Paranapanema

Informações atualizadas em 02/12/2022

Avaliação dos usuários

Empresa:
  2,5 de 5
Gestão:
  1 de 5
Ticker PMAM3
Fundador Aloysio Ramalho Foz, José Carlos de Araújo e Octávio Cavalcante Lacombe
Presidente da empresa Luiz Carlos Siqueira Aguiar
Alavancada? Sim
Registra lucro? Não
Histórico de distribuição de dividendos

A Paranapanema não vem registrando lucro e, por conta disso, não distribui dividendos. Os últimos dividendos pagos foram de exercícios anteriores adiados. Por estar em um processo de turnaround, a empresa não paga dividendos.

Prêmios 23º Prêmio de Melhor Produto do Ano / Prêmio Polo de Segurança, Saúde e Meio Ambiente - Prêmio Polo SSMA / Prêmio Anamaco 2017
Participação do Estado 0%
Ano de fundação 1961
Ano do IPO 1971
Setor de atuação Materiais Básicos
Recuperação judicial? Não
Tamanho da empresa Small Cap
Links úteis
  1. RI da empresa
  2. Fundamentos PMAM3
Principais produtos

De maneira genérica, a Paranapanema oferece diversos produtos finais, cada qual com utilidades específicas. Os principais produtos oferecidos pela companhia são:

Catodos (formas de cobre condutor);

Vergalhões (utilizados amplamente na construção civil, na estruturação de empreendimentos);

Fios e trefilados (utilização ampla inclusive na indústria automobilística e rede de transmissão de energia elétrica, além da construção civil comercial e residencial);

Tubos industriais (tubos de conexão e transmissão de materiais que são utilizados tanto no cenário industrial quanto doméstico);

Barras de cobre (utilização ampla no cenário de construção civil e industrial);

Hidrolar (tubulações hidráulicas para redes de transmissão hídrica em residências e instalações comerciais);

Conexões (uso doméstico e construção civil);

Coprodutos (produtos obtidos do processo de fundição do cobre. por exemplo o ácido sulfúrico);

Comercialização dos insumos resultantes da extração e fundição

Além da venda direta de produtos de cobre e cobre primário, a companhia utiliza o processo de produção e refino para rentabilizar as “sobras”. Seno assim, o cenário de produção da Paranapanema funciona da seguinte forma:

Ao transformar o minério em metal a empresa “desperdiça” bastante material no caminho. Na produção para alcançar a pureza de 99.9% ,a Paranapanema separa outros materiais como Ouro, Prata, entre outros itens de grande valor no mercado.

Após separá-los, a empresa comercializa as sobras no mercado em geral, ainda que o restante vire matéria prima.

O que a empresa faz?

A Paranapanema é uma empresa do segmento de siderurgia no Brasil. Contudo, na B3, a companhia é classificada no ramo de Materiais Básicos, no nicho de Siderurgia e Metalurgia com foco em Artefatos de Cobre.

A atuação da empresa é pautada no refino e manufatura das ligas de cobre, sendo responsável por incríveis 94% da produção de cobre nacional. Em síntese, a Paranapanema transforma o mineral em metal e, posteriormente, em produtos de cobre.

Paranapanema (PMAM3) COBRE

No ramo do cobre, a PMAM3 atua na:

  • Extração
  • Fundição
  • Distribuição
  • Refino

Na cadeia produtiva, a companhia transforma o mineral cru em produtos finais para os consumidores de diversos segmentos de mercado, sobretudo através de sua estrutura. A empresa se destaca pela atuação de ponta-a-ponta, do refino até a sua distribuição e comercialização direta.

Instalações industriais da Paranapanema (PMAM3)

O corpo logístico da empresa é distribuído em 3 unidades industriais e 3 centros de distribuição. As instalações são estruturas gigantescas e extremamente complexas, já as centrais de distribuição são responsáveis pela logística de transporte.

Ao todo, a empresa conta com mais de 2.200 colaboradores diretos e gera, de maneira indireta, trabalho para milhares de outros brasileiros.

Em resumo, as fábricas da empresa são divididas em duas vertentes, sendo elas:

  • Extração e refino do cobre primário;
  • Transformação do material em produtos de cobre.

As três fábricas da Paranapanema estão divididas em três estados e somam uma área construída enorme, além de uma capacidade produtiva gigantesca. Vamos conhecer agora um pouco mais sobre as fábricas da PMAM3.

Camaçari, Dias D’Ávila (BA)

Paranapanema unidade na Bahia

O cobre primário é extraído em Dias D’Ávila (BA), onde ocorre a extração e o refino da liga de cobre, no polo industrial de Camaçari.

