda significativa de 4,39%. Além disso, CVC (CVCB3) e GPA (PCAR3) também registraram perdas. Ah, pudera, né? o GPA subiu um monte antes…
Os bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), perderam 1,41% e 0,57%, respectivamente. O setor bancário como um todo perdeu as estribeiras, com Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e B3 (B3SA3) apresentando quedas.
Assim, o Ibovespa, principal índice brasileiro, encerrou o dia com uma queda de 1,69%, caindo pra 129 e poucos pontos. Apenas uma ação, SLC Agrícola (SLCE3), registrou alta de 1,97%.
Da mesma forma, em Wall Street, os mercados também ficaram no vermelho, influenciados por debates sobre taxas de juros.
No Fórum Econômico Mundial em Davos, divergências sobre cortes de juros pelos bancos centrais contribuíram para a incerteza global. O desempenho dos Treasuries e a declaração da China sobre um crescimento do PIB de 5,2% em 2023 também influenciaram o cenário.
Por fim, apesar do crescimento no volume de serviços no Brasil em novembro, o mercado enfrentou um dia desafiador. Não foi fácil pra seu ninguém!
AO MESMO TEMPO TIVEMOS OS SEGUINTES DESTAQUES DO ÚLTIMO PREGÃO
A princípio, a ação que se saiu bem dentro do índice:
- SLC AGRÍCOLA (SLCE3): R$ 18,10 (+1,97%)
No entanto, as demais não ficaram no positivo, é como dizem por aí: ficaram no negativo só que “menos pior”.
Por outro lado, os tickers com os piores desempenhos:
- GRUPO SOMA (SOMA3): R$ 7,13 (-6,18%)
- COSAN (CSAN3): R$ 18,35 (-6,14%)
- AZUL (AZUL4): R$ 12,92 (-5,28%)
- RAÍZEN (RAIZ4): R$ 3,79 (-5,25%)
- GPA (PCAR3): R$ 4,76 (-4,80%)
Nesse meio tempo, vamos ver o que rolou nos Fundos Imobiliários:
ÍNDICE DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS:
- IFIX: 3.335
- Dia 16/01/2024: +0,07%
Enquanto isso, as maiores altas foram:
- HTMX11: R$ 165,41 (+2,84%)
- XPSF11: R$ 8,41 (+1,07%)
- JSAF11: R$ 101,54 (+1,06%)
- VIUR11: R$ 7,85 (+1,02%)
- BCRI11: R$ 75,06 (+0,99%)
Por outro lado, as maiores baixas:
- MORE11: R$ 76,79 (-2,17%)
- XPCI11: R$ 89,04 (-1,56%)
- SNFF11: R$ 88,04 (-1,2%)
- MCHF11: R$ 9,27 (-1,19%)
- RZAT11: R$ 95,33 (-1,12%)
CÂMBIO
- Dólar EUA: R$ 4,92 (+1,31%)
- Euro: R$ 5,35 (+0,61%)
- Libra Esterlina: R$ 6,22 (+0,56%)
Por fim, saindo um pouco do mercado nacional, vamos falar sobre as bolsas mundiais e os índices de mercado internacional.
Morning call de Índices Internacionais
Falando do cenário internacional, as bolsas mundiais:
Em primeiro lugar, nos EUA:
- DOW JONES: -0,62%
- S&P 500: -0,40%
- NASDAQ: -0,19%
Por outro lado, nas bolsas europeias:
- DAX (Alemanha): -0,30%
- FTSE 100 (Inglaterra): -0,48%
- CAC 40 (França): -0,18%
- FTSE MIB (Itália): +0,03%
Ao mesmo tempo, nas bolsas asiáticas:
- Nikkei (Japão): -0,66%
- Shanghai (China): +0,27%
- KOSPI (Coreia do Sul): -1,12%
Enquanto isso, as criptomoedas nas últimas 24h (6h18):
- Bitcoin: US$ 42.779 (-0,52%)
- Ether: US$ 2.548 (+0,20%)
Afinal, as commodities: (commodities)
- Ouro: US$ 2.030/onça troy (-1,34%)
- Petróleo Brent (Futuros): US$ 78,29/barril (+0,18%)
- Minério de Ferro (Futuros): US$ 136,75/tonelada (-0,34%)
Enfim, vamos falar de ações e stocks (exterior):
Morning call de ações
BRASIL
RAÍZEN MOSTROU NÚMEROS BONS, MAS CAIU
Num comunicado, a Raízen (RAIZ4) deu um show com a quinta maior queda, no entanto soltou uns números maneiríssimos sobre o desempenho no terceiro trimestre da safra 2023/24.
