Classe média: o que é, qual é a renda e quais características?

Qual é a renda que define a classe média? E suas principais características e diferenças? Continue lendo para entender!

17 de dezembro de 2024 - por Nathalia Lourenço


A classe média sempre aparece nas manchetes, nas conversas do dia a dia e até nas discussões de política econômica. Mas, afinal, quem realmente faz parte desse grupo tão importante?

Muita gente se identifica com o termo, mas nem sempre entende o que define esse “meio do caminho” entre as classes mais altas e as mais baixas.

Neste texto, a gente te explica tudo. Vamos lá?

O que é a classe média?

Ao pensar na classe média, muita gente imagina aquele grupo que vive entre dois extremos: não enfrenta as mesmas limitações das rendas mais baixas, mas também está longe dos luxos que costumam marcar a elite.

É justamente nesse espaço intermediário, medido por renda, escolaridade e padrão de vida, que a classe média se encaixa.

Quem está nesse grupo geralmente tem acesso a mais oportunidades, consegue consumir com um pouco mais de conforto e planejar alguns objetivos a médio prazo.

Ainda assim, não chega ao patamar de consumo típico das classes mais altas, onde certos privilégios e estilos de vida acabam sendo exclusivos.

Não é à toa que a classe média costuma ganhar tanta atenção. Ela aparece como um dos pilares da estabilidade de um país, já que movimenta o mercado, influencia hábitos, impulsiona inovação e serve de parâmetros para entender as mudanças sociais.

Mesmo assim, vale ressaltar um detalhe importante: o de que a ideia de “classe média” não é fixa. Cada país usa critérios diferentes para defini-la, e esses critérios, claro, mudam conforme o tempo passa, o custo de vida sobe, novas profissões surgem e as formas de consumo se transformam.

Características da classe média

Se você está tentando entender quem faz parte da classe média, logo percebe que não existe uma “fórmula pronta”.

Afinal, cada país, cada época e até cada região têm seus próprios critérios. Mesmo assim, alguns pontos aparecem com destaque e ajudam a desenhar esse perfil de forma mais clara. Confira:

1- Renda

A renda costuma ser o primeiro indicador. Quem está na classe média normalmente consegue manter um estilo de vida confortável, sem exageros.

Dá para investir em educação, cuidar da saúde, comprar alguns bens de consumo e aproveitar momentos de lazer, mas tudo dentro de um limite.

Vale lembrar que não é o tipo de renda que permite gastos extravagantes, e sim um equilíbrio entre bem-estar e planejamento.

2- Educação

A escolaridade também pesa bastante. De modo geral, esse grupo costuma ter níveis educacionais mais altos que os da classe trabalhadora, muitas vezes com formação técnica ou ensino superior.

A educação, aqui, é vista quase como um “passaporte” para crescer profissionalmente, e, por isso, é bastante valorizada.

3- Profissões

As ocupações mais comuns incluem funções técnicas, administrativas e profissionais qualificadas. É onde se encontram médicos, professores, engenheiros, advogados, gestores, pequenos empreendedores e outros trabalhadores especializados.

São profissões que exigem preparação e oferecem alguma estabilidade, mesmo que com desafios.

4- Estilo de vida

No dia a dia, a classe média costuma viver em áreas urbanas, muitas vezes em bairros residenciais com acesso a serviços essenciais e algumas comodidades.

Logo, é muito comum ter carro próprio, fazer viagens ocasionais, frequentar restaurantes e investir em lazer. E, claro, tudo de forma equilibrada, sem excessos.

5- Segurança financeira

Por fim, a estabilidade financeira aparece como uma característica importante, mas não é sinônimo de tranquilidade absoluta. Esse grupo pode ter uma reserva, mas também convive com financiamentos, crédito pessoal e os efeitos de crises econômicas.

Ou seja, existe segurança, mas ela não é imune a mudanças do mercado e do custo de vida.

Classe média no Brasil

Quanto é preciso ganhar para ser considerado classe média no Brasil?

Sobre a condição econômica, uma das dúvidas mais comuns é: afinal, quanto precisa entrar no orçamento para alguém ser considerado classe média no Brasil?

Os valores podem variar com o tempo, mas existe uma base bem utilizada por economistas e pelos levantamentos mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De forma geral, a classe média costuma ser dividida assim:

  • Classe média baixa e média: renda familiar entre R$ 3.500 e R$ 8.300 por mês
  • Classe média alta: renda familiar entre R$ 8.300 e R$ 26.000 por mês
  • Abaixo desses valores, ou seja, rendas familiares menores que R$ 3.500, entram as classes D e E, geralmente associadas à baixa renda.
  • famílias com renda acima de R$ 26.000 passam a ser classificadas como classe alta.

Classificações da classe média no Brasil

1- Classe A (Alta)

No topo, a classe A reúne as famílias com os maiores rendimentos do país. É aquele grupo que costuma morar em bairros valorizados, tem acesso a escolas e universidades de excelência e pode consumir produtos e serviços que fogem totalmente do padrão da maioria.

Em geral, ocupam posições de prestígio, seja comandando grandes empresas, seja administrando grandes patrimônios. Apesar de representar uma parcela pequena da população, seu peso econômico e sua influência social são enormes.

2- Classe B (Média alta)

Logo abaixo está a classe B, formada por famílias que têm uma boa renda e uma vida bem confortável, ainda que sem os excessos da classe A.

Moram, em geral, em bairros de classe média alta, contam com bons serviços de saúde, educação e lazer, e conseguem manter um padrão de consumo estável.

Portanto, pode ser visto como um grupo que vive com tranquilidade, tem poder de compra significativo e costuma investir em planejamento familiar e qualidade de vida.

