12 de dezembro de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Recentemente, o Itaú Unibanco enfrentou duas questões delicadas envolvendo executivos de alto escalão, que têm gerado repercussão no mercado financeiro. Os casos estão relacionados ao ex-diretor financeiro (CFO), Alexandro Broedel, e ao ex-diretor de marketing, Eduardo Tracanella. A gravidade das acusações levantou questionamentos sobre possíveis irregularidades no banco.
O que aconteceu?
No caso de Alexandro Broedel, as investigações apontam que, durante seu período como CFO, ele teria aprovado pagamentos no valor de R$ 10,5 milhões a um fornecedor com o qual mantinha vínculos pessoais. Essa situação configura um claro conflito de interesse, gerando preocupações sobre a integridade das decisões financeiras tomadas sob sua supervisão. Dada a sua posição estratégica, tais ações poderiam comprometer não apenas o processo de tomada de decisões, mas também a credibilidade da instituição.
Diante das suspeitas, o Itaú iniciou uma investigação interna, comunicou o ocorrido ao Banco Central e aos auditores independentes, e adotou medidas legais para recuperar o montante. Broedel, por outro lado, negou todas as acusações, afirmando ter agido de forma ética durante todo o período em que esteve no banco.
Esse caso reflete, mais uma vez, o impacto da ganância no ambiente corporativo. É impressionante como alguns profissionais colocam em risco carreiras sólidas e respeitáveis por atos que podem resultar em sérias consequências, inclusive criminais. No entanto, é importante que qualquer acusação seja investigada com rigor, e que, caso se trate de um mal-entendido, a verdade seja devidamente esclarecida. A confiança no mercado financeiro depende de respostas firmes para situações como esta.
Outro caso
O outro caso envolve o ex-diretor de marketing do Itaú, Eduardo Tracanella, que foi demitido após ser acusado de usar o cartão corporativo do banco para despesas pessoais. A violação foi identificada por meio de processos internos de compliance, o que resultou em uma investigação que confirmou a infração das políticas.
Embora o banco tenha declarado que não houve prejuízos materiais para a instituição, a prática levanta questionamentos sobre a fiscalização interna e sbre como essa violação passou despercebida por tanto tempo. Afinal, é algo simples de ser descoberto.
Impacto nas ações do Itaú?
Apesar dos escândalos envolvendo seus executivos, os resultados financeiros do Itaú Unibanco permanecem sólidos e demonstram a resiliência da instituição. No terceiro trimestre, o banco reportou um lucro líquido recorrente de impressionantes R$ 10,68 bilhões, acompanhado por uma carteira de crédito robusta de R$ 1,278 trilhão. Esses números indicam que, até o momento, as denúncias não impactaram de forma relevante o desempenho da empresa.
Para os investidores, isso significa que não há razões imediatas para considerar a venda de ações com base nos acontecimentos recentes. A operação do Itaú segue saudável, e os resultados apresentados reforçam a confiança no modelo de negócios do banco. Naturalmente, é importante acompanhar os desdobramentos dos casos envolvendo os executivos, mas, por ora, a performance financeira do Itaú permanece inabalada.
No longo prazo, o Itaú continua demonstrando um desempenho promissor. Com um P/L de 8,19, suas ações são consideradas relativamente baratas, enquanto o P/VPA de 1,63 indica um retorno atraente. Além disso, a instituição mantém um histórico de lucros consistentes, não possui dívidas significativas e, de maneira geral, é reconhecida por sua boa administração, mesmo com os desafios recentes.
Vale a pena manter as ações?
Com a performance financeira atual sólida, não há motivos para precipitação ou pânico. Vender ações com base apenas em notícias pode levar a decisões impulsivas que resultam em prejuízos. É fundamental analisar os números e o contexto antes de tomar qualquer atitude.
Se ainda restam dúvidas sobre a situação do Itaú e seus impactos, recomendo assistir ao vídeo completo, onde explico os detalhes e desdobramentos com mais profundidade!
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