Olha só, a empresa mandou ver na moagem de cana, triturando incríveis 18,8 milhões de toneladas, batendo o recorde do ano com 83 milhões. Dá pra imaginar? Um salto de 14% comparado à safra passada. Assim mostra que os caras tão afiados na expansão e na eficiência da operação.
E tem mais, na produção de açúcar equivalente, eles equilibraram a parada toda entre açúcar e etanol, na faixa de 2.400 a 2.500 mil toneladas. Nas vendas, fecharam em 2.655 mil toneladas de açúcar, com o preço médio na faixa de R$ 2.600 a R$ 2.800 por tonelada. Eles não tão pra brincadeira, não.
CURY NO 4T23
A Cury (CURY3) fechou o último trimestre de 2023 com um aumento de 20% nas vendas em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 904,7 milhões. No acumulado de 2023, o valor geral de vendas (VGV) atingiu R$ 4.150,2 bilhões, um aumento de 26,2% em relação ao ano anterior. O preço médio de vendas foi de R$ 282,6 mil, registrando um aumento de 15,2%. A velocidade de vendas (VSO) trimestral líquida ficou em 38,9%, comparada a 41,0% no mesmo trimestre de 2022. A construtora lançou seis empreendimentos, quatro em São Paulo e dois no Rio de Janeiro, totalizando VGV de R$ 856,6 milhões, um aumento de 54%. A produção de unidades foi de 2.817, representando um aumento de 11,8%.
A VALE ESTÁ NO VALE SOMBRIO
As ações da Vale (VALE3) continuaram em queda nesta terça-feira (16), recuando 1,30% e atingindo R$ 70,62 cada, influenciadas pelo declínio no mercado de minério de ferro asiático, como falei. O contrato de maio do minério de ferro na Bolsa de Dalian, China, encerrou o oitavo dia consecutivo em queda, afetando as ações da mineradora diretamente ligada.
Enquanto isso, a expectativa de estímulos adicionais na China não se concretizou, causando desapontamento nos investidores. Além disso, há incertezas sobre os próximos movimentos do preço do minério de ferro, com estimativas variando entre US$ 110 e US$ 120 a tonelada em 2024.
Além disso, temos notícias sobre a possível nomeação de Guido Mantega para o conselho de administração da Vale também, o que pode gerar impactos na governança da empresa. No entanto, o mercado aguarda informações sobre a recondução de Eduardo Bartolomeo como CEO da Vale até abril de 2025. O papel de Mantega na companhia e sua influência dependeriam do assento que ocuparia no conselho, com a possibilidade de ser indicado para a Previ. O mercado aguarda confirmações dessas questões para avaliar o impacto nas ações da Vale.
PETROBRAS E SUSTENTABILIDADE
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, destaca que a transição energética pode impulsionar a reindustrialização do Brasil. Ele menciona projetos da Petrobras, como eólicas offshore, captura de carbono e hidrogênio verde, como formas de liderar essa transformação. Tolmasquim destaca o papel fundamental do BNDES nesse cenário, lembrando o sucesso passado na energia eólica terrestre, e convoca a instituição a continuar apoiando iniciativas na área. A Petrobras planeja instalar um hub de captura de carbono no Rio de Janeiro como parte de seus esforços na transição energética..
