29 de agosto de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Quanto custa a felicidade? Tenho a impressão que ninguém nunca falou sobre esse assunto, sobre o quanto de dinheiro você precisa para ser realmente feliz. E para preparar esse conteúdo, estou pesquisando há algum tempo.
Em toda turma da AUVP perguntei para os alunos quanto eles gastavam por mês, quão satisfeitos eles estavam com esse valor e também questionei sobre o estilo de vida e tudo mais. E então recolhi todas essas respostas ao longo dos anos. Não é uma pesquisa imensa, mas é uma pesquisa com um nível de qualidade muito interessante e é isso que vou mostrar para vocês.
Como foi a pesquisa
Essa minha pesquisa colheu diferentes informações de diferentes perfis de pessoas. O meu objetivo era perguntar de forma ampla se a pessoa era feliz, sem olhar o perfil de renda especificamente. Se fizéssemos isso, não seria possível delimitar qual faixa de renda é mais feliz e qual é mais triste, porque estaria tudo misturado. Então, o que fiz foi elaborar algumas perguntas relacionadas à segurança ou a coisas que comumente acreditamos que trazem felicidade.
Fiz isso de maneira anônima para evitar que as pessoas tivessem motivos para mentir sobre isso.
Além disso, tentei evitar momentos específicos que pudessem afetar nesse sentimento. Por exemplo, durante um período pós-eleitoral, as respostas foram mais pessimistas, pois todos estavam frustrados. Durante a Copa do Mundo, houve uma diferença, as pessoas estavam mais feliezes. Por isso, tentei descartar esses períodos e colhi os dados aos poucos, em momentos de maior tranquilidade.
As perguntas feitas incluíam:
- Quanto você gasta por mês?
- Se sente realizado com a sua vida atual?
- Você tem filhos?
- Tem casa própria?
- Qual a origem da sua renda?
- De 0 a 10, que nota você dá para sua vida atual? E qual o tamanho da realização que você tem com a sua vida?
Analisando os resultados
Os dados consolidados da minha pesquisa mostram que 51% das pessoas se sentem realizadas com sua vida atual e 49% não. A renda média da pesquisa é de R$ 8.000 por mês – lembrando que esse é o público da AUVP, que de fato é um pessoal que está ali na classe média.
Felicidade & Vida familiar
A nota média para o relacionamento amoroso ficou em 7,1. No total, 27% das pessoas atribuíram nota 10, enquanto 15% deram nota zero. Em relação à vida familiar, a média foi de 8,1, com poucas pessoas dando nota zero. Quanto à vida atual, poucas pessoas deram notas de 0 a 4, indicando que esse é um público mais realizado.
No que diz respeito à família, 36% têm filhos, enquanto 64% não têm. Uma descoberta interessante foi que as pessoas sem filhos se sentem mais realizadas. No total, 63,47% das pessoas sem filhos se consideram realizadas, em comparação com 54,13% das pessoas com filhos. Embora a diferença não seja muito grande, ela desafia o imaginário popular de que ter filhos necessariamente aumenta a realização pessoal.
Quanto ao relacionamento amoroso, o impacto foi surpreendente. Pessoas com um relacionamento amoroso muito bom tendem a avaliar sua vida atual de maneira mais positiva. Aqueles que deram notas altas (9 ou 10) para seus relacionamentos amorosos também avaliaram sua vida em geral de forma mais elevada.
Felicidade & Moradia
Além disso, 42% das pessoas possuem imóvel próprio, enquanto 57,6% não possuem. A origem da renda é majoritariamente proveniente do trabalho (87%), seguido por empresa própria (20%), investimentos com recursos próprios (7%) e herança (3%).
A diferença na sensação de realização entre aqueles que possuem ou não um imóvel não é tão grande quanto eu esperava. No entanto, aqueles que possuem imóveis tendem a se sentir mais realizados. Do total, 56,38% das pessoas que avaliaram sua realização entre 6 e 8 possuíam um imóvel, enquanto 73,47% das pessoas que se sentiam altamente realizadas (nota 10) também eram proprietárias de imóveis. Isso sugere que o imóvel pode influenciar a percepção de realização devido ao ideal de sucesso que muitos brasileiros possuem, que é o de ter uma casa e um carro.
Felicidade & Dinheiro
Os dados indicam que o dinheiro traz felicidade, mas apenas até certo ponto, por volta de R$ 20.000 por mês. Acima desse valor, a correlação entre renda e felicidade começa a diminuir.
As pessoas que gastam entre R$ 5.000 e R$ 7.000 por mês geralmente estão mais satisfeitas, enquanto aquelas que gastam até R$ 20.000 mostram uma satisfação crescente, mas que não aumenta indefinidamente.
Portanto, para alcançar um nível elevado de felicidade, é importante uma combinação de fatores: ter um relacionamento amoroso satisfatório, uma casa própria e um gasto mensal em torno de R$ 20.000. Se esse é o seu objetivo, uma renda passiva de R$ 20.000 seria o ideal. Uma forma de alcançar essa meta é investir até atingir essa renda passiva mensal.
Correlação entre dinheiro e felicidade
Para saber minha conclusão sobre a pesquisa, e do quanto você realmente precisa para ser feliz, assista ao vídeo!
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