Os problemas fiscais, portaria sobre trabalho no feriado e Minas Gerais negociando dívida com a União

23 de novembro de 2023, por Evelyn

Tempo de leitura médio: 23 min, 57 seg


Ouça as notícias pelo nosso podcast!

Bom dia, Investidor Sardinha. Este é mais um Soco Matinal com as principais notícias do dia no mercado financeiro e no mundo, tudo em 5 minutos, para você já começar o dia zonzo.

E quinta é dia de #TBT:

Em 1996, a Bandai lançou o Tamagotchi, um fenômeno mundial que conquistou corações com seus bichinhos virtuais. A Bandai Namco Holdings Inc., empresa por trás dessa inovação, é listada na Bolsa de Tóquio com o código de ticker 7832. Celebrando mais de duas décadas de diversão desde o lançamento, o Tamagotchi continua a ser uma lembrança querida da nossa relação com a tecnologia.

IBOVESPA

Fechou com uma alta de 0,33%, mandando ver nos 126.035 pontos, mas ficou meio na vibe de “quase lá” por causa de umas notícias fiscais chatas. Parece que o governo deu uma revisada no déficit primário pra 2023, jogando uma pá de cal nas expectativas do mercado.

O rolê começou de boa, Ibovespa até subiu quase 1% lá pelo meio do dia, mas aí, ao longo do trampo, umas notícias sobre a grana do governo começaram a preocupar geral e a coisa foi revertendo.

A notícia de que o déficit vai ser maior do que o esperado bateu pesado, tirou o brilho do dia. O Ibovespa teve que ralar pra não fechar no vermelho.

Teve também aquele papo de Minas Gerais passando uns ativos pro governo em troca de alívio na dívida, aí as ações da Cemig (CMIG4) despencaram uns 10%. E a Petrobras (PETR4), na mesma, seguindo a dança dos preços do petróleo. Agora tá todo mundo mais na defensiva com as paradas fiscais que tão abalando o mercado brasileiro.

O petróleo Brent caiu por causa de um adiamento na reunião da OPEP+. Ficou aquele climão de insatisfação com os níveis de produção de petróleo de outros países. Investidores tão de olho na Petrobras, esperando o plano de investimentos novo e tirando umas ideias sobre uma possível troca de presidente.

Apesar da treta fiscal, os juros no Brasil deram uma baixada, meio que ajudados pelo recuo no preço do petróleo. Nos EUA, os treasuries ficaram mais ou menos na mesma, já que tá rolando feriado por lá. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq até subiram um pouquinho antes do dia de Ação de Graças. Assim, o dólar, pra fechar o rolê, subiu.

Resumindo, foi aquele dia louco na Bolsa.

AO MESMO TEMPO TIVEMOS OS SEGUINTES DESTAQUES DO ÚLTIMO PREGÃO

A princípio, as ações que se saíram bem dentro do índice:

  • IRB (IRBR3): R$ 46,58 (+5,67%)
  • Marfrig (MRFG3): R$ 8,90 (+5,58%)
  • JBS (JBSS3): R$ 22,08 (+3,61%)
  • Lojas Renner (LREN3): R$ 14,92 (+3,61%)
  • Dexco (DXCO3): R$ 7,36 (+2,65%)

Por outro lado, os tickers com os piores desempenhos:

  • Cemig (CMIG4): R$ 11,30 (−10,10%)
  • MRV (MRVE3): R$ 9,65 (−3,60%)
  • Bradespar (BRAP4): R$ 24,77 (−2,29%)
  • Hapvida (HAPV3): R$ 4,55 (−2,15%)
  • Locaweb (LWSA3): R$ 6,04 (−1,95%)

Nesse meio tempo, vamos ver o que rolou nos Fundos Imobiliários:

IFIX

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX): tá marcando 3.180 pontos, rolou uma variação negativa de 0,36% ontem. No mês, subiu +0,76%, e no ano, tá brilhando com um crescimento de +10,9%.

