20 de setembro de 2021 - por Pedro Martoly
De 69% dos investidores de varejo, em todo o mundo, que têm vontade de aplicar em mercadorias sustentáveis, somente 10% realmente introduzem verba nesse setor. Esse é um dado divulgado pela Associação Global de Profissionais de Investimento (CFA).
Ou seja, a maioria das pessoas demonstra certo interesse. Contudo, os investidores veem como impedimento a falta do simples naquilo que não deveria ser complicado e um ajuste uniforme na indústria, segundo os autores do Fórum Econômico Mundial.
Ainda de acordo com o artigo, se os investimentos também acontecessem de maneira simplista e se seguissem padrões, algo a mais iria despertar nos investidores de varejo além de apenas vontade. Sendo assim, a monetização iria movimentar o mercado no setor sustentável e as empresas iriam buscar mais sobre projetos sustentáveis.
No Brasil
O rendimento no Brasil de investimentos realizados em mercadorias que seguem o plano da Agenda Ambiental, Social e de Governança (ESG) não está aumentando como o esperado. Isso inclui também em relação aos números de novos investidores na bolsa e no aumento da fabricação de produtos sustentáveis.
A análise é do fundador e presidente do Granito Group e também professor de finanças sustentáveis na Nova School of Business and Economics, em Portugal, Rodrigo Tavares.
ESG
Tavares ainda acrescenta sobre a falta de informação sobre mercadorias da Agenda Ambiental, Social e de Governança (ESG) entre os investidores de varejo. Portanto, a preocupação de que o rendimento será afetado de forma negativa ainda é presente. No entanto, o especialista afirma também que a ESG além de um artigo de venda é também uma maneira de investir.
Rodrigo acredita ainda que, futuramente, o envolvimento do ESG será tão comum entre os investidores individuais que será necessário somente um certificado de aprovação da Agenda Ambiental, Social e de Governança para saber se o produto foi bem construído, ou não.
Além disso, as mercadorias não teriam um excesso de informação. Sendo assim, apenas dez indicadores seriam o suficiente. Como, por exemplo, a tabela nutricional dos alimentos que são disponibilizados nos comércios.
Na Bolsa de Valores
Uma pesquisa realizada pela consultoria e auditoria PwC Brasil e também do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) revelou que a maioria das empresas do Ibovespa apresenta lacunas sobre os produtos envolvidos.
- 51% das companhias não revelam a origem dos produtos;
- 49% das empresas não apresentam clareza sobre a administração de resíduos;
- 47% das companhias não demonstram informações sobre diversidade e inclusão;
- 43% das descrições sustentáveis não passam por uma inspeção independente;
- 31% das empresas não mostram compromissos mensuráveis.
É importante ressaltar que esses dados são das maiores empresas incluídas no Ibovespa da bolsa do Brasil. Ou seja, as outras companhias devem revelar ainda menos informações.
Plataforma com mais detalhes
A gestora brasileira JGP começou a desenvolver um programa com mais informações sobre investimentos ESG. Além disso, a plataforma possuirá elementos adicionais oferecidos pelas empresas da bolsa de maneira ordenada. Sendo assim, a expectativa é que o programa forneça notas de sustentabilidade para todas as companhias como um comparativo.
Portanto, as avaliações irão colocar na balança pontos ambientais, sociais e a governança. Além disso, a JGP divulgou, em julho de 2020, um tipo de manual para pessoas que têm vontade de ingressar no mundo do investimento sustentável no Brasil.
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Fonte: Valor Investe
Imagens: Stef Kuypers, SustentArqui, Money Times