24 de outubro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Muitas pessoas têm falado sobre os fundos imobiliários. Alguns afirmam que não vale a pena, especialmente porque o maior investidor brasileiro, Luiz Barsi, não investe nesse tipo de ativo. Mas será que os fundos imobiliários realmente compensam? Hoje, vou te contar a verdade sobre eles!
Porque Barsi não investe em fundos?
Luiz Barsi, o maior investidor pessoa física do Brasil, opta por não investir em fundos imobiliários. Sua principal crítica é que as taxas são muito altas e beneficiam principalmente os gestores dos fundos. E ele não está errado nesse ponto; muitos fundos realmente cobram taxas de performance e administração que podem ser consideradas elevadas.
Contudo, é importante esclarecer algumas questões. Embora não todos os fundos tenham essas taxas, elas não são raras. Um risco adicional é o acúmulo de taxas, que pode acontecer quando você investe em um fundo de fundos imobiliários.
Por outro lado, vale mencionar que Barsi já teve na sua carteira a BB Seguridade, que é uma holding que investe em outras empresas. Portanto, em certa medida, ele também pagou taxas de administração nesse caso. A diferença está no tipo de investimento e na transparência das taxas.
É claro que algumas taxas podem ser abusivas, mas ao escolher um fundo para investir, você pode visualizar quanto cada um cobra, permitindo que você identifique se as taxas são realmente justas ou se estão acima do que considera aceitável.
Assim, a decisão de investir ou não em fundos imobiliários deve levar em conta não apenas as taxas, mas também o potencial de retorno e como esses ativos se encaixam na sua estratégia de investimento.
Ganho de escala
Outro ponto que Barsi frequentemente menciona, e que muitas pessoas acabam replicando, é a questão do ganho de escala. Nesse aspecto, ele tem razão, e vou explicar o porquê.
Quando Barsi investe em uma empresa, essa companhia pode ter sucesso com um determinado produto sem necessariamente aumentar a equipe ou a estrutura. Isso permite que a receita cresça sem a necessidade de expandir a infraestrutura. No entanto, essa dinâmica não se aplica aos fundos imobiliários. Nos fundos, o máximo que pode ocorrer é o reajuste do aluguel, o que não resulta em um crescimento tão significativo.
Portanto, é um fato objetivo que os fundos imobiliários tendem a crescer menos do que uma empresa.
Por outro lado, o risco associado a um fundo é infinitamente menor. Pense bem: quantas empresas você já viu desaparecer da noite para o dia? E quantos imóveis já presenciou sumirem assim? Os imóveis ficam ali, aguardando para serem alugados novamente, enquanto o risco de falência ou colapso de uma empresa pode ser muito maior.
Assim, embora exista uma taxa de crescimento menor nos fundos, o risco também é inferior. Vale ressaltar que bons fundos imobiliários podem ter um desempenho excelente, assim como boas empresas.
Portanto, não vejo sentido em montar uma carteira que tenha apenas um tipo de ativo ou outro. Acredito que tanto ações de empresas quanto fundos imobiliários podem performar muito bem e cada um tem seu lugar na estratégia de investimento.
Faz sentido investir em fundos?
Agora, acredito que a motivação do Barsi para não investir em fundos imobiliários vai além dos argumentos que ele menciona.
Barsi nasceu em 1939, ou seja, atualmente ele tem 84 anos. Sua fortuna foi construída ao longo de décadas, investindo em boas empresas, com foco em dividendos e seguindo o método Bazin. Os fundos imobiliários, por sua vez, surgiram apenas em 2012, quando Barsi já era um investidor experiente. Portanto, essa modalidade de investimento nunca fez parte da sua estratégia de construção de riqueza, especialmente porque os fundos são voltados para a geração de receita mensal.
Além disso, os fundos imobiliários são relativamente pequenos para suportar um investidor do porte do Barsi. Assim, é compreensível que ele não veja valor em investir neles.
Contudo, não faz sentido tentar alinhar sua carteira e estratégia de investimento com os grandes investidores. Eles são seres humanos e têm seus próprios vieses. Warren Buffet, por exemplo, falou por anos sobre o risco de empresas de tecnologia, e depois acabou investindo pesadamente na Apple.
Portanto, não podemos nos ancorar totalmente nas opiniões desses investidores renomados. O Barsi é, sem dúvida, muito inteligente e uma referência no mercado, mas não devemos transformar suas palavras em uma bíblia.
O mais importante é desenvolver suas próprias opiniões. Para isso, é essencial estudar e entender se o ativo faz sentido para você, dentro da sua realidade e objetivos financeiros.
Onde investir com a Selic em queda?
Agora, é importante considerar que com os cortes na Selic, ocorre uma piora na rentabilidade dos títulos de renda fixa. por isso os investidores cientistas, que precisam de uma renda mensal, vão procurar outra classe de ativos. Normalmente, ações pagadoras de dividendos, para a bolsa e para fundos imobiliários também.
É um bom momento pra investir em fundos imobiliários?
Analisando o cenário atual, os fundos imobiliários estão se valorizando cada vez mais. Prova disso é que no início de janeiro o IFIX que mede o desempenho dos principais fundos imobiliários, estava 2.845,35 pontos e agora ele já está 3.324,37 pontos. Ou seja, já teve um crescimento significativo.
Particularmente, eu não excluiria essa classe de ativos. Acho que cabe manter uma boa diversificação e isso pode inclui os fundos, se você acha que faz sentido para sua realidade.
Quer entender mais sobre todos os argumentos do Barsi e o que penso sobre os fundos? Então, assista ao vídeo completo!
E se você quer aprender a investir em fundos imobiliários, precisa conhecer a AUVP, que é nossa escola de investimentos.Faça a sua análise de perfil e, se você receber aprovação, além de utilizar um sistema inteligente para a gestão de seus ativos, você também vai aprender a investir no Brasil e no mundo inteiro.
E para ficar por dentro das principais informações do mercado financeiro, acompanhe os conteúdos do canal @investidorsardinha e do perfil @oraulsena no Instagram.