1 de dezembro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Algo muito sério aconteceu recentemente, e a escalada do conflito se intensificou. No dia 21 de novembro de 2024, a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental com a velocidade de Mach 10, ou seja, 10 vezes a velocidade do som. Esse tipo de teste, algo inédito até então, foi anunciado pela Rússia aos Estados Unidos, que confirmaram o lançamento. Esse evento acabou intensificando ainda mais a crise com a Ucrânia, que reagiu e gerou uma escalada significativa no conflito.
Esse lançamento pode ser interpretado como um aviso claro da Rússia ao Ocidente, mostrando que está disposta a ampliar o alcance da guerra. Além disso, esse tipo de míssil em particular demonstra a potência da Rússia em termos de capacidade balística, já que é um armamento muito mais difícil de interceptar.
Com isso, é altamente provável que a Ucrânia seja deixada à própria sorte. Países vizinhos à Ucrânia dificilmente irão tomar ações que possam ampliar o conflito dentro de seus próprios territórios, pois isso poderia resultar em uma escalada indesejada.
Como isso afeta os investimentos?
Embora muitas pessoas não percebam, a escalada de tensões internacionais tem um impacto direto na dinâmica dos investimentos. Quando o mundo se encontra em um nível elevado de tensão, com a possibilidade de uma guerra envolvendo múltiplos países, isso gera um certo pânico entre os investidores. E qual é o reflexo disso?
Em vez de investir em mercados internacionais, muitos investidores preferem manter seus recursos dentro de seus próprios países, especialmente quando esses países são considerados mais seguros do ponto de vista econômico. Afinal, em tempos de guerra, países com economias mais frágeis tendem a sofrer ainda mais.
Isso significa que investidores institucionais devem reduzir a exposição a países emergentes, como Brasil e México. Para o Brasil, isso é extremamente prejudicial, especialmente em um momento em que já enfrentávamos dificuldades econômicas, como a alta do dólar. A situação só tende a se agravar com esse novo cenário de incertezas.
No entanto, há um ponto que pode beneficiar a nossa economia: o Brasil é um grande exportador de commodities. Em períodos de crise global, o preço dessas commodities tende a subir. Por exemplo, o petróleo e o gás, produtos chave da Rússia, já estão registrando altas significativas devido à preocupação com a oferta. Se houver sanções contra a Rússia, isso pode afetar diretamente os preços. Para a balança comercial do Brasil, esse cenário acaba sendo positivo, já que o aumento nos preços das commodities pode trazer mais recursos ao país, mesmo em meio à turbulência global.
Porque isso nos afeta se não estamos envolvidos diretamente?
Você pode se perguntar por que o Brasil sofre as consequências de algo tão distante de nós, especialmente quando nosso exército normalmente não entra em conflitos internacionais. A resposta está na percepção de que, apesar de estarmos fisicamente distantes da guerra, os impactos podem chegar até aqui de outras formas.
Muitas pessoas temem que o Brasil se envolva diretamente no conflito, mas o maior receio está nos efeitos indiretos da guerra sobre nossa economia. Somos grandes importadores de fertilizantes, por exemplo, e outros produtos essenciais, muitos dos quais vêm de países próximos da zona de conflito. A escalada da guerra pode afetar o preço desses insumos, o que, por sua vez, impacta diretamente os custos de produção e os preços dentro do Brasil.
Embora sejamos autossuficientes em petróleo, não somos no que diz respeito à gasolina. O Brasil importa tipos específicos de petróleo para refino, e, portanto, qualquer interrupção no fornecimento ou aumento nos preços globais pode gerar um efeito cascata. Essas carências podem se transformar em sérios problemas caso a situação internacional se agrave.
Dessa forma, a volatilidade nos mercados financeiros é uma preocupação real. Se o cenário continuar se intensificando, é possível que a bolsa de valores sofra grandes oscilações, refletindo o medo e as incertezas sobre os impactos econômicos da guerra no Brasil.
É hora de vender seus investimentos?
Por enquanto, não houve grandes mudanças, mas, se você tem uma carteira diversificada e está bem posicionado, pode ser que encontre boas oportunidades de investimento na bolsa brasileira, que, inclusive, está muito barata no momento.
É uma situação triste, mas que, historicamente, sempre ocorreu. O fato de a guerra estar agora mais próxima do Ocidente torna as consequências mais tangíveis para nós. Não é como se a humanidade tivesse experimentado um período de paz contínua; conflitos fazem parte da nossa realidade, infelizmente.
Se você ficou com alguma dúvida sobre o tema, recomendo assistir ao vídeo completo, onde eu explico mais detalhadamente!
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