29 de agosto de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Você já ouviu falar sobre carteira pulverizada? Ela ocorre quando uma pessoa compra diferentes ativos, sem uma análise muito criteriosa a respeito. Isso porque, antigamente, os investidores precisavamm pagar pela custódia (para manter as ações em uma corretora) e pela corretagem que já chegou a custar R$10.
Nesse período, ao investir R$100 para adquirir cinco ativos por exemplo, metade do dinheiro era gasto com a taxa. Seria preciso uma rentabilidade de 100% para conseguir equalizar a situação. Então, convencionou-se dizer que as pessoas estavam pulverizando sua carteira de investimentos.
Por conta de tudo isso, o mercado era algo muito distante para as pessoas que tinham pouco dinheiro. Tanto que isso foi o mote para grandes empresas que começaram a zerar a taxa de corretagem e foi nesse momento que as coisas começaram a mudar. Hoje, mesmo quem não ganha muito já consegue investir.
Pulverização x Diversificação de Ativos
Diante de todas essas mudanças, ainda é possível afirmar que existe pulverização?
Na realidade, não é que não existe pulverização. Quando você diversifica com empresas de setores diferentes com 10/20 ações de cada e com bons ativos, então sua carteira é diversificada.
No entanto, vamos supor que você queira investir no setor bancário e então decide investir no Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e no Santander. Isso é uma diversificação? Por um lado, você pode pensar que investindo em todos os bancos, se eles ganham, o mesmo ocorre com a sua carteira. No entanto, existe uma outra questão.
Quando o Itaú decidiu focar em micro-empresas após a pandemia e o Bradesco focou em pessoa física, um deles teve um acerto maior que o outro, correto? O Itaú teve um bom desempenho e o Banco do Brasil foi melhor ainda. Por conta disso, o preço das ações do BB subiu no longo prazo, enquanto que as do Bradesco e do Itaú sofreram um pouco mais. E se você tiver decidido investir em todos, o que ocorreu foi que todo aquel retorno que você teve com um, pode ter deixado na mão de outros. Ou seja, nesse caso, sua carteira seria considerada pulverizada.
Do meu ponto de vista pessoal, essa não é a melhor técnica. Faz muito mais sentido analisar todos os bancos e entender qual faz mais sentido para a sua carteira. Se for para investir em todos, compensa muito mais comprar um ETF.
Tem carteiras que eu vejo aqui com 100/50 ativos e assim, não é possível que todas essas empresas sejam maravilhosas. Na verdade, o mais provável é que você não está fazendo o processo de análise. Como você acompanha o balanço trimestral de 50/100 empresas? É quase impossível. Imagine então a declaração do Imposto de Renda.
Como fazer stock picking?
Agora, se você quer fazer stock picking, analisar e selecionar quais ações farão parte da sua carteira, então faça isso com seriedade. Se dedique, acompanhe os balanços e se guia por instrumentos assertivos.
A pulverização até existe, mas o que mais acontece atualmente é a extrema diversificação da carteira que acaba parecendo mais um ETF. Por isso, faria mais sentido adquirir um ETF e reduzir seu trabalho. Não tenho problemas com carteiras grandes, desde que a pessoa consiga acompanhar, ler os balanços e se manter perto. No entanto, não acho que isso é possível ou desejável para o pequeno investidor.
Não existe uma quantidade ideal de ativos, o ideal é o quanto você consegue acompanhar. Quer entender melhor sobre como isso funciona na prática? Então, assista ao vídeo completo!
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