AUVP11 a verdade sobre o ETF do Sardinha

Antes de sair investindo em ETF de influencer, vale a pena entender o AUVP11.

29 de junho de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


O AUVP11 é um ETF listado na B3 que replica o Índice AUVP Fundamentalista, desenvolvido com metodologia da Teva Indices e gestão da BTG Pactual Asset.

Ele foi criado com um objetivo claro: oferecer uma alternativa sólida, transparente e de longo prazo para quem busca investir em ações brasileiras de alta qualidade fundamentalista, com critérios objetivos e consistentes.

📌 O que é o Índice AUVP Fundamentalista?

É um índice de ações criado com base em filtros fundamentalistas rígidos. Ele seleciona empresas da B3 que apresentam lucros recorrentes, alta rentabilidade, margens robustas, endividamento controlado e governança mínima. Tudo isso com regras públicas e rebalanceamento anual.

🔍 Critérios de Seleção

Para uma ação entrar no Índice AUVP Fundamentalista, a empresa precisa cumprir todos os seguintes requisitos:

Lucro líquido positivo nos últimos 5 anos
ROE (retorno sobre patrimônio) superior a 10%
Margem líquida maior que 8%
Dívida líquida inferior a 3x o EBIT
Free float mínimo de 15%
Negociação em 100% dos dias úteis no mês anterior ao rebalanceamento
Volume financeiro médio acima de R$ 100 milhões nos dois meses anteriores
Entrega regular de documentos à CVM (últimos 24 meses)
Não estar em recuperação judicial ou extrajudicial

Além disso, empresas dos seguintes setores são excluídas por regra:
Varejo, proteína animal e transporte aéreo

📈 Rebalanceamento e Metodologia

O índice é rebalanceado uma vez ao ano, sempre em abril.
A ponderação é feita com base no free float market cap, ou seja, no valor de mercado ajustado pela quantidade de ações em livre circulação.

📊 Comparativo: AUVP11 vs Ibovespa

CaracterísticaAUVP11 (Índice AUVP Fundamentalista)Ibovespa
Critério de seleçãoFundamentado: lucro, ROE, margem, dívida, governançaLiquidez, volume de negociação
Setores excluídosVarejo, proteína animal, transporte aéreoNenhum
Número de empresas elegíveisApenas as que passam nos filtros rigorososAs mais negociadas, independentemente de qualidade
Frequência de rebalanceamentoAnualQuadrimestral
PonderaçãoFree float market capFree float market cap
ObjetivoLongo prazo com base em qualidade e resiliênciaRepresentar o mercado como um todo

📊 Desempenho histórico (backtest 2015–2025)

AUVP11: Tudo o que você precisa saber sobre o ETF da AUVP

Entre abril de 2015 e maio de 2025, o Índice AUVP Fundamentalista apresentou:

Retorno acumulado estimado de aproximadamente +274%,
contra cerca de +150% do Ibovespa no mesmo período.

Isso representa um crescimento de R$ 10.000 para cerca de R$ 37.464 no AUVP11 (mesmo com a taxa de 0,75%),
contra R$ 25.000 no Ibovespa.

Além disso, em 61,7% dos períodos rolling de 12 meses, o índice superou o Ibovespa com menor volatilidade e maior previsibilidade.

“A taxa de 0,75% ao ano é absurda pra um ETF”

Não é. O AUVP11 não replica um índice pronto. Ele aplica filtros fundamentalistas sobre o universo inteiro da B3, exclui setores inteiros, exige consistência de lucro, alta rentabilidade e dívida controlada. Isso não é trivial. Exige estrutura de dados, auditoria, rebalanceamento anual com base em critérios técnicos, não em volume de negociação.

Comparar com o VOO da Vanguard, que cobra 0,03% ao ano, não faz sentido. O S&P500 é um índice globalmente consolidado, com dados públicos, centenas de analistas e escala bilionária. O mercado americano é 100 vezes mais eficiente que o nosso. No Brasil, fundo com 2% de taxa de administração mais 20% de performance capta R$ 1 trilhão. E ninguém reclama.

