O que é cesta básica? Pra que serve e como montar uma

5 de fevereiro de 2021, por Jaíne Jehniffer

Tempo de leitura médio: 5 min, 52 seg


A cesta básica é uma lista de produtos essenciais para a subsistência de uma família. Dessa maneira, a lista engloba alimentos que sejam ricos em ferro, proteínas, fósforo e cálcio. 

Alguns institutos utilizam essa lista de alimentos para fazer pesquisas de mercado desses produtos. Essas pesquisas são usadas pelo governo ao determinar o reajuste salarial. 

A lista pode ser usada ainda pelas pessoas que querem focar apenas na compra de mercadorias básicas para uma alimentação rica em nutrientes.

O que é cesta básica?

O governo do Brasil estabeleceu em 1938 a Lei nº 399, onde indica uma lista de alimentos que devem compor a dieta de uma pessoa adulta. A lista aponta também qual quantidade deve ser consumida dos alimentos ricos em proteínas, cálcio, fósforo e ferro, que formam a lista. 

O que é cesta básica

Nativa news

Essa lista de alimentos recebeu o nome de Cesta Básica Nacional. Alguns dos alimentos presentes nela são: Arroz, feijão, farinha, pão francês e café. Sendo que três institutos realizam pesquisas de preços em supermercados, para calcular o valor da Cesta Básica Nacional.

Pra que serve?

A cesta básica serve sobretudo para as pesquisas de preços realizadas pelos institutos. Já os resultados das pesquisas, impactam a vida da maior parte dos brasileiros, já que elas são usadas como base na definição da política salarial.

Em outras palavras, o governo utiliza as pesquisas dos institutos para realizar o ajuste do salário mínimo.

O que é cesta básica

Comunidade cultura e arte

A pesquisa é usada também para impedir que os supermercados coloquem preços abusivos nos produtos. Por fim, a pesquisa pode ser usada pelas pessoas como uma fonte de consulta antes de irem até o supermercado.

Como montar uma cesta básica

A lista de alimentos da Cesta Básica Nacional pode ser usada como base para a montagem de uma cesta de alimentos que algumas empresas distribuem para os funcionários. A lista pode ser útil também para as pessoas que desejam doar cestas de alimentos para famílias carentes. 

O primeiro passo a se considerar na montagem de uma cesta básica é a região. Existem alimentos, como arroz, feijão e café que são muito consumidos em todo o território brasileiro.

Entretanto, alguns outros tipos de produtos variam de acordo com a região. Portanto, para montar uma cesta básica, é preciso colocar em maior quantidade os alimentos mais consumidos de acordo com a cultura da região. 

Outra coisa a se considerar é o orçamento disponível para a cesta básica, já que o valor disponível é determinante na quantidade de itens que compõem a cesta. Outra dica é fazer uma cotação em busca de melhores preços. 

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Além disso, é preciso considerar as necessidades das pessoas que irão receber a cesta, seja colaboradores ou uma família carente. Para montar uma cesta personalizada, de acordo com as necessidades de quem irá receber, é preciso conversar com a pessoa e descobrir quais são os alimentos essenciais para a família. 

A qualidade dos produtos também é importante. Por isso, lembre-se de conferir a data de validade e procurar por produtos que ofereçam bom custo benefício. Lembre-se de priorizar alimentos nutritivos, visando contribuir com a manutenção da saúde da família que irá receber a cesta. 

Por fim, ao montar uma cesta básica, considere a inclusão de outros itens que não sejam alimentos, como itens de higiene pessoal, como por exemplo, sabonete, papel higiênico, escova de dentes e creme dental. 

Institutos de pesquisa

Os três institutos responsáveis por fazer a pesquisa de preços dos itens que compõem a cesta básica são:

1- Dieese: O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos trabalha com uma pesquisa mensal, que visa acompanhar as mudanças de preços de cada item da lista de alimentos da Cesta Básica Nacional.

Através da pesquisa, o Dieese realiza os cálculos de quantas horas um cidadão, que recebe um salário mínimo, precisa trabalhar para conseguir comprar os produtos da cesta básica.

O Dieese realiza a pesquisa em todos os estados do Brasil. Depois de coletar os preços diretamente nas prateleiras dos supermercados, o Departamento calcula a média de todos os preços coletados em cada um dos estados. 

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Posteriormente, é feita a divisão entre o custo da cesta básica e o valor do salário mínimo. Esse resultado é então multiplicado pela quantidade de horas de uma jornada mensal de trabalho, que por lei é de 220 horas.

2- Procon: As pesquisas do Procon ocorrem de maneira mensal e semanal, sendo que a coleta de dados é diária. No entanto, os itens analisados não se restringem à cesta básica. Ao todo são 31 produtos, sendo 22 alimentos, 5 itens de higiene pessoal e 4 produtos de limpeza doméstica.

3- Fipe: A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas acompanha os preços de 51 itens na cidade de São Paulo. Como a cidade é dividida em seis regiões de acordo com a localização e o poder aquisitivo, é possível fazer um comparativo entre as diferenças de preços de acordo com os bairros. 

Aumento de preços

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia do Covid-19 e o aumento do preço de itens da cesta básica, como por exemplo, o arroz que praticamente dobrou de preço. Apesar de em 2021 já termos algumas vacinas para o coronavírus, os preços dos produtos ainda não tem uma solução.

Em resumo, os preços dos alimentos subiram tanto que correspondem a cerca de 60% do salário mínimo. Ou seja, uma pessoa que recebe um salário mínimo, usa mais da metade da sua renda, apenas com os alimentos básicos. 

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Ou seja, apesar do salário mínimo ter passado de R$ 1.045 para R$ 1.100, a inflação continua a corroer o poder de compra da população. Somente em janeiro de 2021, a alta dos preços de alimentos nos supermercados foi de 19%, segundo o IBGE. Essa é basicamente uma das maiores variações de preços registradas nas últimas décadas. 

Ao falarmos de cesta básica e aumento de preços, provavelmente muitas pessoas se lembram da época que tivemos hiperinflação, congelamento da poupança e era preciso de muito dinheiro para comprar os itens mais básicos. Ainda não temos uma solução para o aumento de preços atual, mas a solução naquela época, foi o Plano real, o que foi? Definição, história da moeda e características.

Fontes: Infomoney, Conceito, Nubank,  Cesta nobre e Cnn Brasil

Imagens: Uol, Nativa news, Vegazeta, Comunidade cultura e arte, Revista alumínio e Schpost