6 de maio de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

A China revidou as recentes decisões dos EUA, mas fez isso de uma forma mais complexa do que imaginávamos. O Ministério das Finanças da China elevou a tarifa de produtos importados para os EUA de 34% para 84%.
Para você entender o que isso significa, para que a Apple continue lucrando o mesmo que lucra agora, ela teria que vender o iPhone quase pelo dobro do preço. Ou seja, isso vai afetar diretamente sua margem de lucro e o maior mercado da empresa é justamente a China. E a Apple é apenas uma das empresas afetadas, várias outras estão na mesma situação.
A China está aberta ao diálogo, mas, deixou claro que irá agressivar também caso as coisas continuem da mesma maneira.
O Ministério do Comércio chinês classificou as tarifas americanas como um “erro sobre erro”, acusando os EUA de praticarem unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica. Ou seja, a declaração reforça a postura firme de Pequim e demonstra que o país asiático não está disposto a ceder facilmente.
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Oportunidades de investimento em meio ao conflito
Com a indústria buscando alternativas à produção na China e os EUA incentivando a fabricação local, o cenário global está em transição. Países como Vietnã e Índia despontam como alternativas para a cadeia produtiva global. Mas há outra forma interessante de aproveitar essa movimentação: investir diretamente na China.
Se você ainda não tem exposição à economia chinesa, este pode ser o momento ideal. Sim, há riscos, afinal o mercado ainda vê a China com certa cautela. Mas também há oportunidades únicas, especialmente por meio de ETFs (fundos de índice negociados na bolsa).
Mesmo morando no Brasil, é possível investir em ETFs chineses por meio de corretoras internacionais. Aqui estão algumas opções populares:
1. MCHI – iShares MSCI China ETF
Esse ETF oferece ampla exposição ao mercado chinês. Isso porque ele possui mais de 600 empresas e combina ativos listados em Hong Kong, nos EUA e na China continental. A taxa de administração é de 0,59% ao ano.
2. GXC – SPDR S&P China ETF
Com cerca de 900 ações, é uma alternativa ainda mais diversificada, funcionando como um “S&P 500” da China. É ideal para quem busca exposição ampla ao mercado chinês sem depender de ações individuais.
3. ASHR – Xtrackers Harvest CSI 300 China A ETF
Esse ETF é voltado para investidores que querem se expor diretamente ao mercado doméstico chinês. Ele é focado exclusivamente em empresas listadas na China continental, sem intermediação por bolsas americanas.
Como lucrar pesado com a Índia?
A Índia vem chamando atenção como uma possível “nova China”. O país tem crescido ferozmente, a ponto de até a própria China enxergar a Índia como um concorrente emergente. Mas é importante ter em mente: mercados incipientes exigem cuidado. Não é o tipo de investimento para colocar uma grande parte do seu patrimônio e dormir tranquilo. A recomendação aqui é clara — uma posição pequena, estratégica, com visão de longo prazo.
INDA – Exposição ampla à Índia
Um dos ETFs mais interessantes é o INDA, que oferece uma exposição generalista ao mercado indiano. Quando você olha o portfólio, é provável que não reconheça muitas das empresas listadas.
No entanto, são negócios fortemente locais, com destaque para o setor farmacêutico, onde a Índia é bastante forte. Uma das poucas empresas que talvez soe familiar seja a Mahindra, conhecida no setor automotivo. Há também grandes bancos indianos e empresas estratégicas, mas de conhecimento restrito fora da Ásia.
Por isso mesmo, ele é recomendado para quem quer se expor ao mercado como um todo, sem precisar entender empresa por empresa.
EPI – Empresas indianas com foco em lucro
Se você busca uma abordagem mais seletiva, baseada em fundamentos, o EPI pode ser uma ótima opção. Ele foca em empresas mais lucrativas da Índia. Ainda assim, ao abrir a lista de empresas, a maioria continuará soando estranha aos seus ouvidos. Mas aqui o foco está em qualidade financeira. Ou seja, empresas mais rentáveis, com bons indicadores de resultado.
INDY – As gigantes da Índia
Já para quem prefere um ETF mais concentrado, focado nas 50 maiores empresas da Índia, o caminho é o INDY. Ele é mais “pesado”, pois possui uma taxa de administração de 0,89% ao ano. No entanto, garante exposição às gigantes indianas. Oscila mais? Sim. Mas também entrega retorno de forma mais alavancada quando o país vai bem.
Leia mais: 14 coisas que você precisa saber antes de investir em ETFs
México, uma nova fronteira de oportunidades
A diversificação internacional não se limita à Ásia. O México também tem se destacado, especialmente em razão de sua indústria forte e crescimento consistente. Um fundo de investimento mexicano, por exemplo, rendeu 124% dolarizado desde 2017, contra 12% do índice de referência local e 41% do IRT. Em cinco anos, teve performance de quase 100%, também dolarizada.
Esse fundo, hoje fechado ao público geral, mostra o potencial do mercado mexicano, que tem crescido sem depender de Big Techs. E mesmo com as novas tarifas americanas afetando exportações, o país está em uma posição estratégica, colhendo bons frutos de acordos comerciais e da sua proximidade com os EUA.
Fique atento as oportunidades
Se você quer realmente internacionalizar sua carteira, não dá mais para ignorar a Índia e o México. Com ETFs e a possibilidade de acesso a fundos estrangeiros estratégicos via plataformas que pensam como grandes investidores, o cenário é promissor.
O mundo está mudando e as melhores oportunidades de investimento estão surgindo justamente fora do radar tradicional.
Quer entender melhor como isso funciona? Então, assista ao vídeo na íntegra!
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