Modelo de Gordon: o que é, como funciona e para que serve?

Neste texto, vamos explicar o que é o Modelo de Gordon, como ele funciona e para que serve na avaliação de ações. Continue a leitura!

10 de dezembro de 2024 - por Nathalia Lourenço


O Modelo de Gordon é uma ferramenta usada para calcular o valor de uma ação com base nos dividendos futuros que uma empresa pagará. Ele é útil para avaliar empresas que pagam dividendos regularmente e têm um crescimento estável. No entanto, como todo modelo financeiro, ele tem limitações e depende de algumas suposições.

Neste texto, vamos explicar o que é o Modelo de Gordon, como ele funciona e para que serve na avaliação de ações. Além disso, vamos abordar suas vantagens e limitações. Se você quer entender como usar esse modelo para tomar decisões de investimento, continue a leitura para saber mais!

O que é o modelo de Gordon?

O Modelo de Gordon, também chamado de Modelo de Crescimento de Dividendos ou Modelo de Desconto de Dividendos (DDM), é uma fórmula usada para calcular o valor de uma ação.

Ele leva em conta, portanto, os dividendos futuros que a empresa pagará e o crescimento desses dividendos. Além disso, esse modelo é especialmente útil para avaliar empresas que pagam dividendos regularmente e têm um crescimento estável ao longo do tempo.

Como funciona o modelo de Gordon?

O modelo assume que os dividendos crescerão a uma taxa constante para sempre. Se a taxa de crescimento dos dividendos for menor que a taxa de retorno exigida, o modelo dá um valor para a ação. Isso ajuda os investidores a decidir se vale a pena comprar uma ação com base no pagamento futuro de dividendos.

Para que serve o modelo de Gordon?

Esse modelo se aplica principalmente a empresas que distribuem dividendos de forma contínua e apresentam uma taxa de crescimento estável. Dessa maneira, ele auxilia os investidores a tomar decisões mais informadas sobre a compra ou venda de ações, com base na expectativa de retornos futuros.

Sendo especialmente útil para investidores que buscam determinar o valor justo de uma ação, considerando a regularidade no pagamento de dividendos e o crescimento consistente desses pagamentos ao longo do tempo.

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Como calcular o modelo de Gordon?

Para calcular o valor de uma ação usando o Modelo de Gordon, você deve usar a seguinte fórmula:

Modelo de Gordon: o que é, como funciona e para que serve?

Em que:

  • P₀ é o preço atual da ação.
  • D₁ é o dividendo esperado no próximo ano.
  • r é a taxa de retorno exigida pelos investidores.
  • g é a taxa de crescimento dos dividendos.

Passos para calcular:

  • Estime o dividendo esperado (D₁): O primeiro passo é determinar o valor do dividendo que a empresa pagará no próximo ano.
  • Determine a taxa de retorno exigida (r): Em seguida, defina a taxa de retorno que os investidores esperam obter com o investimento, levando em consideração o risco da ação.
  • Estime a taxa de crescimento (g): Em seguida, estime a taxa de crescimento constante dos dividendos ao longo do tempo.
  • Substitua os valores na fórmula: Com os valores de D₁, r e g, substitua-os na fórmula para calcular o preço atual da ação (P₀).

Quais são as limitações do modelo de Gordon?

1. Crescimento constante dos dividendos

O modelo assume que os dividendos crescerão a uma taxa constante para sempre. No entanto, na prática, isso é difícil de acontecer, pois as empresas podem ter variações nos dividendos, especialmente em períodos de dificuldades financeiras ou mudanças no mercado. Portanto, essa suposição pode não refletir a realidade de muitas empresas.

2. Empresas que não pagam dividendos

Além disso, o modelo não é aplicável para empresas que não distribuem dividendos, como muitas startups ou empresas em crescimento. Nesse caso, sem dividendos regulares, o cálculo do valor da ação não pode ser realizado.

3. Taxa de crescimento superior à taxa de retorno

O modelo também exige que a taxa de crescimento dos dividendos (ggg) seja menor que a taxa de retorno exigida (rrr). Caso contrário, se ggg for maior ou igual a rrr, o modelo resultaria em um valor infinito ou inválido para a ação. Esse cenário não reflete a realidade do mercado.

4. Simplicidade excessiva

Além disso, o modelo assume que os dividendos e o crescimento são previsíveis e constantes, o que pode não ser o caso em mercados dinâmicos. Ele também não leva em conta outros fatores importantes que podem influenciar o valor da ação, como mudanças nas condições econômicas, o risco da empresa ou suas estratégias corporativas.

5. Sensibilidade aos parâmetros

Por fim, o valor da ação calculado com o modelo de Gordon pode ser muito sensível a pequenas variações nos parâmetros rrr e ggg. Isso pode tornar a avaliação instável, especialmente se as estimativas para o crescimento ou taxa de retorno não forem precisas.

Fontes: renovainvest, suno, topinvest, investorcp e varos

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