Inflação preocupante, resultado de Pepsico, Banco do Brasil, Usiminas e prévia da Petrobras

9 de fevereiro de 2024, por Evelyn

Tempo de leitura médio: 11 min, 35 seg


Vamos abordar os assuntos que estão movimentando os mercados financeiros começando por aqui, as preocupações com a inflação.

Enquanto isso, nos EUA, os pedidos de seguro-desemprego ficaram abaixo do esperado, mas os investimentos de risco permanecem instáveis, influenciados pelo mercado de trabalho e pela política monetária.

No cenário internacional, a PepsiCo, que reportou resultados mistos apesar do aumento nos lucros e aqui, de volta, alguns aspectos políticos e econômicos globais, além de resultados do Banco do Brasil, Usiminas e prévia da Petrobras.

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IBOVESPA
  • IBOV: -1,33%
  • Dia 8/02/2024: 128.216
mas o que rolou de fato no último pregão?

ontem não foi um dia tranquilo para o Ibov por conta da inflação, gente. Além disso, o Bradescão véio continua caindo, regurgitando o resultado ruim apresentado. Nem a Vale subiu, mesmo como minério de ferro subindo.

Enquanto isso, nos EUA os pedidos de seguro-desemprego vieram abaixo do esperado e isso também contribui para que os investimentos de risco fiquem na pior. Assim, a gente tem um mercado de trabalho bem de boa, então a economia não está desaquecendo. Por isso, os EUA não pode baixar os juros ou, pelo menos, não pode baixar rápido, e daí as empresas sofrem com o dinheiro mais caro. Juros altos = dinheiro mais caro. Desta forma o consumo e os investimentos ficam menores e as empresas sentem a pressão.

Ao mesmo tempo, os índices futuros dos EUA já operam mistos após o S&P 500 ultrapassar 5.000 pontos e o Nikkei no Japão registrar uma alta histórica. Os mercados da Ásia e do Pacífico estão em alta marginal, enquanto os mercados europeus operam majoritariamente em alta, com destaque para a queda da inflação na Alemanha e dados econômicos da Itália.

AO MESMO TEMPO TIVEMOS OS SEGUINTES DESTAQUES DO ÚLTIMO PREGÃO

A princípio, as ações que se saíram bem dentro do índice:

  • Petz (PETZ3): R$ 3,57 (+3,18%)
  • CVC (CVCB3): R$ 3,15 (+1,94%)
  • Tim (TIMS3): R$ 18,43 (+1,15%)
  • Embraer (EMBR3): R$ 21,92 (+1,06%)
  • GPA (PCAR3): R$ 4,00 (+1,01%)

Por outro lado, os tickers com os piores desempenhos:

  • Totvs (TOTS3): R$ 29,64 (-9,77%)
  • MRV (MRVE3): R$ 6,70 (-9,46%)
  • Hapvida (HAPV3): R$ 3,47 (-5,19%)
  • Azul (AZUL4): R$ 12,38 (-4,84%)
  • Equatorial (EQTL3): R$ 34,24 (-4,30%)

Nesse meio tempo, vamos ver o que rolou nos Fundos Imobiliários:

ÍNDICE DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS:
  • IFIX: 3.340
  • Dia 8/02/2024: -0,02%

Enquanto isso, as maiores altas foram:

  1. XPPR11: R$ 20,41 (+15,14%)
  2. BTRA11: R$ 54,61 (+1,87%)
  3. MCCI11: R$ 93,28 (+1,87%)
  4. JSAF11: R$ 102,4 (+1,21%)
  5. HGCR11: R$ 103,46 (+1,09%)

Por outro lado, as maiores baixas:

  • DEVA11: R$ 43,29 (-3,77%)
  • TORD11: R$ 2,06 (-1,94%)
  • BRCO11: R$ 126,15 (-1,87%)
  • MCHF11: R$ 9,3 (-1,51%)
  • RBRF11: R$ 8,08 (-1,49%)
CÂMBIO
  • Dólar EUA: R$ 4,99 (+0,47%)
  • Euro: R$ 5,37 (+0,52%)
  • Libra Esterlina: R$ 6,29 (+0,40%)

Por fim, saindo um pouco do mercado nacional, vamos falar sobre as bolsas mundiais e os índices de mercado internacional.

