5 de setembro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Estávamos discutindo sobre a possibilidade de a taxa de juros do Brasil se manter em 10,50% ao ano, ou se haveria uma nova alta. É importante lembrar que o país precisa reduzir essa taxa, mas, até o momento, isso não foi possível, dadas as condições econômicas.
Para que a taxa de juros seja reduzida e o acesso ao crédito melhore, o governo precisa controlar o déficit fiscal. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem o desafio de manter a inflação sob controle, ou como dizem, ‘no cabresto’. O Brasil enfrentou dificuldades recentemente, o que fez o déficit subir além do esperado.
Roberto Campos Neto, então presidente do Banco Central, alertou que, se o governo pressionar por uma queda na taxa de juros sem que haja as condições adequadas, ele pode aumentar ainda mais a taxa, complicando a situação.
Por quê? Porque aumentar a taxa de juros reduz o crédito no mercado, o que diminui a demanda. Com menos pessoas comprando, a inflação é controlada, já que a pressão sobre os preços diminui.
Cenário de investimentos atual
Com a Selic oferecendo um retorno de 10,50% ao ano livre de riscos, você consideraria investir no combalido Ibovespa? Até o momento, o Ibovespa subiu apenas 1,6% desde o início do ano.
Para o investidor de longo prazo, pode fazer sentido manter o investimento. No entanto, para os gestores de fundos, que administram bilhões e têm clientes constantemente comparando suas rentabilidades com a Selic, a situação é mais delicada.
Imagine um cliente ligando para o gestor e reclamando: ‘Seu desempenho está péssimo! Meu primo Manuel está investindo só no Tesouro e está rendendo muito mais!’ Nessa situação, o gestor tenta se explicar, mas o cliente já retirou o dinheiro e o colocou na Selic.
Quem investe em fundos imobiliários e lida com a volatilidade do mercado pode também preferir a segurança da Selic, que oferece 10,50% ao ano, com CDBs pagando 14% ou até 16%. Com isso, o capital começa a migrar para investimentos mais seguros, e o Ibovespa fica estagnado.
Essa realidade gera insatisfação geral: assessores têm dificuldade em captar recursos, gestores ficam frustrados, e o descontentamento se espalha.
Quem está feliz nessa situação?
Quem tem dinheiro parado, como os rentistas, está adorando esse cenário de juros altos. A taxa de juros elevada é ruim para a cadeia produtiva, mas excelente para quem vive de renda. É nesse contexto que entra o Boletim Focus, que pode manter você informado sem precisar assistir ao noticiário, mas nem sempre oferece grandes surpresas.
No Boletim Focus do dia 02 de setembro vimos que o mercado ajustou a projeção do IPCA e do PIB para 2024, mantendo a perspectiva sobre a Selic. A projeção de inflação subiu de 4,25% para 4,26% para este ano e a expectativa para 2025 é de uma alta de 3,92%.
O que fazer nesse momento?
E o que fazer com essas informações? Bem, por aqui nós não fazemos previsões de economia, porque acreditamos que todas elas estão erradas. A economia é uma ciência humana, depende das ações das pessoas. Se todos acreditam que algo ruim vai acontecer, a economia pode entrar em crise, simplesmente porque as pessoas agem conforme suas expectativas.
A previsão agora é de um pequeno corte na Selic no próximo ano, para quem tem títulos públicos, pode ser uma boa oportunidade para fazer marcação a mercado, especialmente se a Selic começar a cair. Não há garantia, mas o cenário está aberto para quem sabe aproveitar as oportunidades, tanto na renda fixa quanto na Bolsa de Valores, enquanto a Selic estiver nesse nível.
Quer entender melhor sobre? Então, assista ao vídeo na íntegra!
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