14 de outubro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Nos últimos tempos, muitos brasileiros têm adotado o “porquinho em dólar” oferecido pelo Banco Inter, e isso tem gerado uma onda de posts e comentários nas redes sociais. Decidi compartilhar minha opinião sobre essa novidade que está chamando a atenção. A realidade é que os brasileiros perceberam cada vez mais a fragilidade e a instabilidade de nossa moeda, o real. Aproveitando essa percepção, o Banco Inter, atento às demandas do mercado, lançou rapidamente o “porquinho em dólar”, ampliando seu portfólio de produtos.
O Banco Inter já oferecia o porquinho tradicional em reais, mas agora trouxe a opção de investimentos em moeda estrangeira. A ideia é simples: o investimento mínimo é de US$10, com o valor sendo retido por um período mínimo de 30 dias, rendendo 3,5% ao ano. Caso o investimento seja mantido por mais de 90 dias, o rendimento sobe para 3,75% ao ano. Muitos bancos estão aderindo a soluções de investimento em dólar, especialmente em meio à crise econômica que o Brasil enfrenta. Porém, é importante lembrar que comparar o cenário dos EUA com o do Brasil pode ser complicado, visto que ambos estão em contextos econômicos bastante distintos.
Ainda assim, a possibilidade de dolarizar parte dos seus investimentos é uma opção que deve ser avaliada com cautela. Essa alternativa pode oferecer uma proteção contra as oscilações do real e a instabilidade da economia brasileira, mas é essencial que cada investidor analise as condições e os riscos envolvidos antes de tomar qualquer decisão.
Vale a pena investir no porquinho em dólar do inter?
A questão da rentabilidade do “porquinho em dólar” do Banco Inter, especialmente com os 3,5% a.a., merece uma análise crítica. Para entender se essa é uma boa alternativa, é essencial compará-lo com opções de investimento diretamente nos EUA. Por exemplo, os “treasury bonds”, que são o equivalente ao nosso tesouro direto, oferecem uma rentabilidade mais atrativa, com taxas entre 4,75% e 5% ao ano. Esse tipo de investimento também está disponível pelo Banco Inter, mas exige um valor mínimo de aproximadamente mil dólares (cerca de R$5.000).
No entanto, se você não tem esse montante para investir, é possível que ainda não seja o momento ideal para investir internacionalmente. O ideal para iniciantes é construir uma base sólida de investimentos no mercado nacional antes de dolarizar seu portfólio. Isso porque investir em ativos internacionais envolve uma série de questões, como o pagamento de IOF, spreads bancários e o imposto de renda sobre ganhos no exterior. Esses fatores podem impactar diretamente a rentabilidade, tornando o processo mais complexo e menos vantajoso para quem está começando.
Portanto, é fundamental considerar todas essas variáveis antes de optar por investir no “porquinho em dólar” ou qualquer outro investimento internacional, especialmente para quem ainda está nos primeiros passos no mundo dos investimentos.
Investir em dólar ou comprar ações americanas?
Por conta de todos esses fatores, o “porquinho em dólar” do Banco Inter talvez não seja a melhor alternativa para muitos investidores. Se você tem um valor limitado para investir, pode ser mais sensato buscar opções de ativos em real. E, se possui uma quantia maior, o próprio Banco Inter oferece a possibilidade de investir diretamente em “treasury bonds”, que proporcionam uma taxa de retorno mais lucrativa do que a oferecida pelo porquinho.
A estratégia do porquinho parece capitalizar sobre o medo e a incerteza de muitos brasileiros em relação à instabilidade da nossa moeda. No entanto, é importante lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, também existe inflação nos EUA. Embora seja menor em comparação com a brasileira, ela ainda afeta a rentabilidade dos investimentos, e deve ser considerada para calcular a taxa de juros real.
Se compararmos as taxas de juros reais de ambos os países, a diferença é gritante. No Brasil, a taxa de juros real é de aproximadamente 7,10%, enquanto nos EUA é de -4,28%. Esse é o motivo pelo qual muitos americanos têm voltado seus investimentos para o Brasil. Portanto, antes de se expor ao dólar, é crucial avaliar todos esses pontos para tomar uma decisão bem fundamentada e consciente.
Quer investir em dólar?
Agora, se você realmente quer investir em dólar, e não está confiante na economia brasileira, existe algumas possibilidades. O SHV, por exemplo, é um ETF que te permite investir em ativos de renda fixa. O BIL é outra alternativa de ETF de curto prazo. E não é preciso comprar um ETF inteiro, você também consegue comprar frações, o que também torna uma alternativa mais viável para os investidores menores.
No Brasil, as pessoas não estão acostumadas com o spread, porque não é tão normal fazer o câmbio. Para isso, você precisa comprar o VET (valor efetivo total). Assim, será possível entender qual oferece as melhores taxas.
Onde investiria?
Agora, hipoteticamente, se tivesse pouco dinheiro e quisesse investir em dólar, iria procurar debentures de empresas mais confiáveis, depois no tesouro americano (caso tivesse mais de mil dólares). No entanto, se você quer apenas guardar dinheiro em dólar para quando for viajar, talvez nesse caso faça sentido investir no “porquinho em dólar” do banco Inter. Mas, ainda assim, é preciso considerar as taxas.
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