3- Classe C (Média baixa)

Já a classe C abrange grande parte da população brasileira. Aqui estão famílias com renda média a baixa que, mesmo sem grandes luxos, conseguem adquirir bens importantes para o dia a dia, como eletrodomésticos, móveis e, em alguns casos, carro próprio.

Também é comum que dependam com mais frequência de serviços públicos, como saúde e educação, que variam bastante em qualidade. Por isso, essa faixa é considerada a classe média baixa, marcada por equilíbrio financeiro, mas com limitações.

4- Classe D (Baixa)

A classe D inclui famílias que enfrentam mais desafios no orçamento. A renda mais baixa faz com que o acesso a serviços, oportunidades e bens de consumo seja limitado.

Muitas vezes, essas famílias contam com programas sociais para complementar suas necessidades e vivem em condições mais simples, lidando com oscilações financeiras e pouca margem para imprevistos.

5- Classe E (Muito baixa)

Por fim, na base da pirâmide está a classe E, formada por famílias com os menores rendimentos, muitas vezes abaixo da linha de pobreza. Aqui, a luta diária é para garantir o básico: alimentação, moradia e serviços essenciais. É o grupo mais vulnerável economicamente e que mais depende de assistência social.

Infelizmente, as oportunidades de ascensão são escassas, o que torna o dia a dia ainda mais desafiador.

Importância da classe média para o país

Quando essa camada da sociedade ganha fôlego, todo o país sente o efeito. É um grupo que movimenta lojas, pequenos negócios, serviços do dia a dia e, sem perceber, coloca a economia para girar.

Esse movimento constante também acaba reforçando a arrecadação de impostos. Afinal, quanto mais gente consumindo, maior o volume de recursos que volta para o próprio Estado.

Isso abre espaço para melhorias em áreas que todo mundo acompanha de perto, como transporte, infraestrutura e oferta de serviços públicos.

Mas a sua importância não para por aí. Uma classe média mais forte costuma caminhar lado a lado com avanços importantes na qualidade de vida.

Gente com mais acesso à educação, oportunidades de trabalho, saúde e informação tende a participar mais das decisões coletivas. E, claro, isso só tem a desencadear mudanças positivas.

Importância da classe média para o país

Nos últimos anos, esse grupo tem esbarrado em obstáculos que tornam o dia a dia mais apertado do que parece à primeira vista. Um dos pontos que mais pesam é a combinação entre salários praticamente parados e uma inflação que insiste em subir.

Não é à toa que tanta gente sente que o dinheiro já não rende como antes.

Para se ter uma ideia, em cerca de 15 anos a inflação acumulada passou dos 140%, enquanto os rendimentos médios ficaram praticamente no mesmo lugar, um cenário que reduz a renda real e faz muitas famílias repensarem hábitos, planos e prioridades.

quando se olha para os gastos essenciais, a situação fica ainda mais clara. Moradia, educação e saúde seguem entre os itens que mais pressionam o orçamento.

Aluguel subindo, mensalidades escolares cada vez mais altas e planos de saúde com reajustes frequentes acabam criando aquela sensação de que tudo encarece ao mesmo tempo.

Esse conjunto de fatores faz com que a classe média viva um equilíbrio delicado, tentando manter o padrão de vida que sempre teve, ao mesmo tempo em que enfrenta um custo de vida que não para de crescer.

Qual é a origem desse termo?

A ideia de classe média não surgiu de uma hora para outra. Ela foi ganhando forma à medida que as sociedades mudavam, especialmente com a Revolução Industrial, quando novas profissões, novos modos de produção e um ritmo acelerado de urbanização começaram a redesenhar o mapa social.

Nesse cenário, um grupo que não era nem da elite tradicional nem da massa de trabalhadores braçais passou a ocupar um espaço próprio, gente com renda mais estável, mais acesso à educação e envolvida em profissões de prestígio intermediário, como médicos, professores, engenheiros, comerciantes e outros profissionais.

Com o tempo, esse grupo ganhou mais visibilidade e passou a ser visto como um ponto de equilíbrio entre os extremos da pirâmide social.

A burguesia em ascensão, que já se destacava desde o final do século XVIII, ajudou a moldar esse conceito, que, aos poucos, se tornou fundamental para entender o funcionamento das economias modernas.

Detalhe, não foi só no campo econômico: a classe média também começou a ser associada à estabilidade social, aos avanços no consumo e ao impulso pela mobilidade social.

A expressão “classe média”, segundo registros históricos, aparece no século XVIII, quando Thomas Gisborne usou o termo para descrever um grupo que ficava entre os grandes proprietários de terra, os mais ricos, e os trabalhadores urbanos e rurais, que compunham as camadas mais pobres.

Na Europa, o conceito também passou a representar uma camada conhecida como “nova burguesia”, que se diferenciava tanto da nobreza quanto dos camponeses, ocupando um espaço social intermediário.

No Brasil, a ideia começou a tomar forma no início do século XX, ganhando força principalmente durante o período de industrialização intensificado por Getúlio Vargas, na década de 1930.

O surgimento de fábricas, o crescimento das cidades e a ampliação do funcionalismo público ajudaram a consolidar uma classe média urbana, composta por profissionais técnicos, servidores e trabalhadores qualificados que se distanciavam tanto das elites agrárias quanto dos trabalhadores rurais.

Hoje, quando se pensa em classe média, o termo geralmente se refere a um grupo que possui renda moderada, algum nível de estabilidade financeira e acesso ampliado a bens, serviços e escolaridade.

Fontes: maisretorno e exame

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