RECOMPRA DE AÇÕES
A Allos, resultante da fusão entre Aliansce Sonae e BRMalls, avança em seu programa de recompra de ações, alcançando 2,5% da meta de adquirir até 5% das ações em circulação no mercado.
Com recursos provenientes da estratégia de desinvestimento, a empresa já recomprou parte significativa de suas ações, buscando melhorar a eficiência por meio da venda de ativos menores do portfólio. As vendas de ativos periféricos para fundos imobiliários são o principal impulsionador desse programa.
A empresa realizou vendas de participações em shoppings, levantando R$ 1,8 bilhão, e seu programa de recompra prevê a aquisição de até 26.664.413 ações ordinárias. Essas ações foram compradas a um cap rate médio de 8,2%, enquanto a empresa é negociada a um cap rate de 12,5%, demonstrando uma estratégia vantajosa para a Allos.
O mercado tem reavaliado positivamente a empresa, que agora está cotada a 100% do valor patrimonial, superando a desvalorização anterior à fusão. A estratégia inclui também otimização do mix de lojas e foco na eficiência operacional.
SOQUINHO
- O Banco do Brasil registrou a maior liberação de crédito rural da história, ultrapassando R$ 195 bilhões. Como maior agente financeiro do agronegócio, o banco contribuiu significativamente para o setor, apoiando diversas atividades e projetos no campo.
EXTERIOR
OPA, A JETBLUE LEVOU UMA BRECADA
Um juiz nos EUA barrou a JetBlue de comprar a Spirit Airlines, uma empresa de voos baratos. O governo achou que ia dar problema pra concorrência e consumidores e o juiz concordou.
Essa decisão é uma vitória para o governo Biden, que quer evitar que companhias aéreas fiquem muito poderosas nos EUA. A ideia da Alaska Air comprar a Hawaiian Airlines também ficou em xeque.
O juiz disse que se a JetBlue e a Spirit se unissem, poderiam prejudicar os consumidores. Ele falou que a Spirit é importante para manter preços baixos. Assim, as ações da Spirit caíram e as da JetBlue subiram um pouco.
A JetBlue e a Spirit podem recorrer da decisão, mas por enquanto, a união tá na geladeira.
NVIDIA E AMD SE DERAM BEM NO ÚLTIMO PREGÃO
A Nvidia e a AMD tiveram um dia bom na terça-feira, com as ações subindo graças ao otimismo sobre a demanda por chips de inteligência artificial (IA). Os investidores estão confiantes de que o aumento na procura por esses chips vai ser forte, e os analistas de Wall Street tão empolgados que aumentaram as metas de preço para ambas as empresas.
A Nvidia, que já domina o mercado de chips de IA, viu suas ações subirem 3% e atingirem um novo recorde de US$563,65. Já a AMD teve um salto maior, com as ações subindo 7,5% para US$157,57, alcançando o nível mais alto em mais de dois anos.
Os analistas do Barclays tão prevendo que a AMD pode ganhar terreno este ano, especialmente porque a empresa está aumentando as entregas dos seus próprios chips para clientes corporativos. Eles acreditam que 2024 será o ano em que a IA vai se expandir ainda mais, com a AMD conquistando mais espaço no mercado de chips.
As metas de preço também subiram: o Barclays elevou a da AMD de US$120 para US$200, enquanto o KeyBanc aumentou a deles de US$170 para US$195. A Nvidia também recebeu um impulso, com o KeyBanc elevando a meta de preço para US$740 de US$650.
Tanto a Nvidia quanto a AMD estão entre os grandes ganhadores no índice de semicondutores, que subiu 1,15% na sessão. O mercado tá confiante nas perspectivas dessas empresas, considerando o aumento nas metas de preço e a recomendação de “comprar” pelos analistas.