E olha os ativos mais bem na fita agora:

  • DEVA11: R$ 44,15 (Var. dia: +1,34%)
  • TEPP11: R$ 89 (Var. dia: +1,12%)
  • WHGR11: R$ 9,46 (Var. dia: +0,85%)
  • PORD11: R$ 88,31 (Var. dia: +0,75%)
  • BRCR11: R$ 57,53 (Var. dia: +0,61%)

E os que tão meio na baixa:

  • JSRE11: R$ 73,59 (Var. dia: -3,13%)
  • BTAL11: R$ 79,81 (Var. dia: -2,66%)
  • HGRE11: R$ 132,29 (Var. dia: -2,64%)
  • HTMX11: R$ 169,94 (Var. dia: -2,04%)
  • BCFF11: R$ 72,23 (Var. dia: -1,68%)
CÂMBIO
  • Dólar EUA: R$ 4,90 (+0,13%)
  • Euro: R$ 5,33 (-0,21%)
  • Libra Esterlina: R$ 6,12 (-0,25%)

Por fim, saindo um pouco do mercado nacional, vamos falar sobre as bolsas mundiais e os índices de mercado internacional.

Morning call de Índices Internacionais

Os problemas fiscais, portaria sobre trabalho no feriado e Minas negociando dívida com a União

Imagem: touro e uso na frente de um globo com o gráfico atrás – Fonte: Suno

Falando do cenário internacional, as bolsas mundiais:

Assim, temos nos Estados Unidos a performance dos principais índices:

  • DOW JONES: +0,53%
  • S&P 500: +0,41%
  • NASDAQ: +0,46%

Por outro lado, nas bolsas europeias tivemos os seguintes resultados:

  • DAX (Alemanha): +0,36%
  • FTSE 100 (Inglaterra): -0,17%
  • CAC 40 (França): +0,43%
  • FTSE MIB (Itália): +0,01%

Ao mesmo tempo, nas bolsas asiáticas:

  • Nikkei (Japão): +0,24%
  • Shangai (China): -0,79%
  • KOSPI (Coreia do Sul): +0,05

Enquanto isso, as criptomoedas nas últimas 24h (09h):

  • Bitcoin: US$ 37.373 (+2,53%)
  • Ether: US$ 2.062 (+2,35%)

Assim como as commodities: (commodities)

  • Ouro: US$ 1.991/Onça troy (-0,50%)
  • Petróleo Brent (Futuros): US$ 81,69/barril (-0,92%)
  • Minério de Ferro (Futuros): US$ 129,84/tonelada (+0,22%)*

*mas já temos notícia que há intervenção chinesa e o ferro teve queda (próximo pregão veremos)

Enfim, vamos falar de ações e stocks (exterior):

Morning call de ações

Os problemas fiscais, portaria sobre trabalho no feriado e Minas Gerais negociando dívida com a União

Imagem: gráfico mostrando linhas em queda – Fonte: Toro Investimentos

BRASIL

CEMIG AFUNDA COM IDEIA SOBRE REPASSE DE ATIVOS EM TROCA DE DÍVIDA

As ações da Cemig (CMIG4) tombaram quase 10%, fechando a R$11,35, depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, topou passar ativos pro governo federal pra abater a dívida do estado com a União. No rolê, Zema se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que tá querendo liderar a negociação da dívida. O plano de Pacheco inclui até uma federalização das empresas Cemig, Copasa, e Codemig, mas com um esquema de recompra pelo estado depois de 20 anos. A parada não tá 100% fechada, mas Zema espera uma resolução no 1º tri de 2024.

Essa ideia pode ser muito ruim pra Cemig e Copasa, podendo mudar a gestão e os planos das empresas. Assim como há vários desafios pra esse acordo rolar, como a aprovação de leis e a análise do TCU. Mesmo com a queda nas ações, não se emocione. A Cemig tombou 9,71%, enquanto a Copasa caiu 2,83%. Para a coisa andar, ainda depende de um projeto de lei do governo estadual pra tramitar certinho na assembleia de MG. Ou seja, ainda tem muita água pra rolar nesse moinho.

MARFRIG E MINERVA E UMA AJUDINHA

Lula botou lenha na fogueira do negócio entre Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3). Ele indicou quatro figuras pro Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que destrava a operação de R$ 7,5 bilhões entre as empresas.

Os novos nomes, José Levi Mello do Amaral Júnior, Camila Cabral Pires Alves, Diogo Thomson de Andrade e Carlos Jacques Vieira Gomes, vão ocupar os lugares deixados por conselheiros que já encerraram seus mandatos. Antes desse rolê, a parada tava travada porque o Cade tava operando na base do “menos é mais”, só com três conselheiros trabalhando.

