Donald Trump fez uma ameaça caso os BRICS insistam em criar uma nova moeda. Quais seriam os impactos disso no mercado? Leia aqui!
10 de dezembro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
O futuro presidente dos EUA, Donald Trump fez uma fala um tanto quanto ameaçadora ao BRICS, mais especificamente ao Brasil. Trump afirmou que se os países insistirem em criar uma nova moeda, irá taxar em 100% os produtos desses países. Lembrando que os principais países que compõem o BRICS são: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Trump foi enfático: “Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do BRICS, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano. Caso contrário, sofrerão 100% de tarifas e terão que dizer adeus às vendas para a economia norte-americana”.
Ameaça direta ao Brasil?
Na prática, a declaração de Trump poderia encerrar o assunto. No entanto, o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, complicou a situação ao afirmar que a ideia de criar uma moeda para competir com o dólar partiu do Brasil, especificamente do presidente Lula. Essa declaração torna a mensagem de Trump diretamente direcionada a nós.
Do ponto de vista pragmático, se o presidente Lula decidir recuar agora, é provável que o tema se resolva rapidamente. Porém, analisando realisticamente, não acredito que os Estados Unidos imporiam sanções severas simultaneamente contra China, Brasil e Rússia. Isso criaria um enorme problema para eles, considerando a dependência econômica de várias empresas americanas que operam nesses países. Além disso, impor sanções à China, em particular, seria um desafio monumental, dado o papel central da China na cadeia global de suprimentos, especialmente para produtos consumidos pelos próprios americanos. Caso Trump desejasse agir, sanções mais leves seriam uma abordagem mais provável.
Nesse contexto, o Brasil não deveria liderar ou assumir um lado em disputas como essa. A rivalidade entre EUA e China, por mais tensa que seja, representa uma oportunidade econômica para nós. Escolher um lado, definitivamente, não seria a melhor estratégia. Historicamente, a diplomacia brasileira tem se destacado por sua habilidade em manter um equilíbrio entre as grandes potências, permitindo-nos aproveitar acordos comerciais vantajosos com ambas. Preservar esse equilíbrio é essencial para que o Brasil continue prosperando em um cenário internacional tão instável.
A situação vai piorar para o investidor?
Infelizmente, as notícias não são boas para os investidores. O dólar segue em alta, por conta do desequilíbrio dessas relações. Sei que a situação deixa alguns investidores muito ansiosos, já pensando sobre o “fim do Brasil”. Mas, como já disse, é preciso tomar muito cuidado com o alarmismo e o terrorismo que esses influenciadores criam ao redor do assunto.
Os shoppings continuam lotados, o mercado está aquecido, o mercado errou a cotação do PIB duas vezes. Enfim, existem múltiplas questões aqui. Inclusive, tivemos a maior Black Friday dos últimos 4 anos e não tinha ninguém falando sobre isso.
É o momento de comprar?
E então, voltamos para a base, estamos agora com a chance de investir em bons ativos. Necessariamente, estamos com boas oportunidades. A mola está sendo comprimida e em algum momento ela vai se soltar, como ocorreu em todos os ciclos economicos no mundo inteiro. Não fique fora, compre, faça aportes.
E não se guie somente pelo viés da urgência. Mantenha a sanidade, pense bem sobre o que você ouve e consome. E faça sempre uma diversificação global.
Não venda seus ativos por medo
Então, pense de forma madura. Não faça besteira e nem caia nessa ideia de fim do mundo. Espere as promoções, vá construindo sua posição devagar, diversifique seu portfólio e compre com medo mesmo. No futuro você vai me agradecer!
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E se você quer entender melhor toda essa situação com o Donald Trump e como tudo isso ocorreu, assista ao vídeo em que explico melhor sobre!
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