A Nvidia tá até planejando começar a produzir em massa um chip de IA para clientes chineses no final deste ano. Já a AMD, em dezembro, anunciou dois novos chips de data center de IA, mostrando que quer bater de frente com os principais microprocessadores da Nvidia.
WALGREENS FALA DE RESULTADOS EM VIDEOCONFERÊNCIA
A teleconferência de resultados da Walgreens Boots Alliance abordou os desempenhos do primeiro trimestre de 2024, destacando desafios no mercado varejista dos EUA, mas reafirmando as projeções anuais. A empresa delineou ações estratégicas, incluindo otimização de custos, redução de dividendos e parcerias estratégicas. Os resultados financeiros positivos contemplaram o crescimento internacional, o bom desempenho da Boots U.K. e melhorias na saúde nos EUA. A Walgreens busca consolidar sua posição como um destino confiável de saúde, explorando oportunidades como ensaios clínicos e terapia gênica.
Em termos pro forma, as vendas do segmento aumentaram notáveis 12%, impulsionadas pelo crescimento no número de vidas de risco total, melhorias na mesma clínica e aumento da produtividade nos negócios multiespecialidades da Summit Health. A VillageMD experimentou um aumento expressivo de 14% nas vendas, totalizando US$ 1,4 bilhão, devido a novos contratos e expansão de parcerias, resultando em um aumento de 42% no número de pacientes e serviços no trimestre em comparação com o ano anterior.
OUTROS DADOS
O EBITDA ajustado registrou uma perda de US$ 39 milhões, reflexo de investimentos na VillageMD, mas foi compensado pelo crescimento lucrativo da Shields e da CareCentrix. Notavelmente, o EBITDA ajustado aumentou US$ 84 milhões em comparação com o ano anterior.
O fluxo de caixa livre teve uma queda de US$ 671 milhões em relação ao ano anterior, atribuída ao faseamento do capital de giro e ganhos mais baixos, parcialmente compensados por menores gastos de capital.
A orientação para o EPS ajustado fiscal de 2024 foi mantida, com a expectativa de ventos de cauda incrementais e contrários. Prevê-se uma melhoria na taxa de imposto efetiva ajustada, considerando impactos nos gastos do consumidor e no comportamento de compra a curto prazo.
A empresa está comprometida em reduzir despesas de capital, melhorar o capital de giro e acelerar a lucratividade na VillageMD. O CEO ressalta a importância das lojas como pontos de engajamento com a comunidade, destacando o compromisso com um modelo centrado em seres humanos para pacientes. Investimentos incluem otimização da pegada das lojas, tecnologia para expandir os serviços e desenvolvimento de ativos, como a VillageMD.
O CEO reforça a visão de evoluir para uma estratégia de serviços de saúde, aproveitando a base de farmácia de varejo para construir um negócio significativo, com foco em alto retorno sobre os investimentos de capital em negócios de serviços.
As perguntas dos analistas abordam questões como o modelo de reembolso, margens de varejo de medicamentos, a definição do núcleo do negócio em prestação de cuidados e o foco estratégico do CEO na otimização dos ativos da empresa.
COPA AIRLINES E BOEING
A Copa Airlines continua sem previsão de retomada dos voos com os Boeing 737 Max-9, uma semana após a suspensão de 21 aeronaves desse modelo. Os passageiros enfrentam problemas com cancelamentos de voos, como evidenciado por um incidente recente em Cartagena, na Colômbia. Pedro Heilbron, presidente executivo da Copa, explica que a retomada depende da aprovação da FAA dos EUA e destaca a preparação da empresa para cumprir as diretrizes e retomar as operações de forma segura. Enquanto isso, a companhia enfrenta uma paralisação de cerca de 22% de sua frota total.
PEPSICO E ALGUNS DETALHES A SEREM RESOLVIDOS
O CEO da PepsiCo, Ramon Laguarta, expressa sua discordância em relação ao rótulo “ultraprocessado” frequentemente associado aos grandes fabricantes de alimentos, enfatizando a abordagem da empresa para definir seus produtos com base na lógica da cozinha.
