16 de outubro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Sempre que compartilho minha trajetória, as pessoas me perguntam como aprendi tantas coisas. Aprendi inglês sozinho, criei diversos sites de anime, aprendi a programar, me especializei em SEO, dei aula sobre algoritmos do YouTube e fui diretor de um jornal ainda muito jovem. Fiz muitas coisas, e essa curiosidade sobre como aprendi tudo isso rapidamente é comum. Por isso, hoje vou compartilhar com vocês como é possível aprender qualquer coisa de forma acelerada. Em outras palavras, um ultra-aprendizado.
Para isso, vou falar sobre o livro Ultra-aprendizado de Scott H. Young. Esse autor decidiu, em 12 meses, dominar todo o conteúdo do curso de Ciências da Computação do MIT, sem assistir a uma única aula presencial. A partir dessa experiência, ele desenvolveu a metodologia do ultra-aprendizado, que vou compartilhar com vocês hoje!
- Leia também: 4 lições sobre hábitos e riqueza – O Poder do Hábito
O que é ultra-aprendizado?
O conceito de ultra-aprendizado gira em torno de aprender qualquer coisa sozinho e de forma intensiva, muito mais eficiente do que qualquer método tradicional. O livro mistura alguns estudos científicos e também histórias de pessoas que utilizaram essas técnicas para aprender algumas coisas com mais facilidade e agilidade.
Meta de aprendizado
Antes de iniciar o desafio, o autor pesquisou sobre o processo de aprendizagem e descobriu que resolver problemas práticos era mais eficiente do que assistir a aulas ou ler livros. Com isso, ele criou um plano de estudos com foco principalmente na prática.
Por mais que isso pareça contraditório, é importante não se prender tanto à teoria. Um exemplo claro são as escolas preparatórias para o vestibular, que aplicam simulados com frequência, em contraste com as escolas tradicionais, que não utilizam essa prática com a mesma intensidade.
Esse método faz muito sentido para mim, pois foi assim que aprendi inglês. Quando eu tinha cerca de 8 anos, jogava Tibia e comecei a conversar com os NPCs do jogo. Essa prática se tornou tão fluida que, enquanto ainda me alfabetizava na minha língua materna, já estava desenvolvendo uma familiaridade prática com o inglês.
O segredo para o ultra-aprendizado é desapegar-se da teoria. Estude um pouco e coloque o conhecimento em prática logo em seguida. Estudo, prática, estudo, prática. Esse é, inclusive, o método que aplicamos na AUVP. Eu apenas introduzo um tema, abro uma lâmina e começo a explicá-lo. Na primeira semana, os alunos ficam confusos, sem entender muito. Mas, na terceira semana, eles já estão discutindo o tema e dominando as técnicas.
Foco
Scott sabia que, para concluir seu desafio, precisaria de foco total. Por isso, ele optou por trabalhar em blocos de 50 minutos, eliminando todas as distrações durante esse período.
Ele usava a técnica Pomodoro, que normalmente consiste em blocos de 25 minutos, mas adaptou para 50 minutos, pois era o que funcionava melhor para ele. Pessoalmente, prefiro seguir o modelo tradicional de 25 minutos.
Vale lembrar que o tempo de descanso é crucial para que a técnica funcione bem, já que, após 45 minutos, o cérebro começa a perder eficiência no foco.
Direcionamento
Ao invés de gastar horas lendo sobre o assunto, você precisa aprender os conceitos, por meio da resolução de problemas. Por isso, desde o início o Scott aplicou a prática, resolvendo problemas reais, com base em situações reais.
Essa é um dos melhores métodos não só para aprender, mas também para solidificar o conhecimento.
Recuperação
O autor dedicava boa parte do seu tempo a testar seus conhecimentos de forma constante, sem depender de notas logo de início. Em vez de revisar imediatamente suas anotações, ele tentava resolver os problemas usando apenas a memória. Somente quando não conseguia lembrar ou resolver algo é que recorria às suas anotações.
