30 de outubro de 2025 - por Diogo Silva
O COE, ou Certificado de Operações Estruturadas, é aquele investimento feito para quem quer dar um passo além da renda fixa, mas sem se arriscar totalmente na renda variável. Ele une segurança e estratégia em um único produto, permitindo explorar novas oportunidades de forma simples e planejada.
Mas o COE não é para quem busca retorno rápido. O dinheiro fica aplicado até o vencimento, e o resultado depende do desempenho do mercado. Bom, é preciso saber os detalhes para entender. Confira a seguir.
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O que é COE (Certificado de Operações Estruturadas)?
O COE, ou Certificado de Operações Estruturadas, é um tipo de investimento que mistura um pouco da segurança da renda fixa com o potencial de ganho da renda variável.
Ele é criado pelos bancos e reúne diferentes ativos, como ações, moedas ou índices, dentro de uma mesma estrutura, já com regras e prazos definidos.
De forma simples, o COE permite que o investidor participe de oportunidades mais ousadas do mercado, mas com algum nível de proteção. Existem versões que garantem o valor investido de volta, mesmo que o resultado não seja positivo, e outras que oferecem ganhos maiores, mas com mais risco.
É uma forma de diversificar a carteira e experimentar novas possibilidades, desde que o investidor esteja disposto a manter o dinheiro aplicado até o vencimento e compreenda bem as condições do produto.
Como funciona o COE?
O COE funciona como uma combinação planejada de investimentos dentro de um único produto. O banco monta essa estrutura misturando aplicações de renda fixa, que garantem segurança, com operações de renda variável, que trazem a chance de ganhos maiores. Tudo é definido desde o início. O prazo, as condições de retorno e o que acontece em cada cenário.
Na prática, o dinheiro do investidor é dividido! Uma parte fica protegida, e a outra é usada em estratégias que podem gerar lucros, dependendo do desempenho do mercado. Se tudo correr bem, o retorno pode ser acima do tradicional; se não, o investidor pode receber de volta o valor aplicado ou parte dele, conforme o tipo de COE escolhido.
É uma forma de investir com planejamento e sem precisar entender todos os detalhes técnicos do mercado. O COE tem um prazo fixo, ou seja, o dinheiro fica aplicado até o vencimento, mas, em troca, o investidor participa de oportunidades que normalmente não teria acesso de forma direta.
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Características do COE
– Valor minimo
O valor mínimo para investir em um COE varia de banco para banco, mas geralmente começa por volta de R$ 5 mil. Algumas instituições oferecem opções com valores menores, mas, no geral, é preciso ter esse montante disponível para começar.
Esse valor existe porque o COE é um investimento mais elaborado, que mistura diferentes tipos de aplicações dentro de um único produto.
É como se o banco precisasse de uma quantia mínima para montar essa estrutura de forma viável. Por isso, antes de investir, vale conferir as condições da instituição e avaliar se o valor faz sentido para o seu momento e para o quanto você está disposto a deixar aplicado até o vencimento.
– Rentabilidade
A rentabilidade de um COE depende diretamente do desempenho da estratégia definida no momento da aplicação. Ou seja, o retorno não é fixo, ele varia conforme os ativos que compõem o produto, como ações, índices de bolsa, moedas ou juros.
Tudo é explicado antes do investimento. O investidor sabe exatamente em quais condições ele pode ganhar mais, ganhar menos ou até só recuperar o valor investido.
De forma prática, o COE pode oferecer ganhos expressivos se o cenário esperado acontecer, mas também pode render pouco se o desempenho for diferente do previsto.
Em alguns casos, o investidor tem proteção do capital, o que significa que, mesmo sem lucro, ele recebe de volta o valor aplicado no vencimento. Já em outros, o retorno pode ser negativo, especialmente nos COEs de capital em risco.
– Prazo de investimento
O prazo de investimento de um COE é sempre definido no momento da aplicação e, em geral, varia entre um e cinco anos. Durante esse período, o dinheiro fica “travado”, ou seja, não é possível resgatar antes do vencimento.
Isso acontece porque o COE é estruturado com diferentes ativos e estratégias que precisam de tempo para chegar ao resultado final.
Na prática, é como se o investidor embarcasse em uma jornada com data certa para começar e terminar. Quando o prazo chega ao fim, o banco calcula o desempenho da estrutura e paga o valor correspondente, que pode ser o capital investido, mais ou menos a rentabilidade alcançada.
Por isso, antes de investir, é importante escolher um COE que se encaixe no seu horizonte financeiro e que você possa deixar o dinheiro aplicado sem precisar dele no curto prazo.
– Custos, taxas e tributação do COE
Os custos e os impostos do COE são bem simples de entender, mas fazem diferença na hora de avaliar o investimento. Normalmente, não há taxas extras, como administração ou corretagem, tudo já está incluído no valor do produto. Ou seja, o que você aplica é o que efetivamente investe, sem cobranças adicionais escondidas.
Em relação aos impostos, o COE segue a mesma regra da renda fixa. O Imposto de Renda é cobrado apenas sobre o lucro e de forma regressiva — quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor é a alíquota.
Ela começa em 22,5% para investimentos de até 180 dias e vai caindo até 15% para prazos acima de dois anos. O imposto é descontado automaticamente no resgate, então o investidor já recebe o valor líquido.