Falando em proporção, a unidade possui 568.032 m², sendo 90.342 m² de área construída, e atua no refino e na fundição do minério de cobre.

Além das instalações fabris, na mesma cidade, está localizada uma central de distribuição da empresa responsável por escoar toda produção da Paranapanema.

Utinga, Santo André (SP)

Paranapanema unidade em SP

Além da extração e refino de cobre primário nos produtos, a companhia transforma o metal de cobre em itens prontos, utilizados amplamente em todo o Brasil. Nesta parcela, a Paranapanema conta com duas unidades.

A primeira delas fica no bairro Utinga em Santo André (SP), com uma área total de 240.845,96 m², sendo 88.061 m² construídos. Nesta fábrica são produzidos produtos como os laminados de cobre, arames, barras e perfis de cobre e suas ligas.

Serra (ES)

Paranapanema unidades

A segunda fábrica responsável pelos produtos de cobre fica localizada em Serra (ES). Em termos de proporção, a unidade capixaba possui um terreno de 40.500 m², dos quais 9.640 m² são de área construída.

Nesta unidade são manufaturados os produtos de conexão de cobre e bronze, destinados aos sistemas de distribuição hídrica.

Além da condução de água, os itens feitos nesta unidade são utilizados amplamente na construção civil de outras fábricas – mediante fornecimento de dutos de gases industriais e residenciais -, além daqueles responsáveis pelo combate a incêndios.

Unidades de distribuição

Não bastasse a produção de seus materiais, por meio de uma empresa controlada, a Paranapanema também atua na distribuição de seus produtos através da CDPC (Centro de Distribuição de Produtos de Cobre).

A CDPC conta com 3 centrais distribuidoras, em três estados diferentes, sendo eles: São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. As três instalações industriais possuem capacidade de produção instalada de 285 mil toneladas e produzem cobre de alta pureza (99,99% de cobre).

Com um cobre puro, a Paranapanema fornece materiais para diversos segmentos do mercado consumidor brasileiro. Os principais fornecimentos são para a indústria automotiva, eletroeletrônica, vestuário, ferragens, metais sanitários, construção civil e usinagens.

Marcas da Paranapanema (PMAM3)

A PMAM3 é, de fato, um negócio de grandes proporções. Portanto, para produzir e distribuir seus itens, o grupo Paranapanema utiliza três vertentes de atuação. Vamos conhecer cada uma delas!

Paranapanema Linhas e Marcas

As três marcas da Paranapanema S.A são responsáveis por linhas de mercado distintas, sendo elas: Caraíba, Eluma e Paranapanema. Cada uma possui uma série de produtos oferecidos. Os principais são:

  1. Caraíba no fornecimento de Cátodos, Vergalhões, Fios e Trefilados
  2. Eluma na distribuição de Laminados, Tubos industriais, Barras e Hidrolar e conexões
  3. Paranapanema responsável pelos Coprodutos

Como a Paranapanema (PMAM3) ganha dinheiro?

Por meio de suas três linhas, a Paranapanema oferece uma gama enorme de itens em seu portfólio, utilizados amplamente no cotidiano de milhares de consumidores do mercado brasileiro.

Por exemplo, se você parar para analisar vai perceber que sua casa tem cobre, seu celular e seu relógio também. Além disso, no seu bairro, o cobre é abundante nos fios de transmissão de energia e, se você possui um carro ou moto, saiba que ele também está lá.

Paranapanema produtos

Em resumo, por se tratar da maior fornecedora de cobre do Brasil, a PMAM3 corresponde a mais de 90% da produção nacional. Com um número de consumo tão alto, é impossível medir a utilização dos produtos oferecidos pela empresa.

Com base nestes dados, responder a pergunta principal pode até ser meio óbvio. Isso porque, a empresa obtém receita através do fornecimento de cobre e derivativos no mercado em geral, além de comercializar os subprodutos do processo de coleta e refinamento.


Breve história da empresa

A origem da companhia é basicamente simples. Após comprar uma fazenda na cidade de Paranapanema, a 260 km de São Paulo, Aloysio Ramalho Foz se reuniu com mais dois empreendedores, José Carlos de Araújo – seu pai – e Octávio Cavalcante Lacombe,  para fundar a empresa,  em maio de 1961.

Paranapanema (PMAM3), a gigante do cobre, explorando empresas da bolsa

A princípio, a iniciativa era focada no ramo da construção civil de fábricas e empreendimentos maiores, mas o cenário de mineração chamou a atenção dos empresários ao decorrer dos anos.

Assim, em 1965, a sociedade adquiriu a Minebra (Minérios Brasileiros, Mineração e Industrialização Ltda) e deu início, de fato, às operações de mineração.

