Bem normal: o que é, como funciona, exemplos

11 de junho de 2025 - por Diogo Silva


Você pode nunca ter ouvido falar sobre bem normal, mas acredite, ele está fortemente presente na economia e no dia a dia de todo mundo. Esse tipo de bem corresponde ao crescimento de demanda sobre algum produto ou serviço de acordo com o aumento da renda das pessoas.

Parece um pouco confuso, mas não é! Por exemplo: se você compra certo produto e de repente recebe um aumento, irá consumir outros produtos, mais caros e de maior qualidade. Para facilitar o seu entendimento, confira o texto completo a seguir.

O que é bem normal?

Esse é um termo da Economia que refere-se ao bem cuja demanda aumenta de acordo com o crescimento da renda do consumidor. De modo direto, quanto maior a renda do consumidor, mais ele tende a comprar esse bem.

O conceito de Bem Normal contrapõe-se ao de Bem Inferior, onde a demanda diminui quando a renda do consumidor cresce. Vale ainda destacar que, apesar do termo “bem normal’, esse conceito também aplica-se a serviços.

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Exemplos de bem normal

Para entender melhor como funciona o bem normal, vamos falar sobre o segmento de bebidas. Pedro é um consumidor de cerveja semanalmente.

A renda dele não é muito alta, logo, ele vai ao mercado e compra uma marca popular, mais barata. Isso quer dizer que ele escolhe baseado no preço e prioriza os bem com menor preço, mesmo que não tenha tanta qualidade.

Eventualmente, Pedro é promovido no seu emprego e ganha um aumento salarial. Mas, sua renda aumenta. Quando isso acontece, ele passa a comprar cervejas mais caras.

Esses produtos são bem normais. Assim como Pedro, vários consumidores vão comprar cervejas mais caras quando sua renda aumentar.

Relação entre o bem normal e elasticidade-renda

Sabe aquele tipo de coisa que a gente compra mais quando passa a ganhar um pouco mais de dinheiro? Isso é o que chamamos de bem normal.

Como explicamos acima, quando a nossa renda aumenta, a tendência é que a gente consuma mais desses bens, porque eles fazem parte do que a gente realmente quer ou precisa no dia a dia.

Agora, para entender melhor o quanto esse consumo muda quando a renda sobe ou desce, a gente usa um conceito chamado elasticidade-renda da demanda.

Basicamente, ela mostra o quanto a quantidade que a gente compra varia em resposta a uma mudança na renda. Se essa elasticidade for positiva, significa que o bem é normal, ou seja, quando ganhamos mais, compramos mais.

Tem uns bens que são ainda mais sensíveis a isso, chamados bens de luxo, que fazem a gente querer comprar muito mais quando a renda aumenta.

Por outro lado, existem os bens essenciais, que a gente até compra um pouco mais, mas sem aquela empolgação toda. E, claro, tem os bens inferiores, que são aqueles que a gente acaba deixando de lado quando passa a ter uma renda maior, porque prefere coisas melhores.

No fim das contas, entender essa relação ajuda a gente a sacar como o nosso jeito de consumir muda conforme o dinheiro que entra no bolso. É uma forma de entender o que a gente valoriza mais em diferentes momentos da vida.

Tipos de bem normal

1. Bem essencial

São aqueles bens que as pessoas continuam comprando mesmo quando a renda varia, mas a quantidade comprada aumenta de forma menos que proporcional ao aumento da renda. Ou seja, a elasticidade-renda está entre 0 e 1.

Exemplos comuns são alimentos básicos, roupas básicas e serviços essenciais. Mesmo que a renda suba, o consumo desses bens cresce devagar, porque já se consome uma quantidade mínima necessária.

2. Bem de luxo

Esses bens têm uma elasticidade-renda maior que 1, ou seja, a demanda cresce proporcionalmente mais que o aumento da renda.

Quando a renda aumenta, as pessoas consomem muito mais desses bens, porque eles são vistos como símbolos de status ou itens de desejo. Exemplos incluem viagens internacionais, carros importados, roupas de grife, eletrônicos sofisticados, entre outros.

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Quais são as diferenças entre o bem normal e o bem inferior?

Como falamos de forma rápida no início do texto, os bens normais contrastam diretamente com o bem inferior. Isso porque o segundo citado e aquela que a quantidade demandada reduz de acordo com o aumento da renda do indivíduo.

Estes são mais raros em uma economia se comparados aos bens normais, mas também estão presentes no dia a dia da população.

Um grande exemplo de bem inferior são as passagens de ônibus. Com o aumento da renda das pessoas, elas podem comprar um veículo próprio, ou seja, vai reduzir a demanda por passagens de ônibus.

Outro grande exemplo de bem inferior é a carne de segunda qualidade. Se a renda das pessoas aumenta, elas começam a procurar por carnes de primeira qualidade, diminuindo assim a busca por segunda e terceira qualidade.

Assim é possível entender que os bens inferiores possuem elasticidade renda da demanda negativa. Isso quer dizer que é uma relação inversamente proporcional. Quando a renda sobre a quantidade demandada por bens inferiores cai, e vice-versa.

Outros tipos de bens

1. Bem complementar

Bens complementares são aqueles que costumam ser consumidos juntos, ou seja, a demanda de um está diretamente ligada à demanda do outro. Um bom exemplo é o carro e a gasolina.

Se alguém compra um carro, inevitavelmente vai precisar de combustível. O mesmo vale para impressoras e cartuchos ou pão e manteiga. Se o preço de um desses bens sobe muito, o consumo do outro pode cair também.

2. Bem substituto

Os bens substitutos funcionam como alternativas um ao outro. Quando o preço de um aumenta, o consumidor pode optar pelo outro, caso seja mais vantajoso.

Um exemplo comum é a escolha entre margarina e manteiga, ou entre café e chá. Se a manteiga fica muito cara, muitas pessoas passam a comprar margarina em seu lugar, e vice-versa.

3. Bem de saciedade

Alguns bens têm um limite natural de consumo, independentemente do aumento da renda. Esses são os chamados bens de saciedade.

Um exemplo clássico é o sal: por mais dinheiro que alguém tenha, não há motivo para comprar ou consumir grandes quantidades de sal, já que ele é usado em pequenas doses e em situações muito específicas. Passado um certo ponto, a demanda simplesmente não cresce mais.

4. Bem de Giffen

Esse é um tipo especial e raro de bem inferior. O bem de Giffen é aquele que, em situações muito específicas, geralmente envolvendo populações de baixa renda, tem sua demanda aumentada quando o preço sobe.

Parece contraditório, mas acontece porque o aumento de preço faz com que o consumidor, sem condições de comprar produtos melhores, precise consumir ainda mais daquele bem barato e básico, como certos tipos de pão ou arroz. É uma exceção à regra da lei da demanda.

5. Bem Veblen

Os bens de Veblen também são exceções, mas por um motivo bem diferente: neles, o aumento do preço atrai ainda mais consumidores. Isso ocorre porque o bem passa a ser visto como símbolo de status.

Nesse caso, quanto mais caro, mais desejado ele se torna. É o que acontece com bolsas de grife, relógios de luxo ou carros esportivos exclusivos, que são consumidos não só pela utilidade, mas pelo prestígio que representam.

Fontes: Mais Retorno; Suno;

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