Mas calma, ainda tem um caminho pela frente. Esses indicados vão ter que encarar a sabatina no Senado e passar pelo plenário. As datas disso tudo ainda não foram marcadas.

O presidente do conselho da Marfrig, Marcos Molina, acredita que, se tudo correr como planejado, o negócio vai ser selado até o segundo trimestre de 2024. Pra Marfrig, o closing desse rolo significa uma bolada no caixa, com R$ 1,5 bilhão já na conta. O restante dos R$ 6 bilhões só vai pingar quando os novos conselheiros derem o sinal verde.

Pros lados da Minerva, as novas unidades vão turbinar a capacidade de abate, somando mais de 7.000 cabeças por dia no Brasil. No total, a capacidade de abate na América do Sul vai aumentar em 43,7%.

GANHA DAQUI, GANHA DE LÁ

A Itaúsa (ITSA4) tá com novidades: vai aumentar o capital social em R$ 8,8 bilhões e ainda liberar um agrado de 5% em ações pros acionistas. Essa jogada vai criar 491.816.639 novas ações, sendo 169.014.392 ordinárias e 322.802.247 preferenciais, e elas vão de graça pros acionistas, na base de 5 novas pra cada 100 que eles já têm.

Quem vai curtir esse bônus? Só os acionistas que tiverem ações da Itaúsa no dia 27 de novembro de 2023. Se for o seu caso, pode se preparar.

O capital social da empresa vai dar um pulo pra R$ 73,189 bilhões depois desse movimento, com um total de 10.328.149.431 ações, incluindo 3.549.302.243 ordinárias e 6.778.847.188 preferenciais.

A entrega das ações extra vai rolar no dia 29 de novembro, e quem garantir essa bonificação vai poder abocanhar qualquer dividendo ou juros sobre o capital próprio que aparecerem depois dessa data.

A Itaúsa tá apostando que essa operação vai tornar as ações mais acessíveis e movimentar mais o mercado, o que, segundo eles, é um win-win pros acionistas.

DINHEIRIN NO BORSO?

A Camil Alimentos (CAML3) e a Kepler Weber (KEPL3) estão distribuindo alegria aos acionistas com uma chuva de proventos. A Camil mandou ver com R$ 25 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), cerca de R$ 0,072904683 por ação ordinária. Quem tiver as ações na base até 27 de novembro vai ganhar essa bolada, e a entrega dos presentes tá marcada pro dia 6 de dezembro. Ah, a galera que comprar ações a partir do dia 28 de novembro vai ficar só na vontade, porque já vai estar no esquema “ex-JCP”.

Já a Kepler Weber (KEPL3) resolveu se jogar no dinheiro também. Vai liberar R$ 12,3 milhões em JCP (R$ 0,06947597 por ação) e mais R$ 7,7 milhões em dividendos intermediários (R$ 0,04367165 por ação). Quem tiver as ações até 28 de novembro vai ser contemplado. Mas se alguém pensar em comprar a partir do dia 29 de novembro, já sabe, não vai ter direito aos dividendos e JCP dessa vez.

A festa na Kepler rola dia 11 de dezembro, então, galera, marca na agenda e prepara pra receber esse dinheirinho!

CVC JOGOU A ISCA E A GALERA ABRAÇOU

A CVC (CVCB3) movimentou forte, hein? Na última terça-feira (21), a galera exercitou 98% dos bônus de subscrição emitidos, totalizando suados 81,67 milhões de bônus. Resultado: a CVC soltou 81,67 milhões de novas ações, embolsando uma grana boa de R$ 226,2 milhões. Esse montante já foi integralizado e creditado aos sortudos que se aventuraram nesse exercício financeiro.

Os bônus que ficaram de bobeira sem exercício foram pro limbo, foram extintos. E pra oficializar todo esse auê, o Conselho de Administração da CVC vai bater um papo na sexta-feira (24) para dar o carimbo no aumento de capital que veio com esse movimento todo.

O mercado tá fervendo!

ETANOL DE MILHO

A Vibra Energia, principal distribuidora de combustíveis do Brasil, está de olho no crescimento do etanol de milho. A empresa quer levar esse biocombustível para regiões do Norte, onde a gasolina ainda é predominante. A ideia é aproveitar a expansão da produção de etanol de milho no Brasil para conquistar mercados que dependem fortemente de combustíveis fósseis. Ernesto Pousada Jr., CEO da Vibra Energia, destaca que a utilização do milho como matéria-prima torna o etanol competitivo em locais onde o etanol de cana é caro demais em comparação com a gasolina.

