1 de dezembro de 2021 - por Reuters
PARIS (Reuters) – O principal risco para as perspectivas econômicas globais é de que o atual salto da inflação mostre-se mais longo e seja mais forte do que o atualmente esperado, disse a OCDE nesta quarta-feira.
O crescimento global deve atingir 5,6% neste ano antes de se moderar para 4,5% em 2022 e 3,2% em 2023, disse a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira em seu cenário econômico.
Isso sofreu pouca alteração em relação à estimativa anterior de 5,7% para 2021, enquanto a previsão para 2022 ficou inalterada. Foi a primeira vez que a OCDE divulgou projeções para 2023.
Com a economia global se recuperando com força, as empresas estão encontrando dificuldades para atender ao retorno da demanda dos clientes pós-pandemia, provocando alta da inflação em todo o mundo em meio a gargalos nas cadeias de oferta globais.
Como a maioria das autoridades, a OCDE disse que o salto deve ser transitório e diminuir conforme a demanda e a produção voltarem ao normal.
“O principal risco, no entanto, é de que a inflação continue a surpreender para cima, forçando os principais bancos centrais a apertarem a política monetária mais cedo e com mais força do que projetado”, disse a OCDE.
Desde que esse risco não se materialize, a inflação na OCDE como um todo deve chegar a um pico de cerca de 5% e recuar gradualmente a cerca de 3% até 2023, disse a organização sediada em Paris.
Diante desse cenário, o melhor que os bancos centrais podem fazer por enquanto é aguardar que as tensões de oferta diminuam e sinalizar que vão agir se necessário, disse a OCDE.
Para os Estados Unidos, a OCDE projetou crescimento econômico de 5,6% este ano, 3,7% em 2022 e 2,4% em 2023, contra projeções anteriores de 6,0% em 2021 e 3,9% em 2022.
A perspectiva para a China também foi menos otimista, com previsão de expansão de 8,1% em 2021 e 5,1% tanto em 2022 quanto em 2023. Anteriormente a OCDE calculava 8,5% em 2021 e 5,8% em 2022.
Mas o cenário é um pouco melhor para a zona do euro do que esperado antes, com o crescimento calculado em 5,2% em 2021, 4,3% em 2022 e 2,5% em 2023, de previsões anteriores de 5,3% em 2021 e 4,6% em 2022.
(Reportagem de Leigh Thomas)