No ramo da mineração, o foco principal era extração e refino do minério de estanho, que ganhou força tanto na empresa quanto no cenário nacional, em 1969, com a descoberta do elemento químico na região amazônica.

Para diversificar os investimentos, ainda em 1969, a empresa constituída pelos 3 empreendedores paulistas, comprou uma fazenda em Igarapé Preto e outra em São Francisco, na bacia hídrica do rio Amazonas.

A primeira aquisição criou o braço minerador do conglomerado empresarial, com foco na extração de estanho que, mais tarde, se tornou destaque nas atividades do grupo, até meados de 1980.

Aumentando a proporção

Com a chegada da década de 70, dois anos após o início das operações, o grupo participou da construção da rodovia Transamazônica, em 1971.

Por conta do crescimento acentuado, a empresa abriu o capital no mesmo ano e, através da rodada de investimentos, adquiriu duas novas empresas: Taboca e Mamoré – ambas do segmento de mineração do minério de estanho.

Paranapanema crescimento

Em 1974, o BNDES adquiriu a vertente mineradora para fins de desenvolvimento técnico na área de mineração. Com a chegada dos anos 80, a empresa virou um case de sucesso na Bovespa e apresentou ótimos resultados operacionais, apesar do cenário econômico brasileiro, na época, não ser dos melhores.

A abertura de capital foi realizada em 1971, mas o registro na CVM ocorreu apenas em 1977. A partir disso, a empresa começou a apresentar retornos interessantes, que chamaram a atenção do cenário investidor no Brasil.

No início de 1981, o grupo empresarial cresceu vertiginosamente na Bolsa de Valores e, em 1982, a companhia iniciou os projetos de mineração e extração em Pitinga (AM). Com isso, aumentou a geração de caixa recorrente da Taboca mineradora e construiu um sistema autossustentável de renda por meio da mineração.

Crescimento acentuado

Apesar de se estabelecer no ramo minerador, por meio da Mineradora Taboca e Mamoré Metalurgia, a companhia não abandonou o ramo de construção civil.

Prova disto foi, em 1983, a edificação de duas fábricas de empresas controladas pela Vale: a fábrica de alumínio da Albrás e a mina do Projeto de Ferro Carajás ambas no Pará, norte do Brasil – que começaram a apresentar grande notoriedade.

Paranapanema cobre

No mesmo ano, Taboca iniciou uma sociedade com o ainda iniciante Eike Batista, na sua primeira mina de extração de ouro, aumentando a exposição e diversificação por meio de uma parceria extrativista.

Sucessivamente, em 1995, uma parte do grupo passou a ser controlada pela Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (PREVI). A ação fez a empresa iniciar no segmento de cobre.

Além do cobre, o PREVI trouxe para o portfólio diversos negócios, como o ramo de seguridades, coleta de lixo e produção de petróleo por meio da ATP Petróleo S.A.

No ano seguinte, o crescimento do grupo começou a se intensificar. Grande parte do crescimento foi espelhada em duas aquisições: Caraíbas Metais e Eluma, em 1996.

Nesse sentido, a empresa abraçou o ramo da mineração por meio de duas marcas que constituem o grupo até hoje. Neste aspecto, o papel da Caíbas e da Eluma foi fundamental, pois, além da produção, o grupo também faz parte da comercialização do produto final, viabilizando o modelo de negócios que hoje conhecemos.

Início do que conhecemos como Paranapanema

Apesar da Paranapanema já existir naquele tempo, a empresa – como a conhecemos hoje – só se consolidou em 1996. Para isso, o conglomerado abandonou a construção civil, coleta, seguridades e petróleo e focou unicamente na mineração, extração e refino de minerais de cobre, zinco e estanho.

Com a saída dos ramos de atuação paralelos, a empresa chamou atenção de um grupo de pensionistas que fez a aquisição do controle acionário da empresa e passou a controlar a Mineração Taboca e a Mamoré Mineração e Metalurgia.

Tal movimento deu origem a Paranapanema S.A, destinada única e exclusivamente para a produção de metais não ferrosos através do controle acionário na forma de uma empresa de participações.

Paranapanema origens

Então, a marca Paranapanema passou a ser uma holding, sem atividade operacional, concentrando os investimentos no nicho de metais não ferrosos. Na época, o grupo de participações era constituído por 5 empresas que detinham o controle acionário, sendo elas:

  • Mineração Taboca S.A (Estanho);
  • Mamoré Mineração e Metalurgia Ltda (Estanho);
  • Companhia Paraibuna de Metais (Zinco);
  • Caraíbas Metais S.A (Cobre);
  • Eluma S.A Indústria e Comércio (Produtos de Cobre);

Apesar de o grande conglomerado denominado Paranapanema ser rentável, a decisão de abandonar as demais áreas veio alguns anos depois.

