Cai para 3,1% no mês de agosto as vendas no mercado varejista

6 de outubro de 2021, por Pedro Martoly

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Caiu para 3,1% no mês de agosto as vendas no mercado varejista em agosto em comparação a julho deste ano e o número desagradou aos economistas. A informação foi revelada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa baixa aconteceu depois de 4 taxas positivas seguidas. Em 2021, o varejo já completou um acréscimo de 5,1% e nos últimos doze meses, um aumento de 5,0%.

Dentro de um ano, se revisarmos o mês de agosto do ano passado é possível perceber que o mercado varejista caiu 4,1% após 5 taxas positivas consecutivas.

Dados complementares da Refinitiv

Fintech Time

De acordo com o consenso Refinitiv, a estimativa para as vendas em agosto, comparado ao mês anterior a ele, era de um avanço de 0,7% e um aumento também de 2% em comparação ao mesmo período no ano passado.

Dentro de 8 atividades estudadas, seis obtiveram taxas inferiores em agosto. As áreas mais atingidas foram de uso pessoal e doméstico com um percentual negativo de 16,0%. Ou seja, foi o ponto negativo principal sobre o indicador do mercado varejista. Sendo assim, são atividades compostas por enormes lojas de departamento, por exemplo.

Segundo o gerente da PMC, Cristiano Santos, essa área passou por uma situação difícil no começo da pandemia do novo coronavírus. Contudo, se reergueu com a repaginação das táticas de vendas via internet. Resultado disso, foram aumentos significantes. O destaque foi para julho com 19,1%, que houve o lançamento das ferramentas digitais de marketplace.

 Recuos

Deposit Photos

O gerente da PMC contou ainda que o excesso de descontos fez com que o cliente antecipasse as compras para julho. Portanto, o mês de agosto recebeu um impacto negativo com uma baixa de 16,0%. Porém, essa recuada não foi o bastante para tirar o rendimento dos 4 meses anteriores.

Houve também, ao mesmo tempo, recuo em áreas de:

  • Combustíveis e lubrificantes: -2,4%
  • Equipamentos e materiais para escritórios, informática e comunicação: -4,7%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,9%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,0%
  • Móveis e eletrodomésticos: -1,3%

De acordo com o gerente da PMC, combustíveis e lubrificantes sofreram com a inflação nos últimos meses. Ou seja, reduz o ímpeto de consumo nas casas e nas companhias. A receita nominal de super e hipermercados chegou próximo do 0,3%. Ademais, o combustível caiu 0,7%. Sendo assim, as famílias tiveram gastos menores entre julho e agosto.

Variações positivas

Metropoles

Apenas duas áreas de atividades conseguiram uma oscilação positiva na quantidade de vendas em agostos, que foram:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 0,2%
  • Tecidos, vestuário e calçados: 1,1%

Relação por ano

Em relação a agosto de 2020 esse ano caiu 4,1%. Ou seja, a primeira taxa negativa interanual desde o começo de 2021. Os setores impactados foram:

  • Artigos de uso pessoal e doméstico: -1,7%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -9,1%
  • Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -4,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -19,8%

Já os que foram atingidos com efeito positivo são:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos: 6,5%
  • Combustíveis e lubrificantes: 0,4%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: 1,3%
  • Tecidos, vestuário e calçados: 1,0%

Agora, pelas unidades da federação tiveram variações, sendo que a maioria pendeu para resultados negativos e a minoria para positivos:

  • Acre: -10,2%
  • Alagoas: 0,0%
  • Amapá: -9,2%
  • Ceará: 2,0%
  • Maranhão: 1,0%
  • Mato Grosso: -10,9%
  • Pará: 1,3%
  • Paraná: -9,0%
  • Santa Catarina: 10,1%
  • Sergipe: 1,1%
  • Rondônia: -7,4%
  • Roraima: 0,3%

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Fonte: Valor Econômico

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