A Vibra, que já opera mais de 8.400 postos de gasolina, está focada em energias renováveis, com o etanol desempenhando um papel central na estratégia da empresa. Além de investir no etanol de milho, a Vibra está aberta a explorar o mercado de combustível de aviação verde, como o SAF (combustível de aviação sustentável). Pousada destaca que essa diversificação não é apenas uma proteção para o negócio, mas uma oportunidade de crescimento, apontando para a possibilidade de o SAF se tornar uma commodity de exportação no Brasil.

MAIS UM CAPÍTULO DA SABESP

A galera na Assembleia de SP deu sinal verde pra privatizar a Sabesp. O deputado Barros Munhoz bateu o martelo, com 27 votos a favor e 8 contra nas comissões. Agora, a jogada vai pro plenário, e o governo quer votar logo, precisando de 48 votos. A oposição tentou bater de frente, querendo que fosse uma PEC, o que exigiria mais votos, uns 57. O governo de SP quer cortar sua fatia nas ações da Sabesp de 50,3% para algo entre 15% e 30%. A ideia é que, até 2033, a empresa gaste R$ 56 bilhões para levar água e esgoto pra todo mundo em São Paulo. O diretor da Sabesp diz que, se não rolar a privatização, a conta vai subir.

Por fim, as ações deram uma subida de 1,43% nesse vai e vem todo, acumulando alta de 18,09% no ano e 12,93% só em novembro.

EXTERIOR

BANCO INTER SOFRE QUEDA, ENTENDA O MOTIVO

O Banco Inter (INTR; INBR32) enfrentou um dia de queda na bolsa, com os BDRs e ações na Nasdaq registrando perdas superiores a 6%. A queda foi motivada pelo BTG Pactual, que rebaixou a recomendação de “compra” para “neutra” em um relatório. De acordo com o relatório ele observou que o rali das ações ocorreu mais rapidamente do que a recuperação dos resultados operacionais, pressionando os múltiplos do papel.

O banco de investimentos destacou que os movimentos foram intensos e rápidos, apesar das perspectivas de melhoria nos próximos trimestres. O atual retorno sobre o patrimônio (ROE) está em 5,16% e foi considerado como muito baixo. Para melhorar essa marca, o Inter precisará acelerar a carteira de crédito, aumentar as margens, diluir as despesas operacionais e reduzir o custo de risco.

Apesar das preocupações, o Banco Inter reverteu o prejuízo no terceiro trimestre de 2023, registrando um lucro líquido de R$ 104 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 29,5 milhões no mesmo período de 2022. A base de clientes cresceu para 1 milhão, e a receita bruta total atingiu R$ 2,1 bilhões.

HUAWEI NO BRASIL

A Huawei Cloud tá querendo trazer uns modelos de inteligência artificial turbinados direto da China para o Brasil. Tipo, os caras tão falando de uns sistemas que são puro ouro.

Tem o Pangu, que é um bicho voltado para negócios, usando um tal de aprendizado de máquina de alto desempenho. Os chineses já usam isso lá, e agora querem botar pra jogo aqui. Imagina só, em vez de esperar 5 horas pra calcular a trajetória de um tufão, com o Pangu é só piscar que em 10 segundos tá tudo resolvido. É ou não é uma loucura?

E tem mais, óbvio. Eles soltaram o Pangu Weather, que é tipo um herói da meteorologia. Dizem que dá pra prever o tempo com uma precisão absurda. Tipo, prever um tufão nos próximos 10 dias levava cinco horas, mas agora, com o Pangu, são só 10 segundos. Tô falando sério!

E pra fechar o pacote, os caras inventaram o MetaStudio, que cria avatares digitais em tempo recorde. Antes, demorava nove dias para a parada ganhar vida, mas agora é só esperar três minutos. A Huawei tá investindo pesado nessa parada, soltou uns bilhões em pesquisa e desenvolvimento em 2022. A jogada tá forte!

