8 de maio de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Durante muitos anos, viver de aluguel no Brasil foi visto como uma alternativa mais acessível, flexível e até financeiramente vantajosa em comparação com a comprar um imóvel. No entanto, esse cenário tem mudado e muitas pessoas ainda não perceberam isso. Principalmente, porque não colocaram os números na ponta do lápis.
Antes de tudo, precisamos falar sobre o índice que regula os reajustes de aluguel no Brasil: o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Ele é frequentemente usado como base para corrigir contratos de aluguel e sofreu variações consideráveis ao longo das décadas.
Para entender o poder corrosivo da inflação no valor dos aluguéis, usamos a Calculadora do Cidadão, do Banco Central, que permite corrigir valores com base em índices econômicos oficiais. É uma das ferramentas mais confiáveis, já que reúne dados precisos desde 1995, quando o Brasil adotou o Plano Real como moeda.
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O aluguel ao longo dos anos
Em 1995, o salário mínimo era de apenas R$ 100. A classe média da época, porém, ganhava entre 6 a 8 vezes esse valor. Com isso, o valor médio de um aluguel para essa faixa de renda girava em torno de R$ 150 a R$ 300.
Usando a calculadora do Banco Central para corrigir esses valores, temos:
- R$ 150 em 1995 equivalem a cerca de R$ 1.676 em 2025.
- R$ 300 em 1995 equivalem a mais de R$ 3.352 hoje.
Isso mostra que o reajuste acumulado do aluguel superou os 1000% desde 1995, com uma média de mais de 8% ao ano.
Simulando: comprar ou alugar?
Para facilitar a comparação, usamos a calculadora aluguel x financiamento, ela é gratuita e permite inserir dados reais da sua região.
Cidades do interior ou fora das capitais tendem a ter uma valorização média de 4% ao ano.
Já em capitais como São Paulo, João Pessoa, Recife e outras que passam por revitalização urbana, a valorização pode chegar a 8%. Em lugares como Goiânia ou Balneário Camboriú, os preços chegaram a dobrar em apenas cinco anos, algo fora da curva, mas que serve de alerta para o potencial de valorização imobiliária em certas regiões.
Leia mais: Quais as diferenças entre financiamento e empréstimo?
Faz sentido financiar um imóvel?
Ao preencher todas essas informações na calculadora, você verá o resultado de qual é a melhor alternativa. Na maioria dos casos, financiar e ir investindo conforme for possível, será a melhor opção. Mas por quê?
Porque ao final, quem financia e vai investindo, conforme o valor da parcela reduz, vai conseguir investir um montante maior do que quem mora de aluguel. Afinal, o aluguel vai ficar cada vez mais caro, pois é reajustado continuamente. Lembrando que essa simulação é feita considerando que você tem o valor para dar a entrada no imóvel.
No entanto, quem opta por permanecer no aluguel teria o valor da entrada para investir logo de cara. E quem opta por financiar, usaria o valor para a entrada. Mas, mesmo nesse cenário, ainda compensaria mais, financiar e ir investindo conforme o valor da parcela reduzir.
Estilo de vida
Apesar disso, a decisão entre comprar ou alugar não é apenas matemática. Envolve também estilo de vida, objetivos de longo prazo e segurança. No entanto, os dados mostram que, financeiramente, comprar um imóvel tem sido uma decisão mais vantajosa na maioria dos casos.
Por isso, a recomendação é fazer as contas com base na sua realidade. Quer entender melhor como fazer a conta? Então, assista ao vídeo!
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