Letras de crédito: o que são, vantagens e como investir em LCIs e LCAs

17 de agosto de 2021, por Jaíne Jehniffer

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As letras de crédito são títulos de dívida emitidos por instituições financeiras para captar recursos que serão destinados aos setores imobiliário e do agronegócio.

Uma das grandes vantagens das letras de crédito é que elas são isentas de Imposto de Renda (IR). Além disso, como são emitidas por bancos, elas possuem a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Por outro lado, como desvantagem temos a falta de liquidez. Dessa maneira, o investidor não consegue resgatar facilmente sua aplicação, já que elas não possuem liquidez diária.

O que são letras de crédito?

As letras de crédito são títulos emitidos por instituições financeiras com a intenção de financiar alguns setores específicos.

Ou seja, são títulos de renda fixa que funcionam de maneira similar aos títulos públicos.

A diferença entre as letras de crédito e os títulos públicos, é que as letras de crédito são uma dívida privada, enquanto que os títulos públicos estão relacionados com a dívida pública.

Além disso, a emissão das LCs tem o intuito de levantar recursos para um setor em específico. No caso das LCIs, o dinheiro vai para o setor imobiliário, ao passo em que nas LCAs o dinheiro é para o agronegócio.

Em síntese, ao investir em letras de crédito, o investidor está basicamente emprestando dinheiro para a instituição emissora, em troca de uma taxa de juros.

Nesse sentido, o banco faz a capitalização do dinheiro por meio desses títulos e, posteriormente, empresta os recursos para seus clientes.

Os clientes então pagam uma taxa de juros bem maior do que a que o banco irá pagar para o investidor.

Logo, o banco lucra com a diferença entre a taxa de juros que ele vai pagar para o investidor e a taxa de juros que os clientes irão pagar para ele. 

Uma das grandes vantagens das LCs, é que elas são isentas de imposto de renda. Sendo assim, o seu retorno pode ser mais alto do que outros títulos de renda fixa.

Elas contam ainda com a vantagem de serem protegidas pelo FGC, que devolve até R$ 250 mil por CPF e por pessoa, em caso de calote.

Por outro lado, uma das desvantagens é a baixa liquidez desses títulos, o que pode atrapalhar no resgate antecipado.

Tipos de letras de crédito

A emissão das letras de crédito tem como intuito financiar dois setores específicos: imobiliário e agronegócio. Desse modo, os dois tipos de letras de crédito são:

1- LCIs

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), como o próprio nome sugere, são focadas no financiamento imobiliário.

Sendo assim, é através desses títulos que os bancos conseguem conceder empréstimos para que pessoas físicas ou jurídicas possam construir, reformar, comprar ou ainda incorporar imóveis.

Lembrando que as LCIs têm a vantagem de serem isentas de imposto de renda e de contarem com a proteção do FGC.

2- LCAs

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são os títulos voltados para o setor do agronegócio.

Dessa forma, por meio delas é destinado recursos para empréstimos ligados à produção, beneficiamento, comercialização ou industrialização de produtos e insumos agropecuários.

Os recursos podem ser usados também em máquinas e implementos necessários nas atividades agropecuárias.

Enfim, o funcionamento das LCAs é similar ao das LCIs. A diferença está apenas na destinação dos recursos. Sendo assim, as LCAs também são isentas de IR e são protegidas pelo FGC.

Como funcionam as letras de crédito?

Os dois tipos de letras de crédito funcionam de forma bem parecida. A diferença entre elas é somente a destinação dos recursos.

Porém, para os investidores, a aplicação em ambas ocorre da mesma maneira e a forma de remuneração é igual. Inclusive, em relação à remuneração, as letras de crédito podem ter três tipos de rentabilidade:

1- Prefixado

Neste caso, o investidor já sabe desde a aplicação qual será a taxa de juros.

A vantagem do rendimento prefixado é que o investidor tem uma previsibilidade de retorno e pode calcular qual será a rentabilidade obtida, já que a taxa permanece a mesma até o vencimento.

2- Pós-fixados

Nas letras de crédito com remuneração pós-fixada, o investidor não tem uma previsibilidade tão grande quanto no prefixado.

Isso porque, o rendimento irá variar de acordo com as mudanças na taxa usada como parâmetro de rentabilidade.

Sendo que, geralmente os títulos são indexados no Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que costuma ficar bem próximo da taxa Selic.

3- Híbrido

Por fim, o rendimento híbrido possui uma parte prefixada e outra que varia de acordo com um indexador.

A vantagem desses títulos é que eles proporcionam um ganho real com a aplicação.

Prazos das letras de crédito

Como trata-se de um título de renda fixa, o investidor conhece os prazos desde o momento da aplicação.

Sendo que esses prazos costumam ser determinados pela instituição que emitir o título.

Vale notar que, no geral, quanto maior o tempo de duração do títulos, melhores tendem a ser as taxas de juros oferecidas.

Aplicação mínima

É a instituição emissora dos títulos, quem define o valor mínimo para aplicar em uma LC. Dessa forma, o valor mínimo de aplicação pode variar de um título para outro.

Mas os valores podem ser altos. Por exemplo, você pode encontrar LCs cujo investimento mínimo é de R$ 5 mil. Mas também existem aquelas com investimento mínimo de R$ 30.000.

Vantagens e desvantagens

A grande vantagem das letras de crédito é a isenção de Imposto de Renda (IR). Logo, o investidor pode ter um retorno superior a algumas outras aplicações de renda fixa que possuem IR.

Outra vantagem é que as LCIs e LCAs são protegidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que devolve até R$ 250 mil por CPF e instituição, em caso de calote.

Como as letras de crédito são títulos de renda fixa, eles são mais seguros. Isso porque, além da proteção do FGC, eles não passam por oscilações constantes como ocorre com os ativos de renda variável.

Em contrapartida, temos a desvantagem de que esses títulos não possuem liquidez diária. Sendo assim, os investidores podem ter dificuldades para resgatar uma aplicação.

Além disso, a aplicação mínima costuma ser mais alta do que alguns outros títulos de renda fixa, como, por exemplo, o tesouro direto. Logo, alguns investidores iniciantes talvez não consigam investir em LCIs e LCAs.

Como investir em LCIs e LCAs?

O primeiro passo para investir em letras de crédito é abrir uma conta em uma corretora de valores. Depois disso, você deve analisar as opções de títulos disponíveis.

Nessa etapa verifique se os prazos de resgate e o valor mínimo de aplicação se encaixam com seus objetivos.

O ideal é encontrar títulos com prazos que se encaixam com a realização dos seus objetivos. Isso porque, o seu dinheiro ficará retido por um tempo e alguns bancos exigem prazo de carência.

Se as letras de crédito não se encaixarem em seus objetivos, você pode analisar outras opções de títulos de renda fixa, como, por exemplo, CDBs e tesouro direto.

Após escolher um título, faça uma transferência bancária e invista. Uma dica extra ao investir, é focar no longo prazo.

O longo prazo é importante, pois os juros compostos têm tempo de agir e fazer o seu dinheiro render. Sendo que, é essencial que você invista todos os meses.

Mesmo que você não tenha grandes valores para investir, é importante ter consistência nas aplicações.

Lembrando sempre de diversificar sua carteira entre diferentes ativos de renda fixa. Enfim, para entender mais sobre as LCIs e LCAs, veja o vídeo e Raul Sena, o Investidor Sardinha:

Fontes: André bona, Com dinheiro, Dificio e Bussola do investidor.