Em seguida vamos às notícias do cenário interno e mundial:

Resumo de notícias do Brasil e exterior

Os problemas fiscais, portaria sobre trabalho no feriado e Minas Gerais negociando dívida com a União

Imagem: porquinho em cima de uma pilha do jogo “caiu, perdeu” e uma mão retirando um bloquinho – Fonte: Valor Investe

BRASIL

MAIS DÉFICT

O governo deu um up no déficit para 2023, agora batendo os R$ 177 bilhões, e mandou ver num bloqueio de R$ 5 bilhões no orçamento. A conta, segundo os Ministérios do Planejamento e da Fazenda, passou de R$ 141,4 bilhões para esse novo valor, que representa 1,7% do PIB. A coisa fica ainda mais salgada se a gente usar a metodologia “abaixo da linha”, que aponta para um déficit de R$ 203,4 bilhões.

O detalhe é que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) abraçava um déficit de até R$ 213,6 bilhões, mas, beleza, bora lá. O presidente Lula vai ter que segurar mais as pontas e bloquear mais R$ 1,1 bilhão para não desandar as regras fiscais, subindo o total contingenciado para R$ 5 bilhões.

A história por trás desse desvio é uma queda de R$ 14 bilhões na receita líquida e um salto de R$ 21,9 bilhões nas despesas totais. Detalhes curiosos incluem uma redução nos depósitos judiciais e na arrecadação de impostos, enquanto as despesas foram lá para cima por compensações para Estados e municípios, e aumento do mínimo da Saúde.

As projeções para 2023 também tiveram uma repaginada, com o PIB nominal indo para R$ 10,711 trilhões, uma baixada nas estimativas para o PIB real (3,04%), e uma inflação que ficou mais comportada, esperando uns 4,66%. As previsões para a taxa Selic e câmbio também tiveram uns ajustes. É, a vida segue com altos e baixos.

O GOVERNO TEVE QUE ADIAR A MUDANÇA

O governo deu uma de voltinha e cancelou a portaria que mexia com o trabalho no comércio nos feriados. Por enquanto o Ministério do Trabalho e Emprego vai republicar a portaria nos próximos dias, mas só vai valer a partir de março de 2024. A ideia é que, até lá, um grupo de representantes do governo, empregadores e empregados bata um papo e chegue num acordo nacional sobre o assunto. Depois desse papo, se precisar, eles podem mudar a portaria do governo.

O ministro Luiz Marinho explicou que a portaria que eles cancelaram tinha revogado outra de 2021 que liberava geral o trabalho nos domingos e feriados em vários setores do comércio. Só que essa ideia tava meio fora da lei, e a nova portaria quer valorizar as negociações coletivas, dizendo que o trampo nos feriados precisa ser acertado na base da conversa.

Na terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou uma parada pra derrubar essa portaria do Ministério do Trabalho, mas Marinho jura que a decisão de dar pra trás foi por causa das reclamações do setor, não pela ação dos parlamentares.

E A NOVELA FISCAL CONTINUA

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, deu um toque que mesmo com uns perrengues nas contas de 2023, a parada de zerar o déficit em 2024 segue de pé. Ele mandou a real que uns pepinos desse ano, como compensações a Estados e mudanças nos depósitos judiciais, não vão afetar o rolê de 2024.

Ceron meteu mais R$ 20 bilhões na conta para 2023, mas jurou que vai tirar essa pressão toda em 2024. O cara sublinhou a importância das manhas no Congresso para turbinar a grana no próximo ano, dizendo que os políticos estão de olho e apoiando a missão de recuperar a grana.

Ele bateu na tecla de que o plano para 2024 é firme, botando fé nas medidas já apresentadas pela equipe econômica. Falou que se rolar algo fora do comum, a galera vai ficar sabendo numa boa, na moral. O Ceron explicou que uns perrengues, como compensações aos Estados e precatórios, eram uns bagulhos de anos passados que precisavam ser acertados. Ele ainda jogou luz sobre a ‘tese do século’ do STF, que deixou o jogo fiscal meio louco.

O secretário destacou que por enquanto estão buscando soluções, tipo a MP da Subvenção que já tá no Congresso. Sobre a decisão do STF em excluir o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins, ele disse que estão batendo um papo com o Supremo para ver o que dá para fazer e como minimizar os impactos dessa treta.

