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Entenda os indicadores financeiros

Dólar Comercial

O dólar comercial é a cotação oficial da moeda americana utilizada em transações comerciais e financeiras no Brasil. Sua variação impacta diretamente a economia brasileira, afetando desde o preço de produtos importados até o valor de investimentos internacionais. A cotação é atualizada a cada hora em dias úteis, refletindo as flutuações do mercado de câmbio global e as condições econômicas nacionais e internacionais.

A taxa de câmbio do dólar comercial é determinada pela oferta e demanda no mercado interbancário, onde bancos e instituições financeiras negociam moedas estrangeiras. O Banco Central do Brasil (BCB) monitora constantemente esse mercado e pode intervir através de leilões de compra e venda de dólares para controlar a volatilidade excessiva e garantir a liquidez do mercado.

Fatores que influenciam a cotação do dólar incluem: política monetária dos EUA e do Brasil, diferencial de juros entre os países, balanço de pagamentos brasileiro, cenário político-econômico nacional e internacional, fluxos de capital estrangeiro, e expectativas dos agentes econômicos. Um dólar mais valorizado tende a encarecer importações e viagens internacionais, mas pode beneficiar exportadores brasileiros, enquanto um dólar mais desvalorizado tem efeitos opostos.

A cotação PTAX, divulgada pelo Banco Central, é calculada como a média aritmética das taxas de compra e venda praticadas no mercado interbancário, sendo uma referência importante para contratos financeiros e operações comerciais. Investidores e empresas frequentemente utilizam instrumentos de hedge cambial, como contratos futuros e opções, para se protegerem contra oscilações inesperadas na taxa de câmbio.

Taxa SELIC

A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central. Ela serve como referência para outras taxas de juros no país e é um importante instrumento de política monetária para controle da inflação. Quando a SELIC aumenta, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo e controlando a inflação. Quando diminui, estimula a economia ao baratear o crédito.

O COPOM se reúne a cada 45 dias para definir a meta da taxa SELIC, baseando-se em análises detalhadas do cenário econômico nacional e internacional, projeções de inflação, nível de atividade econômica, situação do mercado de trabalho e equilíbrio das contas públicas. A meta estabelecida pelo COPOM é então operacionalizada diariamente pelo Banco Central através de operações de mercado aberto, comprando e vendendo títulos públicos para manter a taxa efetiva próxima à meta.

A taxa SELIC influencia diretamente o custo dos empréstimos bancários, o rendimento de investimentos de renda fixa, o valor das prestações de financiamentos, e indiretamente afeta o mercado de ações e o câmbio. Quando a SELIC está alta, investimentos conservadores como Tesouro Direto, CDBs e fundos DI tornam-se mais atrativos, enquanto taxas mais baixas tendem a direcionar investidores para ativos de maior risco em busca de rentabilidade.

Historicamente, o Brasil já teve taxas SELIC extremamente elevadas para combater períodos de hiperinflação, chegando a mais de 40% ao ano na década de 1990. Nos últimos anos, o país experimentou tanto períodos de SELIC em patamares historicamente baixos (2% a.a. em 2020-2021) quanto ciclos de alta para conter pressões inflacionárias. A taxa SELIC é um dos principais termômetros da política econômica brasileira e sua trajetória reflete as prioridades do Banco Central entre controle da inflação e estímulo ao crescimento econômico.

Inflação (IPCA)

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial da inflação no Brasil, medido mensalmente pelo IBGE. Ele reflete a variação dos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda de 1 a 40 salários mínimos. A inflação impacta diretamente o poder de compra da população e influencia decisões de investimento. O controle da inflação é um dos principais objetivos da política econômica do país, sendo monitorado constantemente pelo Banco Central.

O cálculo do IPCA envolve a coleta de preços de mais de 430 itens em 16 regiões metropolitanas do país. Esses itens são agrupados em nove categorias: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. Cada grupo possui um peso diferente no índice, refletindo sua importância no orçamento das famílias brasileiras. O IBGE divulga o IPCA mensalmente, geralmente entre os dias 10 e 15 do mês seguinte ao período de referência.

Desde 1999, o Brasil adota o sistema de metas de inflação, no qual o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece uma meta anual para o IPCA, com intervalos de tolerância. O Banco Central utiliza principalmente a taxa SELIC como instrumento para atingir essa meta. Quando a inflação está acima da meta, o BC tende a aumentar a SELIC; quando está abaixo, pode reduzir os juros para estimular a economia.

A inflação pode ser causada por diversos fatores, como aumento da demanda (inflação de demanda), elevação dos custos de produção (inflação de custos), choques de oferta (como secas que afetam a produção agrícola), desvalorização cambial (que encarece produtos importados), ou expansão monetária excessiva. Para os investidores, é fundamental considerar a inflação ao avaliar a rentabilidade real de investimentos, pois ela corrói o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo. Investimentos como Tesouro IPCA+, fundos imobiliários e ações de empresas com poder de repasse de preços são algumas alternativas para proteção contra a inflação.