O X (antigo Twitter), foi bloqueado aqui no Brasil. No entanto, é a decisão de bloquear a Starlink que pode nos ser prejudicial. Entenda melhor sobre!
6 de setembro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
A treta entre Elon Musk e Alexandre de Moraes vem escalando há um tempo. Tudo começou quando Musk alegou que o ministro do STF solicitou a remoção de alguns perfis do X (antigo Twitter) e pediu que isso fosse mantido em segredo. Sem divulgar que as remoções foram feitas por ordem judicial.
Desde então, Musk fez piadas sobre o assunto, o que intensificou a situação. Até que, na semana passada, ocorreu o bloqueio do X no Brasil e a aplicação de uma multa diária de R$ 50.000 para quem descumprisse a proibição.
Não é a primeira vez
A questão não é exclusiva do Brasil. Debates semelhantes acontecem em outros países; na União Europeia e também na Austrália. Essas plataformas precisam cumprir decisões judiciais para evitar cenários problemáticos, como a violação de privacidade e a ideia de que uma empresa estrangeira pode operar sem obedecer às leis locais.
No entanto, a situação complicou quando Moraes ordenou que bloqueassem também as contas da Starlink, que é uma das empresas em que Musk tem participação.
Vai além de Elon Musk
O problema é que, embora Musk seja sócio de ambas as empresas, elas são juridicamente distintas. Isso cria uma insegurança jurídica muito grande no nosso país. Ao tomar essa decisão, Moraes misturou as questões do X com a Starlink. Agora outros investidores, que não têm relação alguma com o X (antigo Twitter), podem ser prejudicados.
Isso acende um alerta para os investidores internacionais, que podem repensar se vale a pena investir no Brasil. E se essa decisão for levada a cabo, podemos ter na esteira dessa decisão, várias outras similares.
Um exemplo do quanto isso pode ser prejudicial para nós é que Bill Ackman, o fundador da gestora Pershing Square, afirmou o seguinte:
“O fechamento ilegal do X e o congelamento das contas no Brasil colocam o país em um caminho rápido para se tornar um mercado “não investível”. A China cometeu atos semelhantes, levando a fuga de capitais e ao colapso nas avaliações. O mesmo acontecerá com o Brasil, a menos que recuem rapidamente desse atos ilegais.”
A crítica dele é referente não só ao bloqueio do X, mas a esse extrapolamento que ocorreu. Derrubar o X em vários países seria tolerável, mas o bloqueio das contas da Starlink contradiz os limites da própria lei brasileira e do que ela pode fazer. Afinal, bloquearam uma empresa que não tem nada a ver com a história.
A comparação com a China é relevante, pois o país comunista enfrenta uma subvalorização de seu mercado devido a essas questões de governança.
Cenário preocupante
Acho que só não sofremos sanções ou consequências mais graves porque nossos embaixadores devem estar negociando e tratando muito bem essa situação. No entanto, a decisão de bloquear uma empresa por causa de outra, sem considerar a separação jurídica entre elas, é algo que preocupa qualquer investidor.
Mas acredito firmemente que logo vamos ver uma reversão dessa decisão sobre a Starlink. Não estou tomando partido sobre uma empresa poder operar sem CNPJ no Brasil e sem atendimento legal.
Ainda vale a pena investir no Brasil
Isso significa que você tem que vender todas as suas ações no Brasil? Está tudo perdido? Não.
É importante diversificar seus investimentos internacionalmente, nosso país é incerto e existem coisas que precisamos rever. No entanto, temos empresas sólidas, que são lucrativas e que não vão se envolver com esse tipo de coisa. Ou seja, continuam sendo boas empresas.
Isso é apenas uma discussão política e é algo que sempre aconteceu aqui no Brasil. É problemático e explica porque nosso país é considerado uma opção exótica para se investir aos olhos dos investidores estrangeiros.
Enfim, esse é um breve resumo do que ocorreu essa semana e sobre como isso pode afetar nosso país. Quer entender melhor a situação? Então, confira o vídeo na íntegra!
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