SAÚDE E EDUCAÇÃO

Antes de mais nada, o TCU deu o aval para o governo adiar para 2024 os gastos mínimos com Saúde e Educação, numa boa. A turma técnica do TCU e o Ministério Público já estavam na mesma vibe, liberando o governo dessa obrigação em 2023. O ministro Augusto Nardes, que estava pilotando esse rolê, explicou que aplicar regras novas retroativamente para o ano todo é furada, pois as coisas mudam durante o orçamento, né? Ele destacou que isso seria meio sem noção, considerando que a execução do orçamento vai se desenrolando aos poucos no ano.

Apesar disso, na época do teto de gastos, entre os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, os gastos com Saúde e Educação seguiam os valores de 2016, com alguns ajustes pela inflação. No entanto, em agosto, com a aprovação desse esquema fiscal, voltou a valer a regra que destina 15% da grana da receita para Saúde e 18% da receita de impostos para Educação.

Do mesmo modo, Nardes explicou que nos primeiros meses de 2023, quando estavam tocando os projetos de Saúde e Educação, estavam na pegada do orçamento antigo, sujeitos aos mínimos do esquema antigo. Assim, não dava para prever certinho quando iriam trocar para o novo trampo.

Em conclusão, o veredito pede para comunicar vários setores, como Ministério da Fazenda, Casa Civil, Comissão Mista de Planos do Congresso, e as consultorias de orçamento da Câmara e do Senado. A decisão do TCU foi solicitada pelo Ministério da Fazenda em setembro. Em outubro, o governo sancionou uma lei dando uma aliviada nos gastos com Saúde em 2023, como parte do esquema para compensar estados e municípios pelas perdas no ICMS. Esse trampo foi na ideia do Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara, que utilizou a Lei Orçamentária de 2023, contribuindo para diminuir o gasto extra no cálculo do piso.

PASSAGEM AÉREA MAIS BARATA? VAI SONHANDO POR ENQUANTO

As companhias aéreas pediram um prazo maior para baixar os preços. A ideia inicial era que elas encaminhassem o plano de redução até 24 de novembro, mas ocorreu um pedido de “calma aí”. Contudo, o Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, está no centro desse cenário e já iniciou as reuniões com as empresas. Apesar disso, a resposta só deve ser obtida lá pelo meio de dezembro.

Do mesmo modo, o ministro já compartilhou a primeira parte da proposta com o ministro da Casa Civil e planeja discutir a questão com o presidente Lula da Silva após a COP28. A previsão é lançar o programa no finalzinho de janeiro de 2024, para que as pessoas já estejam atentas às opções de voos mais acessíveis.

Costa Filho expôs suas intenções durante um evento em Brasília, o Fórum de Brasília. Ele almeja transformar a aviação durante o mandato de Lula, propondo a requalificação e criação de 116 aeroportos regionais, a expansão de voos para mais 80 cidades e o crescimento nas rotas internacionais. A parada está intensa. Pelo menos nas ideias, né?!

EXTERIOR

O NEGÓCIO É AÇÚCAR DE BETERRABA

A União Europeia está expandindo a produção de açúcar de beterraba devido aos preços em alta, alcançando 15,5 milhões de toneladas na safra 2023/24. Isso representa um aumento de 5,6% em relação ao ano anterior, impulsionado por um acréscimo de 1,4 milhão de hectares na área cultivada, especialmente na Polônia, Espanha e Romênia.

Ainda assim, a França, maior produtora de açúcar da Europa, está reduzindo sua área em 6% devido a proibições de inseticidas. Além disso, o aumento na produção também se reflete globalmente, com o USDA prevendo um acréscimo de 8,2 milhões de toneladas na safra global de 2023/24, liderado por Brasil e Índia.

No Brasil, condições climáticas favoráveis estão impulsionando a produção de cana-de-açúcar, com um aumento de 7,8% em relação à safra anterior. O setor brasileiro está investindo para otimizar a extração de açúcar e aproveitar os preços positivos. Em termos de demanda, espera-se um crescimento global de 1,2%, alcançando 178,4 milhões de toneladas, reduzindo os estoques globais pelo terceiro ano consecutivo.

Em síntese, o cenário global mostra uma tendência positiva na produção de açúcar, com diversos países, como Brasil e Índia, liderando o aumento. Portanto, a demanda crescente e as condições climáticas favoráveis estão contribuindo para um panorama otimista no setor açucareiro.

Assim termina nosso morning call. Bons investimentos.
Quer saber mais sobre algum assunto desta edição? Vai lá no @evysardinha que a gente bate um papo legal sobre os assuntos trazidos aqui.