Um ponto importante é que o COE não tem proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Isso significa que, se o banco emissor tiver problemas, o valor investido não é garantido pelo fundo. Por isso, é fundamental escolher instituições sólidas e entender bem a proposta antes de aplicar o seu dinheiro.
Quais os tipos de COE?
Existem basicamente dois tipos de COE, e a escolha entre eles depende do quanto o investidor está disposto a correr risco.
O primeiro é o COE de capital protegido, que é o mais seguro. Nesse formato, mesmo que o cenário não saia como o esperado, o investidor recebe de volta pelo menos o valor que aplicou no final do prazo. Ou seja, ele não perde dinheiro; só pode deixar de lucrar, caso a estratégia não funcione.
Já o COE de capital em risco é voltado para quem busca ganhos maiores e aceita correr um pouco mais de risco. Nesse caso, se o desempenho dos ativos for ruim, o investidor pode acabar recebendo menos do que aplicou. Por outro lado, se o mercado se comportar bem, o retorno pode ser bem mais alto.
Como investir em COE?
Investir em um COE é mais simples do que parece! O segredo está em entender bem o produto antes de aplicar. Tudo começa com a escolha de um banco ou corretora de confiança, já que apenas instituições financeiras podem emitir esse tipo de investimento.
Depois disso, vale analisar as opções disponíveis com calma, cada COE tem um prazo, uma estratégia e um nível de proteção diferentes.
Quando encontrar um que combine com o seu perfil e com seus objetivos, basta aplicar o valor mínimo exigido, que normalmente gira em torno de R$ 5 mil.
No momento da aplicação, você recebe um documento com todas as informações sobre o produto. É importante ler tudo com atenção para saber exatamente em que está investindo.
A partir daí, o investimento segue o próprio curso. O dinheiro fica aplicado até o vencimento, sem possibilidade de resgate antes do prazo.
Quando esse período termina, o banco calcula o resultado e devolve o valor investido, acrescido ou não de ganhos, conforme o desempenho da estratégia.
É um investimento que pede paciência, mas pode abrir portas para novas oportunidades no mercado.
Vantagens e desvantagens do COE
O COE tem lados muito positivos, mas também alguns pontos de atenção. Entre as vantagens, ele permite que o investidor diversifique a carteira e tenha acesso a estratégias que normalmente só estão disponíveis para quem entende bastante de mercado.
Além disso, há versões com proteção do capital, o que dá mais tranquilidade para quem quer buscar ganhos maiores sem correr o risco de perder tudo. É um investimento prático, já que o banco monta toda a estrutura e o investidor só precisa escolher o produto e aguardar o resultado.
Por outro lado, o COE também tem suas limitações. O dinheiro aplicado fica preso até o vencimento, sem chance de resgate antecipado, o que exige paciência. Além disso, o retorno depende totalmente do desempenho dos ativos escolhidos.
Ou seja, nem sempre há lucro, e em alguns casos é possível sair apenas com o valor aplicado ou até com menos, se o COE for de capital em risco.
Qual a diferença entre COE e investimentos de renda fixa
A principal diferença entre o COE e os investimentos de renda fixa está no tipo de retorno e no nível de risco que cada um oferece. Enquanto a renda fixa tem rentabilidade previsível, o COE tem resultado variável, que depende do desempenho de ativos ligados a ações, moedas ou índices.
Em outras palavras, na renda fixa você sabe desde o início quanto vai receber; no COE, o ganho pode ser maior ou até inexistente, dependendo do cenário de mercado.
Outra diferença importante é que o COE pode combinar proteção e oportunidade dentro de um mesmo produto.
Ele pode garantir o valor investido de volta, mas ainda assim oferece a chance de participar de estratégias mais arrojadas, algo que a renda fixa tradicional não faz. Já os investimentos de renda fixa, como CDBs, LCIs e Tesouro Direto, são mais seguros e previsíveis, ideais para quem prefere estabilidade e liquidez.
Vale a pela investir em COE (Certificado de Operações Estruturadas)?
Investir em um COE pode ser uma boa escolha para quem quer sair do óbvio, mas sem mergulhar de cabeça no risco da bolsa. Ele é um produto feito para quem tem curiosidade de explorar novas possibilidades, mas ainda valoriza uma certa segurança.
O COE funciona como uma ponte entre o mundo da renda fixa e o da renda variável; você não precisa entender de ações ou operar no mercado para participar de estratégias que, sozinhas, seriam bem mais complexas.
Por outro lado, ele não é para todo mundo. O COE exige paciência, já que o dinheiro fica aplicado até o vencimento, e o retorno só é conhecido no final.
Além disso, o ganho pode variar muito, às vezes, o resultado é menor do que o esperado ou até nulo, dependendo do cenário econômico.
Por isso, o COE vale a pena quando o investidor entende o funcionamento do produto e o enxerga como uma forma de diversificar e experimentar algo novo, não como uma promessa de lucro rápido.
Ele combina melhor com quem pensa no médio e longo prazo e quer colocar uma pitada de ousadia em uma carteira equilibrada.
Fontes: Info Money; XPI; B3; BTG Pactual; Toro Investimentos; Suno