29 de novembro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Outro dia, enquanto eu estava na casa de um amigo, ouvi uma frase simples que abriu uma série de reflexões sobre comportamento humano, consumo e o sistema no qual estamos inseridos. Ele havia jogado um brinquedo para o cachorro correr atrás e, assim que o animal saiu, fechou a porta. Rindo, comentou: “Como que o cachorro cai nisso?”
A partir dessa frase aparentemente banal, comecei a pensar em como nós, seres humanos, muitas vezes caímos em truques ainda mais óbvios e repetidamente.
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O que aprendemos com o truque do cachorro?
O cachorro pode cair no mesmo truque centenas de vezes. Mas nós, seres humanos, não somos tão diferentes assim. Aliás, talvez sejamos até mais fáceis de manipular, porque criamos justificativas elaboradas para comportamentos que, no fundo, são irracionais.
Essa percepção me levou a pensar nos ciclos que repetimos sem perceber: consumismo, busca por status, endividamento e a eterna tentativa de parecer mais do que somos.
Vale a pena comprar um imóvel?
Se olharmos para nossos pais e avós, eles tinham um pensamento muito mais objetivo: comprar um imóvel que pudessem pagar e, um dia, chamar de seu. Escolhiam regiões em desenvolvimento, construíam aos poucos e valorizavam o simples fato de ter uma casa sólida onde pudessem criar uma família.
Hoje, o discurso mudou completamente. A propaganda e a cultura digital passaram a reforçar a ideia de que posse não importa. Que devemos viver de aluguel, morar perto de onde “as pessoas legais moram” e aceitar imóveis cada vez menores, como se fosse uma progressão natural. É a “visão da árvore” substituindo o prazer de ter um quintal.
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Status: o truque mais eficiente do sistema
Criamos bairros “desejados” e outros “evitados”, cafés que funcionam como cenário e viagens feitas em 12 vezes para, às vezes, postar uma foto no hotel em que a pessoa nem está hospedada. Ficamos presos em um ciclo em que:
- fingimos riqueza para impressionar amigos que também estão fingindo,
- consumimos para manter uma imagem,
- e endividamos uns aos outros com a propaganda que produzimos nas redes.
É como se dois cachorros jogassem ossos um para o outro enquanto ambos ficam presos do lado de fora, acreditando que estão vencendo.
Enquanto isso, cerca de 30% do salário médio é engolido por juros, o que nos transforma em uma engrenagem que trabalha mais, para ter cada vez menos.
Fomos convencidos de que “parecer”, vale mais do que “ser”. E isso molda nossas escolhas de moradia, transporte, consumo e pertencimento.
Como acabar com o ciclo?
O ciclo só termina com sinceridade. Existe apenas um antídoto real para esse sistema: a verdade.
Mas não a verdade sobre o mundo e sim sobre nós mesmos. Admitir nossas limitações, nossos atrasos no cartão, nossos fracassos e nossas escolhas reais. Parar de fazer propaganda da vida perfeita e começar a assumir que nem tudo está sob controle.
Quando paramos de querer impressionar, descobrimos que nossos amigos também estão endividados e que ninguém está tão bem quanto parece nas redes. A busca por status é uma corrida sem linha de chegada.
Não precisamos entrar no discurso de que “você não vai possuir nada e será feliz”. Pelo contrário, devemos possuir o que nos dá segurança; como uma casa, um espaço digno, alguma estabilidade. Isso é fundamental.
Quer entender melhor sobre esse truque em que você também pode estar caindo? Então, assista ao vídeo em que comento mais sobre!
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