25 de outubro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Será o fim do Minha Casa, Minha Vida? Algumas mudanças no financiamento de imóveis estão provocando certo temor entre as pessoas que ainda não compraram uma casa. Será que depois da implementação dessas mudanças, ninguém mais vai conseguir comprar casa? É isso que vou explicar aqui!
Mudanças no financiamento de imóveis
A partir do dia 1° de novembro de 2024, entrarão em vigor as novas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal. Como o banco controla cerca de 70% dos financiamentos habitacionais no Brasil, essas mudanças devem impactar todo o mercado imobiliário. Muitas construtoras, em particular, dependem da linha de crédito do programa Minha Casa Minha Vida.
Diante disso, é provável que essas alterações gerem uma crise nesse segmento. Mas o que exatamente mudará?
As novas regras afetarão os financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). A partir de agora, no modelo de amortização constante (SAC), a entrada mínima, que antes era de 20%, passará a ser de 30%. Já no sistema price, a entrada exigida aumentará de 30% para 50% do valor total do imóvel, um aumento significativo.
Além disso, será necessário que o comprador não tenha outro financiamento ativo na Caixa. Outra mudança importante diz respeito ao valor máximo dos imóveis que podem ser financiados, que agora será de R$1,5 milhão.
Essas novas regras foram implementadas devido ao aumento da taxa de juros e ao crescimento dos saques da poupança, além das limitações impostas às Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
Mudança afeta demanda
Com as mudanças nos financiamentos, as empresas que mais dependem do programa Minha Casa Minha Vida certamente serão impactadas. Muitas delas estão listadas na bolsa de valores, incluindo a MRV, Tenda, Cyrela e Direcional Engenharia.
Isso significa que você deve se preocupar se tem ações de alguma dessas empresas na sua carteira? A resposta varia.
A Cyrela, por exemplo, apresenta um crescimento de 44% no valor geral de vendas, indicando uma saúde financeira robusta. A Direcional também se destaca, apresentando bons números. Por outro lado, empresas que já enfrentavam dificuldades nesse cenário, como a Tenda e a MRV, merecem um olhar mais atento. Para esses casos, a cautela é recomendada, pois as novas regras podem acentuar os desafios que já enfrentam.
O preço dos imóveis vai cair?
Como sempre digo, nenhuma notícia é totalmente ruim ou trágica. A maior parte das pessoas no país realiza a compra de imóveis por meio do Minha Casa Minha Vida. Com as novas regras de financiamento, é esperado que a demanda por imóveis diminua.
O que isso significa? É provável que os preços comecem a cair para evitar que as empresas fiquem com estoques de imóveis encalhados. O mercado precisa manter a circulação, e isso pode criar um cenário favorável para aqueles que estavam esperando para comprar um imóvel.
Se eu estivesse nessa situação, consideraria esperar um pouco mais — talvez um semestre — para ver como a crise se desenrola, pois acredito que os preços dos imóveis devem diminuir. E, claro, essa pressão nos preços pode afetar também o mercado de imóveis de classe média e outros segmentos.
O Minha Casa Minha Vida acabou?
Não. É uma notícia ruim, mas o subsídio vai continuar. É apenas uma mudança nas regras. A margem de operação que essas empresas estavam utilizando permite um ajuste, mas é claro que todo o setor sentirá o impacto.
Então, se você ainda não conseguiu comprar seu imóvel, pode ser uma boa ideia esperar, porque eles vão ter que abaixar o preço. Ou o mercado se adapta, ou ele morre.
Essas são as mudanças que geraram tanto alvoroço nos últimos dias. Quer entender mais detalhadamente sobre o assunto? Então, assista ao vídeo completo!
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