Mesmo com a taxa de 0,75%, o AUVP11, no backtest de 10 anos, rendeu bem mais que o Ibovespa. R$ 10 mil investidos teriam virado R$ 37 mil com o índice. No Ibov, R$ 25 mil. No futuro a taxa pode abaixar com toda a certeza, isso depende da nossa captação.

“É só mais um ETF de ações, igual aos outros”

Errado. A maioria dos ETFs no Brasil replica o Ibovespa ou variações dele. O AUVP11 parte do zero. Ele filtra todo o mercado brasileiro com base em fundamentos objetivos. Só entra empresa com lucro recorrente, margem líquida acima de 8%, ROE acima de 10%, dívida controlada e governança mínima. E ainda exclui setores inteiros historicamente ruins, como varejo, proteína animal e transporte aéreo.

“Não é só uma análise fundamentalista básica?”

Não. A diferença está na consistência, na objetividade dos critérios e na automatização. Isso não é o investidor abrindo balanço com a barriga no sofá. É um índice auditável, replicável, rebalanceado anualmente, que exige que os fundamentos se sustentem por vários anos, não por um trimestre bom. É a lógica do buy and hold, mas com régua alta.

“É concentrado demais em bancos”

Sim, hoje é. Mas não porque privilegia o setor. O índice não força diversificação artificial. Ele só não limita o peso das empresas que mais entregam resultado. E no Brasil, quem passou pelos filtros com consistência nos últimos 10 anos foram os bancos. Quando outros setores melhorarem e atenderem aos mesmos critérios, entram. A concentração é consequência do filtro, não um viés do índice.

“Pode acabar vendendo empresa boa na baixa e comprando na alta”

Não funciona assim. O rebalanceamento é anual, e a empresa só sai se os fundamentos piorarem de forma sustentada. Não é um índice que reage a susto de curto prazo. Da mesma forma, uma empresa só entra se apresentar fundamentos sólidos por pelo menos cinco anos. Isso evita girar carteira à toa e reduz justamente o risco de entrar na alta e sair na baixa.

“Vai mal em bull market”

Depende do tipo de bull market. Se o rali for puxado por empresas boas, com lucro e fundamentos, o AUVP11 acompanha ou até lidera. Mas se for alta baseada em empresas quebradas que anunciaram turnaround, estatal inflada por interferência política ou IPO de hype, ele vai ficar de fora — por escolha, não por erro. O ETF não tenta ganhar todo trimestre. Ele aposta na consistência ao longo de ciclos.

“Não seria melhor fazer um fundo ativo então?”

Fundos ativos têm o mérito deles. Mas um ETF com regras claras e automáticas elimina conflito de interesse, rebate escondido e decisões emocionais. Além disso, é muito mais transparente, líquido e acessível. O AUVP11 não depende da visão de um gestor tentando acertar o próximo setor vencedor. Ele segue critérios que qualquer investidor de longo prazo usaria se tivesse tempo e estrutura.

“Os ativos do AUVP11 são manjados, tipo Itaú, WEG, Bradesco…”

Sim, são. E não é por acaso. Empresas perenes, lucrativas, bem geridas e com histórico consistente não são segredo. São ignoradas por gente que prefere procurar o próximo foguete. O AUVP11 não tenta ser novidade. Ele tenta ser confiável. E no Brasil, o feijão com arroz bem feito funciona.

“Se a tributação de dividendos for aprovada, o ETF perde valor?”

Muito pelo contrário. O AUVP11 não distribui dividendos, ele reinveste automaticamente. Se a nova lei tributar dividendos recebidos por pessoas físicas, ETFs como o AUVP11 e o DIVO11 passam a ter vantagem tributária. O imposto é diferido e só incide na venda da cota. Isso melhora o efeito de capitalização no longo prazo.

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