Como a bolsa reagiu aos atos de vandalismo em Brasília?

9 de janeiro de 2023, por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Tempo de leitura médio: 3 min, 34 seg


Manifestantes bolsonaristas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF no domingo e deixaram o país perplexo com o quebra-quebra nos atos de vandalismo em Brasília. E o que isso tem a ver com o seu dinheiro? A invasão ao STF repercutiu na Bolsa de Valores? Como ficam os seus investimentos depois das manifestações de 8 de janeiro?

A verdade é que nunca tivemos, no Brasil, um ambiente tão polarizado como nessas últimas eleições. De um lado, Lula venceu as eleições e se tornou, novamente, o presidente do Brasil. Por outro, no entanto, parte dos bolsonaristas não reconhecem o resultado das urnas. E as sucessivas manifestações se tornaram um barril de pólvora, que acabou explodindo com a invasão do Congresso e do STF.

Infelizmente, os manifestantes extrapolaram todos os limites razoáveis e só agravaram a situação da já tensa política brasileira.

O que a invasão bolsonarista tem a ver com seus investimentos?

Em tese, os atos de vandalismo não influenciam, em absolutamente nada, sua carteira de investimentos. Mas, é fato que a Bolsa de Valores é bastante sensível a qualquer ruído ou sinal de instabilidade política ou econômica.

Além disso, os protestos violentos, em Brasília, acabam dando aos investidores internacionais a sensação de que o país vive uma guerra civil. E isso pode piorar o risco-Brasil e afugentar o capital estrangeiro da B3.

Porque a Bolsa subiu depois das manifestações de 8 de janeiro?

Apesar da percepção negativa do mercado quanto aos atos de 8 de janeiro, A Bolsa de Valores oscilou entre altos e baixos na segunda-feira (9/1). E acabou fechando no azul.

Mas, por que a Bolsa não caiu depois da invasão ao STF no 8 de janeiro? Aparentemente, este teria sido o movimento mais comum. Ocorre, no entanto, que outro evento também exerceu forte influência sobre nosso mercado financeiro.

China relaxa restrições de Covid-19

Na segunda-feira, a China reabriu suas fronteiras e autorizou a chegada de estrangeiros ao país. O relaxamento das restrições aos voos internacionais é mais um marco do abandono da política de “covid zero” por lá. Com isso, a China vai retomando seu funcionamento normal, o que é muito positivo para o Brasil. Afinal, o país é nosso principal parceiro comercial.

Com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, as ações oscilaram entre altas e baixas na segunda-feira, com Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) fechando em alta. E qual a postura do investidor de longo prazo diante de tudo isso?

Fique longe do noticiário político

Eu sempre bato na tecla de que o bom investidor é 100% imune aos movimentos de mercado, no curtíssimo prazo. Investir com base no noticiário político não é nada inteligente. Quem investe pro longo prazo tem um horizonte de visão muito mais amplo.

Por isso, portanto, eu considero que o investidor consciente só deve pensar em mudar alguma estratégia, com relação a determinado ativo, depois de uns 3 ou 4 balanços trimestrais. Ou seja, o mais correto é caminhar como um elefante – e não como um rato.

Então, se você ficou com medo das manifestações do dia 8 de janeiro, é hora de repensar seus conceitos como investidor. Se você acha que deve sair vendendo suas ações porque a Bolsa caiu num único dia, você precisa urgentemente parar de investir e voltar à estaca zero.

Só ganha dinheiro na Bolsa de Valores quem entende como o jogo funciona; quem entende que o mercado é volátil e mantém uma carteira sólida e segura, independentemente do que esteja acontecendo em Brasília – ou em qualquer outra cidade do Brasil.

E então, gostou das dicas? Então, não deixe de assistir ao vídeo acima (do canal Investidor Sardinha) em que detalho como os protestos de 8 de janeiro afetam a Bolsa de Valores.

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E não deixe de conferir, também: Viver de bolsa de valores: como é possível?