31 de outubro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Mas afinal, se a educação financeira é tão importante, por que não está presente nas escolas? Existem várias teorias que tentam explicar isso, algumas mais aceitas do que outras, e hoje vamos debater melhor sobre o assunto.
Durante muitos anos, eu concordei com a ideia de que as escolas não nos preparam para a vida prática. No entanto, ao conhecer melhor o modelo de educação americano, que é mais voltado para a prática, percebi como isso pode ser nocivo. Essa abordagem resulta em muitos americanos não tendo uma noção adequada de história, geografia ou de qualquer outro conhecimento teórico fundamental.
Acredito que essa falta de uma base teórica sólida contribui para a formação de uma sociedade mais individualista em questões complexas, dificultando a organização e a colaboração. Um exemplo disso é que os EUA, apesar de serem um dos países mais ricos do mundo, também têm uma das maiores taxas de moradores de rua.
Penso que podemos aprender muito com a eficiência do sistema norte-americano, mas não considero que seu modelo de sociedade e educação seja o melhor exemplo a ser seguido.
EUA é exemplo?
Acho fundamental abandonarmos esse sentimento de “viralatismo” que nos faz acreditar que as melhores coisas estão sempre do lado de fora, especialmente em relação aos EUA. Por isso, não tenho certeza se concordo com essa ideia de uma educação mais prática. Contudo, como não sou educador, prefiro não me aprofundar demais nessa questão e vou falar mais sobre educação financeira, que é realmente o que conheço.
Inclusive, é muito interessante notar que o brasileiro médio, mesmo aqueles que não tiveram acesso a um ensino formal mais extenso, possui um conhecimento razoável de geografia, sabendo as capitais de vários países ao redor do mundo. É verdade que enfrentamos problemas na área da educação, mas não acredito que o cerne do problema esteja na grade curricular. Temos uma boa estrutura, que abrange uma variedade de assuntos — é claro que há um foco maior em português e matemática, mas não vejo isso como uma falha.
Acredito que seria extremamente importante inserir conteúdos voltados para orçamento doméstico, pois isso poderia ajudar a reduzir a taxa de endividamento no Brasil. No entanto, fico me perguntando o que seria necessário retirar do currículo atual para viabilizar essa inclusão
Uma obra do acaso
Mas, voltando ao tema que realmente domino, acredito que um dos principais motivos para a ausência de educação financeira nas escolas brasileiras é, em grande parte, o acaso. A realidade é que muitos adultos brasileiros não têm uma base sólida de educação financeira, e, portanto, como poderiam perceber a importância desse tema se nunca o aprenderam?
Um exemplo claro disso é que muitos deputados, mesmo recebendo altos salários, acabam recorrendo a empréstimos consignados para adquirir carros ou fazer viagens, pagando taxas exorbitantes. Isso evidencia que nossa sociedade, de modo geral, carece de conhecimento financeiro, o que acaba criando um ciclo vicioso.
Por isso, considero que o acaso é um dos grandes responsáveis por essa lacuna na educação financeira nas escolas.
Risco ao status quo
Um possível segundo motivo para a ausência de ensino sobre educação financeira nas escolas pode ser o risco que isso representa para o status quo. Muitas instituições brasileiras, como bancos e o setor de varejo, lucram com a falta de conhecimento financeiro entre as classes mais pobres.
Se as pessoas tivessem acesso a uma educação financeira de qualidade, isso poderia desestabilizar esse status quo e dificultar a permanência de certos políticos em suas posições.
Além disso, quando houve tentativas de implementar a educação financeira na grade escolar, muitos políticos se opuseram, o que parece contraditório e revela um possível receio sobre as consequências de uma população mais informada financeiramente
Demora para implementar
Outro possível motivo para a ausência do ensino de educação financeira nas escolas pode ser a lentidão na implementação. Embora haja projetos de lei que visam esse objetivo e a educação financeira esteja sendo gradualmente incorporada ao currículo, esse processo ocorre de forma lenta, como muitas iniciativas no Brasil.
Acredito que exista um interesse genuíno do país em promover essa educação, mas a morosidade do sistema dificulta a agilidade necessária para efetivar essas mudanças.
Esses foram alguns dos motivos que considerei para explicar essa questão. Se quiser conferir uma análise mais detalhada de cada ponto, sugiro que assista ao vídeo completo!
E se você é um pai ou mãe que está preocupado com essa questão, saiba que você não precisa mais da escola para aprender sobre o assunto. Inclusive, você consegue aprender sobre educação financeira online. Quer saber como? Então conheça a AUVP, que é nossa escola de investimentos.Faça a sua análise de perfil e se você receber aprovação, além de utilizar um sistema inteligente para a gestão de seus ativos, você também vai aprender a investir no Brasil e no mundo inteiro.
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