A ideia é primeiro esgotar sua memória e, só depois, buscar apoio nas anotações para reforçar o aprendizado.
Feedback
Durante o processo de aprendizado, Scott procurava constantemente entender se o que ele estava fazendo estava correto ou errado. Hoje, isso se tornou ainda mais fácil devido ao fácil acesso ao feedback instantâneo.
Um exemplo prático é o radar de velocidade. Existem dois tipos: um apenas tira a foto do veículo e envia a multa, e a maioria das pessoas acaba sendo penalizada. No entanto, o modelo com visor, que exibe a velocidade do carro em tempo real, resulta em muito menos multas. O motivo? O feedback instantâneo. Ele faz com que o comportamento do motorista mude na hora.
Da mesma forma, não adianta apenas testar seus conhecimentos se você não tem feedback sobre o que está acertando ou errando.
Retenção
Quando estudamos algo, é comum revisar o conteúdo repetidamente em curtos períodos de tempo. No entanto, a proposta aqui é fazer essas revisões, mas em intervalos maiores.
Por exemplo, após seis dias, tente se lembrar do que estudou. Depois de 30 dias, tente de novo. No início, pode parecer difícil, mas à medida que você faz isso com mais frequência, os resultados começam a melhorar. Essa técnica, aprendida no livro, realmente funciona comigo.
Estudos mostram que pessoas que revisam em intervalos maiores têm uma capacidade de retenção de 20% a 50% superior em comparação com quem não adota essa prática.
Intuição
O ser humano tem uma ampla capacidade de observar e identificar padrões. Por isso, sempre que for estudar, procure encontrar os padrões.
Parece complexo, mas não é. Sabe quando você olha uma palavra e tem a impressão de que ela está escrita errada e quando vai conferir, ela realmente está? Isso acontece porque você já está por dentro dos padrões da língua.
Então, sempre que for estudar algo novo, tente identificar os padrões. Se você conseguir encontrar e catalogar esses padrões, vai ter uma intuição muito mais forte e consequentemente, vai aprender muito mais rápido e identificar o que está certo ou errado.
Experimentação
Muitas vezes, você tenta aprender algo e sente que não está conseguindo? Não desista logo de cara. Experimente diferentes métodos e abordagens de estudo até encontrar o que realmente faz sentido para você.
Por exemplo, se a leitura de um livro físico não funciona, tente ouvir o audiolivro. Se isso der certo, concentre-se nesse método!
Cada pessoa tem seu próprio jeito de aprender e absorver conhecimento. O importante é descobrir o que funciona melhor para você.
Refinamento
Pode ser que, ao começar a estudar finanças, você se sinta ansioso sempre que aparece uma conta, tenha dificuldade de compreensão e acabe travando. Isso é mais comum do que parece, e muitas pessoas acabam desistindo por não conseguir lidar com esse obstáculo.
Porém, essa dificuldade pode estar relacionada a alguma falha no seu aprendizado básico. Se isso acontecer, não desista. Não tenha vergonha de buscar livros da 4ª ou 8ª série (que são os níveis mais complexos nesse tema) e revisitar esses conceitos. Com o conhecimento que você tem hoje, vai perceber que será muito mais fácil entender esses conteúdos.
Eliminando essa lacuna no aprendizado, sua evolução será muito mais rápida e refinada, permitindo um progresso significativo nos seus estudos.
Enfim, recomendo muito a leitura desse livro! Ele pode e vai te ajudar a aprender de maneira mais eficiente e rápida.
Quer saber mais sobre o livro e as técnicas que expliquei aqui? Então, assista ao vídeo completo!
E se você quer aprender a investir rápido e de maneira efetiva, conheça a AUVP, que é nossa escola de investimentos. Faça a sua análise de perfil e se você receber aprovação, além de utilizar um sistema inteligente para a gestão de seus ativos, você vai aprender a investir no Brasil e no mundo inteiro.
E para ficar por dentro das principais informações do mercado financeiro, acompanhe os conteúdos do canal @investidorsardinhae do perfil @oraulsenano Instagram.