Ele destaca os esforços contínuos da PepsiCo em aprimorar seus produtos, incluindo opções de bebidas sem açúcar, melhorando ingredientes e oferecendo tamanhos de embalagens menores.
Enquanto enfrenta a pressão de Wall Street devido à popularidade crescente de medicamentos para perda de peso, Laguarta afirma que a adoção desses medicamentos não acontecerá rapidamente, e a empresa continuará a evoluir seu portfólio para atender às mudanças de comportamento do consumidor.
A PepsiCo superou as estimativas de lucro no terceiro trimestre, destacando ganhos em seus segmentos de negócios, exceto para a região África/Oriente Médio. A empresa projeta crescimento de vendas orgânicas e ganhos para 2023 e espera outro ano de crescimento de EPS de dois dígitos em 2024. O impacto dos medicamentos para perda de peso não reduziu os resultados da PepsiCo no terceiro trimestre.
Em seguida vamos às notícias do cenário interno e mundial:
Resumo de notícias do Brasil e exterior
BRASIL
EL NIÑO, LA NIÑA E O QUE MAIS?
Depois do El Niño, que tá dando o ar da graça agora, vem aí o La Niña. Esse fenômeno climático maluco promete trazer chuvas pesadas pro Norte e Nordeste, mas vai deixar o Centro-Sul e o Sul na secura, principalmente o Sul, que pode sofrer com eventos de seca.
Agora, o bagulho fica tenso pros setores agrícolas no Sul. O calorão por causa do La Niña pode zuar as plantações e prejudicar as empresas do ramo nessa região. O pessoal que vende insumos agrícolas também pode sentir o tranco, já que os agricultores vão demandar menos.
A parada não para por aí, não. Com menos grãos circulando, os frigoríficos e a indústria de comida podem levar um golpe, porque os preços podem subir com a oferta menor. E olha só, as seguradoras também entram na dança. Como tem mais chance de safra quebrada e outras coisas malucas acontecendo, as seguradoras podem se lascar, já que vão ter que lidar com mais sinistros.
E não é só isso, não. Se o clima ficar muito zoado, até as empresas de energia elétrica que têm hidrelétricas e as de logística marinha podem se dar mal. Menos chuva, menos água, menos energia e problemas no transporte pelo mar.
COMPROU CARRO? VEJA QUANTO DINHEIRO VOCÊ PODE TER PERDIDO
Os 10 carros mais vendidos no Brasil apresentam uma desvalorização média de até 19%, de acordo com um estudo da consultoria automotiva KBB Brasil. O Fiat Strada liderou as vendas com 120.603 unidades, mas teve uma desvalorização média de 16,06%, enquanto o Volkswagen Polo foi o modelo que menos perdeu valor, registrando apenas 1,50% de depreciação. O Chevrolet Tracker foi o veículo que mais se desvalorizou, com uma queda de 19,08%. O levantamento abrange diversos modelos de marcas como Fiat, Chevrolet e Volkswagen, destacando as variações nos preços de carros novos e seminovos ao longo do ano de 2023.
- Chevrolet Tracker: 19,08%
- Chevrolet Onix Plus: 16,07%
- Fiat Strada: 16,06%
- Chevrolet Onix: 14,22%
- Fiat Mobi: 13,35%
- Volkswagen T-Cross: 12,72%
- Hyundai Creta: 11,70%
- Fiat Argo: 11,35%
- Hyundai HB20: 11,10%
- Volkswagen Polo: 1,50%
Essa lista destaca os modelos de carros mais vendidos no Brasil e a respectiva desvalorização média que experimentaram ao longo do ano de 2023.
O DOCE LAR PARECE ESTAR SALGADO
Parece que a saga do “lar doce lar” está ficando cada vez mais cara. De acordo com o Índice FipeZAP de Locação Residencial, os aluguéis aumentaram 16,16% em 2023, marcando a sexta subida anual seguida. Isso é três vezes mais que a inflação, que teve um aumento de 4,62% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mesmo período.
