A bolsa brasileira acabou como alguns previram? Vou fazer uma análise atualizada sobre os números mais recentes. Confira!
9 de maio de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Mesmo diante de uma crise global, a Bolsa e o Ibovespa tem surpreendido positivamente em 2025. Até o mês de abril, o índice acumula uma valorização de 7,6%, refletindo uma forte pressão compradora, especialmente em setores estratégicos como bancos e utilities.
Em um cenário internacional conturbado, o Brasil e tem se destacado como um dos poucos países emergentes com desempenho positivo.
Atualmente, diversos fatores geopolíticos têm movimentado os mercados internacionais. Um dos focos de tensão está na China, que enfrenta uma crise severa envolvendo fornecedores de produtos americanos e europeus. Com dificuldades para manter as exportações, o país tenta reposicionar seus produtos, enquanto a União Europeia e os EUA também se envolvem em disputas comerciais e políticas complexas.
Todo esse cenário tem, paradoxalmente, beneficiado o Brasil. Relatórios recentes indicam que o país é um dos únicos com crescimento, ainda que modesto, em meio à instabilidade global.
Veja também: Quais são os maiores exportadores do mundo?
A Força do real e o impacto nos índices
Do ponto de vista macroeconômico, observamos uma queda na curva nominal de juros de 10 anos e uma valorização do real, que recuou de R$ 6,30 para abaixo de R$ 6,00 com certa estabilidade. Em resumo, esse movimento tem favorecido índices como o Ibovespa, o Small Caps e o Índice de Dividendos.
Além disso, 13 dos 16 setores da bolsa apresentaram desempenho positivo até agora. Destaque para os bancos e utilities, tem mostrado resultados consistentes.
Entre os países que compõem o índice de mercados emergentes, o Brasil teve o segundo melhor desempenho no ano. Ou seja, estamos atrás apenas do México, que atualmente enfrenta dificuldades devido a novas tarifas comerciais impostas pelos EUA.
Uma nova bolsa vem aí?
Outro tema que começa a ganhar atenção no mercado é a possível chegada de uma nova bolsa de valores no Brasil, com capital árabe. Embora isso seja tratado de forma informal, em reuniões fechadas e bastidores, já se especula até sobre IPOs previstos para essa nova plataforma.
Caso se concretize, a novidade pode representar uma ruptura importante para a B3, que há anos atua como única opção no país.
A possível recuperação da economia e o apetite crescente por risco trazem de volta a discussão sobre uma nova safra de IPOs. A Itaúsa, por exemplo, já fez um follow-on recentemente e pode estar testando o mercado para um possível IPO da EGEA, empresa privada de saneamento. Caso essa movimentação ganhe tração, pode desencadear uma nova onda de ofertas públicas no Brasil.
Aproveite a janela de oportunidade
Se você quer colocar dinheiro no bolso, esse momento do mercado é estratégico. A janela de oportunidade está aberta e quem aproveitar agora pode colher bons frutos. Quando os preços subirem, vão te dizer para comprar. Mas aí já não compensa mais.
Existem ações baratas, descontadas, empresas que sofreram muito e agora estão baratas. Essa é a janela para comprar, especialmente se você está começando a investir agora.
O poder dos primeiros 10 anos
Vamos supor, por exemplo, que o você comece a investir hoje. Você tem 28 anos e vai aplicar todos os meses, com uma taxa de retorno de 14,25% ao ano. Ou seja, em 10 anos, terá investido cerca de R$ 380 mil. Se você parasse de investir e deixasse esse valor aplicado por mais 20 anos, ainda assim terminaria com mais de R$ 5,4 milhões.
Ou seja, os primeiros 10 anos são os mais importantes. É neles que se constrói a base da sua aposentadoria.
Mas tem muita gente que já perdeu esse tempo. Começou a investir em 2019 e montou uma carteira ruim. Comprou ações como Magalu, Americanas, Oi e se frustrou. Investir errado nos primeiros anos custa caro. Então, muito cuidado com seus primeiros aportes!
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