Morning call de Índices Internacionais

Falando do cenário internacional, as bolsas mundiais:

Em primeiro lugar, nos Estados Unidos:

  • DOW JONES: +0,13%
  • S&P 500: +0,05%
  • NASDAQ: +0,24%

Por outro lado, nas bolsas europeias:

  • DAX (Alemanha): +0,25%
  • FTSE 100 (Inglaterra): -0,44%
  • CAC 40 (França): +0,71%
  • FTSE MIB (Itália): +0,28%

Ao mesmo tempo, nas bolsas asiáticas:

  • Nikkei (Japão): +2,06%
  • Shangai (China): +1,28%
  • KOSPI (Coreia do Sul): +0,41%

Enquanto isso, as criptomoedas nas últimas 24h (8h38):

  • Bitcoin: US$ 46.862 (+4,85%)
  • Ether: US$ 2.475 (+2,16%)

Afinal, as commodities: (commodities)

  • Ouro: US$ 2.047/onça troy (-0,19%)
  • Petróleo Brent (Futuros): US$ 81,63/barril (+3,06%)
  • Minério de Ferro (Futuros): US$ 129,07/tonelada (+1,61%)

Enfim, vamos falar de ações e stocks (exterior):

Morning call de ações

BRASIL

BANCO DO BRASIL E UM FUTURO POSITIVO

Os dados do Banco do Brasil mostram um desempenho sólido no último trimestre de 2023, com um lucro acima das expectativas do mercado e um crescimento significativo em várias áreas-chave, como a carteira de crédito e as receitas de prestação de serviços. O aumento nas carteiras de crédito, especialmente no segmento de agronegócio, reflete a eficácia das estratégias do banco em ampliar seu portfólio de empréstimos.

No entanto, o aumento nas despesas administrativas e na inadimplência sinaliza desafios que o Banco do Brasil enfrenta, incluindo pressões de custos e potenciais riscos relacionados à qualidade dos empréstimos. A capacidade do banco de gerenciar esses desafios enquanto continua a impulsionar o crescimento será fundamental para sustentar seu desempenho positivo no futuro.

Lucro no 4T23 e em 2023

O Banco do Brasil registrou um lucro líquido ajustado de R$ 9,44 bilhões no quarto trimestre de 2023, representando um crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano de 2023, o banco reportou um lucro recorde de R$ 35,6 bilhões, um aumento de 11,4% em relação a 2022.

Carteira de Crédito Ampliada

A carteira de crédito do banco encerrou o ano de 2023 com um valor total de R$ 1,1 trilhão, apresentando um crescimento sequencial de 4% e um aumento de 10,3% em relação a 2022. Destaque para o crescimento nas carteiras de pessoa física e pessoa jurídica, com ênfase no segmento de agronegócio.

Receitas de Prestação de Serviços

As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 8,74 bilhões no quarto trimestre de 2023, impulsionadas pelo segmento de mercado de capitais, que apresentou um crescimento de 66,4%. No ano de 2023, houve um crescimento de 4,6% nessa linha de receita.

Despesas e Inadimplência

As despesas administrativas do quarto trimestre de 2023 totalizaram R$ 9,3 bilhões, com aumento em Despesas de Pessoal e redução em Outras Despesas Administrativas. O índice de inadimplência INAD+90d subiu para 2,92%, com destaque para o aumento na provisão para crédito de liquidação duvidosa.

USIMINAS DEIXA PREJUÍZO PARA TRÁS

A Usiminas (USIM5) registrou um lucro líquido de R$ 974,5 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo um prejuízo de R$ 838,8 milhões no mesmo período de 2022. Esse resultado foi impulsionado principalmente pela maior recuperabilidade de prejuízos fiscais e por efeitos pontuais em custos e despesas operacionais.