Os números mensais não aliviam: o preço médio de aluguéis teve uma alta de 1%, sendo que os imóveis de um quarto foram os mais valorizados, subindo 1,34%. Esses apartamentos têm um preço médio de R$ 54,74 por metro quadrado, resultando em um aumento de 19,23% no ano passado.
Quando a gente dá uma olhada nas cidades, São Paulo está liderando a lista dos aluguéis mais salgados, com uma variação anual de 13,28%, chegando a R$ 51,62 por metro quadrado. Rio de Janeiro também não fica muito atrás, com um aumento de 19,79% e um preço médio de R$ 45,10 por metro quadrado. E por aí vai, a lista mostra que tá difícil escapar do aumento nos preços dos aluguéis em várias cidades.
Enfim, resumo da ópera: a crise de moradia não tá para brincadeira e os aluguéis tão indo para as alturas. O negócio está ficando salgado para quem busca um teto para chamar de seu, no entanto as cidades grandes estão cada vez mais liderando esse aumento de preços.
SOQUINHO
- O senador Izalci Lucas propõe o projeto de lei (PL 5.950/2023) para incluir a educação financeira nos currículos da educação básica, abordando conceitos essenciais como poupar, planejar e gerenciar dinheiro. O texto destaca a importância de ensinar habilidades financeiras desde cedo para combater a falta de conhecimento e endividamento, capacitando as futuras gerações a tomar decisões conscientes sobre finanças. O projeto aguarda análise pela Comissão de Educação e Cultura (CE). Se aprovado, seguirá para a Câmara dos Deputados.
EXTERIOR
POLÍTICA DE JUROS MAIS RIGOROSA E O IMPACTO NA ECONOMIA
Cerca de 75% dos impactos de uma política monetária mais rigorosa nos Estados Unidos já foram absorvidos pela economia, de acordo com uma análise do Fundo Monetário Internacional (FMI). A vice-diretora-gerente do FMI, Gita Gopinath, destacou a resiliência da economia norte-americana diante dos aumentos nas taxas de juros. Ela afirmou que aproximadamente três quartos da transmissão já ocorreram nos EUA, enquanto a zona do euro ainda enfrenta mais transmissão devido aos aumentos das taxas de juros que começaram mais tarde.
Assim Gopinath observou que a economia dos EUA mostrou crescimento mais forte do que o esperado desde o início dos aumentos das taxas de juros em março de 2022. Enquanto vários estrategistas mencionaram a possibilidade de uma recessão nos EUA este ano, ela destacou a resiliência e a melhoria nos balanços de famílias e corporações.
François Villeroy de Galhau, diretor do Banco da França, acrescentou que houve dois atrasos na transmissão dos efeitos da política monetária: da decisão de política monetária às condições financeiras e das condições financeiras à economia real. Ele indicou que o primeiro atraso na transmissão está praticamente concluído na Europa, mas avaliar o segundo atraso é mais desafiador e depende de diferentes setores econômicos.
SOQUINHOS
- Os ataques houthis no Mar Vermelho estão interrompendo o transporte marítimo, o que pode elevar os preços dos bens de consumo. Essas interrupções impactarão mais os consumidores europeus, aumentando significativamente o custo das mercadorias da Ásia para a Europa. Enquanto isso a situação gera incertezas nos mercados e afeta a rota mais rápida da Ásia para a Europa, via Canal de Suez.
- Por fim, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, prevê que o banco central dos EUA fará três cortes de 25 pontos-base nos juros ao longo de 2024, totalizando uma redução de 75 pontos-base. Ele menciona que a inflação nos Estados Unidos está retornando à meta de 2%, e os cortes dependerão do progresso econômico futuro. Waller destaca a importância de garantir uma queda sustentada da inflação antes de iniciar os cortes, sem pressa, para evitar suprimir a atividade econômica..