Título de dívida agrária: o que é e como funciona?

Quer saber sobre como os TDAs funcionam, seus benefícios e implicações? Continue lendo para entender como funciona!

15 de outubro de 2024 - por Nathalia Lourenço


O Título de Dívida Agrária (TDA) é um importante instrumento financeiro que visa facilitar o acesso ao crédito para agricultores e promover o desenvolvimento rural no Brasil. Criado para garantir o pagamento de dívidas relacionadas à produção agrícola, esse título representa uma alternativa viável para muitos produtores, especialmente em tempos de crise. No entanto, compreender suas nuances e funcionamento pode ser crucial para aproveitar ao máximo essa ferramenta.

Quer saber mais sobre como os TDAs funcionam, seus benefícios e implicações? Continue lendo para explorar este tema fundamental para o agronegócio brasileiro!

O que é um título de dívida agrária?

Um título de dívida agrária é um documento que o governo emite. Ele representa uma dívida que agricultores têm com o governo ou com bancos. Os agricultores usam esses títulos para pagar dívidas, financiar suas atividades ou desenvolver suas propriedades.

Normalmente, os agricultores garantem esses títulos com bens agrícolas ou com promessas de pagamento. As pessoas compram e vendem esses títulos no mercado. Esses títulos ajudam os agricultores a conseguir crédito e a manter suas finanças estáveis.

Como funcionam os títulos de dívida agrária?

1. Emissão

O governo ou instituições financeiras emitem os TDAs. Isso apoia agricultores que precisam de dinheiro. Assim, essa emissão é fundamental, pois fornece recursos para o setor agrícola.

2. Garantia

Os agricultores garantem esses títulos com ativos, como propriedades ou colheitas. Consequentemente, essa garantia traz segurança para quem emite e para quem investe.

3. Uso dos Fundos

Os agricultores usam o dinheiro obtido pelos TDAs para pagar dívidas, comprar insumos ou melhorar suas propriedades. Dessa forma, eles garantem o crescimento de suas atividades.

4. Rentabilidade

A rentabilidade dos TDAs é pós-fixada e muda com a Taxa Referencial (TR). Além disso, cada título tem uma remuneração fixa, que varia de 1% a 6% ao ano, dependendo do título.

5. Resgate e Pagamento

Os agricultores recebem o pagamento dos TDAs na data de vencimento. Nessa ocasião, o emissor devolve o valor do título e os juros acumulados. Entretanto, se o título for cautelar, não é mais possível solicitar a escrituração das cártulas.

6. Atualização dos Valores

O Tesouro Nacional atualiza os TDAs todos os meses. Portanto, a atualização do valor de face acontece no primeiro dia de cada mês, com base na TR do mês anterior. Vale lembrar que os valores unitários refletem o valor nominal atualizado (VNA) e não devem ser usados para negociações, pois podem variar.

7. Prazo de Vencimento

Os vencimentos dos TDAs costumam ser de longo prazo. Eles variam de 5 a mais de 20 anos. Além disso, os prazos estabelecidos pela Lei nº 8.629 são de cinco, dez, quinze, dezoito ou vinte anos para o pagamento total.

8. Negociação Segura

Desde 1992, os TDAs estão registrados na B3/CETIP (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados). Dessa forma, garante mais segurança nas transações. Todas as negociações acontecem nesse ambiente.

9. Utilizações Adicionais

Além de serem negociados, os portadores de TDAs podem usá-los como moeda de troca em várias situações, como:

  • Pagamento de até 50% do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);
  • Pagamento por terras públicas;
  • Garantias em contratos ou ações judiciais;
  • Caução para contratos de obras com a União ou empréstimos com o setor público.

Ademais, bancos e fundos de investimento compram TDAs para captar recursos no exterior. Eles usam os títulos como garantia. Reconhecidos internacionalmente por meio dos ISINs, os TDAs têm garantias da União para pagamento na data combinada.

Qual é a história dos títulos de dívida agrária?

A história dos Títulos de Dívida Agrária (TDAs) está ligada ao setor agrícola e à necessidade de financiamento rural, especialmente no Brasil. No início, a ideia de criar esses títulos começou na década de 1950. Isso aconteceu porque pequenos agricultores tinham dificuldade em acessar crédito.

Nesse contexto, em 1965, foi criado o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR). Esse sistema facilitou o acesso ao crédito e permitiu a emissão de títulos para garantir empréstimos.

Depois, em 1993, a Lei nº 8.629 regulamentou oficialmente os TDAs. Essa lei trouxe uma estrutura legal para a emissão e negociação dos títulos. Assim, aumentou a segurança jurídica e a confiança dos investidores, já que os TDAs são garantidos por ativos rurais, como terras e colheitas.

Além disso, a partir de 1992, os TDAs passaram a ser registrados na B3/CETIP. Isso criou um ambiente seguro para negociar esses títulos. Consequentemente, a formalização aumentou a confiança dos investidores e fortaleceu o mercado. Com isso, muitos agricultores conseguiram acesso ao crédito, permitindo que investissem em suas propriedades e aumentassem a produção.

Atualmente, os TDAs têm um papel importante na sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Portanto, eles ajudam a garantir a segurança financeira dos agricultores e a estabilidade do setor. Além disso, são reconhecidos internacionalmente, facilitando a captação de recursos externos para o financiamento agrícola.

Vale a pena investir em títulos de dívida agrária?

Vantagens

Primeiramente, os TDAs oferecem rendimento. Eles costumam ter uma rentabilidade superior à de outros investimentos de renda fixa. A rentabilidade é pós-fixada e indexada à Taxa Referencial (TR), com uma remuneração fixa adicional.

Além disso, os títulos oferecem segurança. Eles são garantidos por ativos rurais, como terras e colheitas, o que pode proporcionar um nível de segurança maior para os investidores.

Outro ponto positivo é que investir em TDAs apoia o agronegócio. Isso ajuda a financiar o setor agrícola, contribuindo para o desenvolvimento e a sustentabilidade da produção rural.

Além do mais, os TDAs são negociados em ambientes regulados, como a B3. Isso pode aumentar a liquidez e a transparência nas transações.

Desvantagens

Por outro lado, é importante considerar que os TDAs têm um prazo longo. Os vencimentos podem variar de 5 a mais de 20 anos. Isso significa que o investidor pode precisar esperar um longo período para ter acesso ao capital.

Ademais, há o risco de mercado. Embora os TDAs tenham garantias, eles ainda estão sujeitos a riscos de mercado, como mudanças nas taxas de juros e na economia rural.

Além disso, a complexidade do funcionamento dos TDAs pode ser um desafio. É fundamental entender bem como funcionam as garantias e a atualização dos valores.

Por fim, a liquidez pode ser uma preocupação. A venda de TDAs antes do vencimento pode ser difícil, e o valor recebido pode não ser o esperado devido a flutuações de mercado.

Fontes: suno, rachelmelchert, b3 e gov

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