Além disso, o Ebitda ajustado no 4T23 alcançou R$ 625 milhões, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, com uma margem Ebitda ajustada de 9,2%. A receita líquida no mesmo período foi de R$ 6,8 bilhões, 1,0% superior ao trimestre anterior, mas 11% abaixo do 4T22.

Por outro lado, a Usiminas planeja investir entre R$ 1,7 a R$ 1,9 bilhão em 2024, com foco em suas unidades de siderurgia e mineração. Em 31 de dezembro de 2023, o caixa líquido da empresa era de R$ 89 milhões, e o indicador de alavancagem financeira ficou em -0,05 vez.

De acordo com esses resultados, vemos uma recuperação significativa para a Usiminas e melhorias operacionais e financeiras em um ambiente desafiador.

AES E SUA SAÍDA OU NÃO DO BRASIL

O grupo americano de energia AES está considerando sair do país, mas também tem motivos para permanecer. Agora, um fator relevante para a permanência seria a entrada de um investidor financeiro no capital da AES Brasil, especialmente devido ao seu foco em energias renováveis.

No entanto, existem desafios que pesam contra a permanência da AES no Brasil, incluindo sua alta dívida e a baixa representação dos resultados da AES Brasil no balanço consolidado da AES Corporation.

Apesar disso, a AES Brasil está concluindo um ciclo de investimentos em energia renovável, com projetos de expansão que começam a gerar receita significativa. A entrada de um parceiro financeiro traria alívio financeiro e permitiria que a AES continuasse operando no país.

A presença geográfica e o foco da AES na descarbonização da matriz elétrica também são motivos para considerar a permanência no Brasil.

Porém, se a AES optar por sair do país, poderia buscar desinvestimentos em ativos não essenciais, como algumas hidrelétricas, para reduzir sua dívida e permanecer focada em energias renováveis.

Em suma, a decisão da AES de deixar ou permanecer no Brasil dependerá dos pontos acima, enquanto continua a expandir sua presença no setor de energias renováveis.

SOQUINHOS
  • Petrobras (PETR4): A produção de petróleo, gás natural e líquido de gás natural no quarto trimestre de 2023 registrou um aumento de 11,1% em relação ao mesmo período de 2022. Além disso, a empresa concluiu a compra de participações em três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe.
  • 3R Petroleum (RRRP3): A acionista Maha Energy solicitou a convocação de uma assembleia para destituir os atuais membros do conselho de administração da 3R Petroleum.

EXTERIOR

PEPSICO NÃO ANIMA COM OS RESULTADOS

A PepsiCo superou as estimativas de ganhos, reportando US$ 1,78 por ação ajustada em comparação com as expectativas de US$ 1,72 por ação dos analistas. Além disso, a empresa aumentou seu dividendo anual para US$ 5,42 por ação.

No entanto, as ações caíram 2,1% na negociação pré-mercado para US$ 170,20, apesar de terem subido 2,4% desde o início do ano.

Os investidores estão observando como os preços mais altos afetaram os resultados da Pepsi nos últimos três meses de 2023, já que a empresa enfrenta preços consistentemente mais altos no supermercado. Os aumentos de preços da Pepsi superaram significativamente os da categoria mais ampla de alimentos.

Embora os resultados da Pepsi tenham sido fortes em 2023, com um crescimento de vendas orgânicas, os investidores estão preocupados com o impacto potencial de medicamentos para perda de peso, como o Ozempic, na redução dos gastos dos consumidores em alimentos embalados e lanches. No entanto, a empresa está se adaptando a uma demanda crescente por opções mais saudáveis, investindo em produtos com porções menores, bebidas sem açúcar e alimentos convenientes com menor teor de sódio e gordura.