Na virada da década, a holding viu maior potencial no ramo do cobre e, assim, vendeu suas participações nos demais negócios.

Em 2002, a Companhia Paraibuna de Metais deixou de fazer parte do portfólio acionário da holding e, em 2008, foi a vez da Mineração Taboca S.A e Mamoré Mineração e Metalugia Ltda deixarem o portfólio da empresa.

Reta final

Após o desmembramento de posições acionárias nos anos anteriores, em 2009,  a Paranapanema começou a tomar forma. No ano seguinte, em 2010, a empresa deixou de ser uma holding através de um intenso processo de reestruturação societária, mudando a sede para Dias D’Ávila (BA) e saindo de São Paulo.

Dois anos após a reestruturação, a Paranapanema adquiriu a Cibrafértil, em setembro de 2012. Com a aquisição, e empresa deu início aos trabalhos de refino, oferecendo produtos derivados do cobre, latão e bronze, aumentando a capacidade produtiva e, consequentemente, os gastos.

Por complicações de gestão, a empresa começou a apresentar problemas orçamentários, dando prejuízo ao longo dos anos 2.000. Dessa forma, para bancar operações básicas, o caixa operacional era queimado e o crédito passou a ser adquirido de forma desgovernada para bancar custos fixos.

O estopim veio cinco anos após a reestruturação acionária, no ano de 2017. Isso porque, a empresa registrou lucro operacional negativo e as dívidas começaram a tomar conta do cotidiano. Apesar do crescimento do setor de mineração no Brasil ser latente, a Paranapanema se encontrava na contramão do restante do mercado.

A virada do avesso

Inegavelmente, o ano de 2017 ficou marcado para a Paranapanema como o início da retomada. Por meio da prorrogação de prazos, com 84% dos credores da companhia, a PMAM3 negociou vencimentos e taxas, além de estabelecer um plano de conversão de crédito em participação na empresa.

A dívida reduziu em 28% e o alongamento de prazos foi bem sucedido, com 94% do montante da dívida bruta. Através de ofertas públicas e restritas de ações e debêntures (mandatoriamente conversíveis em ações) a companhia conseguiu aumentar o fôlego orçamentário e deu início ao processo de retomada.

Paranapanema (PMAM3), a gigante do cobre, explorando empresas da bolsa

Dessa forma, em 2018, a reestruturação passou para a parte operacional. Houve, portanto, uma parada programada em maio, além dos investimentos em CAPEX e modernização das fábricas que estavam defasadas.

Os investimentos que somavam mais de R$ 200 milhões refletiam a reorganização das operações da empresa, por conta de um período turbulento. A terceira e última fase da reorganização foi feita na parte de gestão, reduzindo custos fixos e “enchendo fábricas”.


Diretoria

Diretoria executiva: 

Luiz Carlos Siqueira Aguiar (Diretor Presidente)

Paulo Rodrigo Chung (Diretor Jurídico e de Relações com Investidores)

Sergio Arosti Maturana (Diretor de Operações)

Igor Gravina Taparelli (Diretor Financeiro)

Sergio Horta (Diretor de Unidade de Negócios Eluma)

Jorge Tello (Diretor Comercial Caraíba)

Daniela Aparecida Sena Bettini (Diretora de Gestão Corporativa)


Conselho administrativo

Conselho de administração:

Marcos Bastos Rocha (Presidente do Conselho de Administração)

Luiz Carlos Siqueira Aguiar

Carlos Augusto Machado Pereira de Almeida Brandão

Augusto Braúna Pinheiro

Paulo Amador Thomaz Alves da Cunha Bueno

Jair Luis Mahl

Osvaldo Bruno Brasil Cavalcante


Principais concorrentes

Vale (VALE3)

Ferbasa (FESA3)

CSNA (CSNA3)


Perspectiva para o futuro

O futuro da Paranapanema ainda é imprevisível. Apesar dos esforços de reestruturação serem evidentes, de maneira geral, a empresa ainda tem muito o que mostrar.

Em casos de turnaround, como o da PMAM3, o investidor precisa ter bastante cuidado ao tomar qualquer decisão. De forma geral, a empresa vem fazendo um ótimo trabalho. No entanto, é necessário verificar a longo prazo a questão das dívidas que foram alongadas.


Composição acionária

PMAM3 Acionista Percentual
1 Mineração Buritirama S.A. 27%
2 João José Oliveira de Araújo 5%
3 Caixa Econômica Federal 16,18%
4 Tesouraria 0,01%
5 Cargill Financial Services International Inc 8,75%
6 Silvio Tini de Araújo 5,93%
7 Glencore International Investments Ltda. 5,73%
8 Free Float 31,40%