Apesar das preocupações de curto prazo, a PepsiCo continua sendo uma forte ação de dividendos, com um aumento de 10% no dividendo anual em 2024, marcando o 51º aumento consecutivo de dividendos da empresa. As ações agora têm um rendimento de dividendos de 3%, o que pode ser atraente em um cenário de queda dos rendimentos do Tesouro se o Federal Reserve cortar suas taxas-alvo este ano.

SOQUINHO
  • As ações da L’Oreal caíram mais de 6,7% devido a vendas abaixo do esperado, especialmente na Ásia. A empresa reportou um aumento de 7,6% nas vendas em 2023, mas as vendas do quarto trimestre ficaram aquém das expectativas, principalmente na China. Enquanto isso, a Hermès viu suas ações subirem 4,9% após um aumento nas vendas, destacando a preferência contínua por produtos de luxo. O CEO da Hermès prevê aumentos de preços em 8-9% em 2024, refletindo a forte demanda por seus produtos.

Em seguida vamos às notícias do cenário interno e mundial:

Resumo de notícias do Brasil e exterior

BRASIL

O QUE ESTÁ ROLANDO NO BRASIL
  • Tivemos um déficit primário do governo em dezembro acima do esperado, além disso, o Lula falou que não teria problema não zerar o déficit em 2024 (ou será que entendemos errado?)
  • Estimativas para 2024 indicam déficit primário do setor público, seguido de nova deterioração em 2025.
  • A entrada de dólares no mercado cambial foi de US$5,2 bilhões em janeiro. Esses valores representam um dos melhores desempenhos para o mês de janeiro, com destaque para o segmento comercial, que registrou o melhor resultado desde 2007.
  • Vendas no varejo recuaram 0,5% em janeiro em comparação com o mesmo período do ano anterior.
  • Setor de transportes terrestres enfrenta aumento na procura devido a preços aéreos elevados.
  • Balança comercial de janeiro registrou superávit recorde  de US$ 6,526 bilhões, representando o maior resultado para janeiro em toda a série histórica, desde 1989.
  • IPCA de janeiro, de 0,75%, preocupou o mercado com dados negativos.

EXTERIOR

POLITICAMENTE CORRETO – O PETRÓLEO DA RÚSSIA COMPRADO PELA ÍNDIA

A Índia mantém os preços globais do petróleo mais baixos comprando petróleo da Rússia, segundo o ministro da energia indiano. Ele afirma que se comprarem mais petróleo do Oriente Médio, os preços poderiam chegar a US$ 150. Desde a invasão russa à Ucrânia, a Índia tem comprado petróleo russo com desconto, tornando Moscou sua principal fonte de petróleo bruto. Isso reduziu as importações de petróleo do Oriente Médio para mínimos recordes.

Apesar das tensões no Mar Vermelho e dos temores de conflito no Oriente Médio, os preços do petróleo permanecem sob pressão devido à produção recorde nos EUA e à desaceleração econômica global. O ministro indiano expressou confiança de que as metas renováveis do país serão alcançadas, apesar de sua dependência atual de usinas a carvão.

AS IDEIAS DE PUTIN SOBRE A GUERRA

Atualizações recentes sobre a guerra na Ucrânia mostram que o presidente russo Putin afirmou que a Rússia não busca expandir o conflito para países como Polônia e Letônia.

Em contrapartida, os Emirados Árabes Unidos mediaram a troca de 100 prisioneiros de guerra entre Rússia e Ucrânia. O presidente ucraniano Zelenskyy nomeou um novo chefe militar, indicando mudanças significativas na liderança do país.

Por outro lado, o Senado dos EUA planeja votar em um projeto de lei de ajuda à Ucrânia, Israel e região do Indo-Pacífico, após negociações fracassadas sobre imigração.

_____________Então, quer saber mais sobre algum assunto desta edição? Vai lá no @evysardinha que a gente bate um papo legal sobre os assuntos trazidos aqui.
Assim termina nosso morning call. Bons investimentos.