27 de janeiro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Donald Trump agora ocupa oficialmente o cargo de presidente dos EUA. Mas, afinal, como isso impacta o Brasil? É sobre isso que vamos conversar!
Quando questionado sobre a relação com o Brasil, Trump declarou que ela deve ser excelente, especialmente porque, segundo ele, precisamos mais dos EUA do que eles de nós. E ainda reforçou que, na verdade, os EUA não precisam de nós para nada. Em resposta, o presidente Lula cumprimentou Trump pela posse e expressou a esperança de que ele contribua para “um mundo mais justo e pacífico”.
Logo de cara, podemos perceber que Trump não está muito disposto a negociar com o Brasil. Ele vê que somos nós quem mais precisamos dele. Mas vamos nos lembrar que o Brasil é um dos maiores exportadores de minério e alimentos do mundo. Quando comparamos nossa produção com a da Argentina, por exemplo, as diferenças são claras, principalmente no que diz respeito aos preços que conseguimos alcançar e aos que eles oferecem em determinadas commodities.
Ou seja, em termos de relações comerciais com os EUA, o ganho para eles é bem maior do que para nós. Portanto, na prática, não somos apenas nós que precisamos dos EUA. Eles também se beneficiam dessa relação. Trump adota uma política mais protecionista e agressiva, o que nem sempre é positivo para o Brasil.
EUA fora da OMS
Logo no primeiro dia de mandato, Trump iniciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris e da OMS. Essas ações, sem dúvida, terão um impacto significativo em todos os fundos de investimento que se baseiam em princípios ESG (ambiental, social e de governança). Até a BlackRock, que foi pioneira na criação do conceito de ESG, já afastou-se dessa abordagem. Portanto, se você investiu em empresas “verdes” sem considerar os números por trás delas, é provável que comece a perceber os efeitos dessa escolha mais adiante.
Essas decisões transformam o mercado como um todo, e a tendência é que todos os players do setor sigam esse movimento, afinal, ninguém quer ficar fora do radar do homem mais poderoso do mundo.
Outras decisões após a posse
Em relação à imigração, ele implementou a política de “permanência no México”, obrigando os imigrantes a aguardarem fora dos EUA enquanto seus pedidos de asilo são analisados. Além disso, ele classificou os cartéis mexicanos como organizações terroristas.
Trump também voltou a afirmar que pretende mudar o nome do “Golfo do México” para “Golfo dos Estados Unidos”. Embora essa mudança aconteça apenas nos livros, isso não terá impacto real no mundo. A única consequência será tornar o estudo de geografia mais difícil para os americanos médios.
Além disso, o epresidente declarou emergência energética nacional, facilitando a exploração de petróleo e gás para reduzir os custos dos combustíveis e impondo tarifas sobre produtos estrangeiros. Essa medida nos afeta diretamente, pois, com ela, os EUA devem reduzir a demanda por petróleo.
Novamente, ele deixou claro sua insatisfação com o BRICS, algo que a nossa diplomacia já havia antecipado. Por isso, nos distanciamos do grupo, e Lula tem adotado uma postura mais tranquila em relação a Trump, inclusive parabenizando-o pela posse.
Ainda sobre Trump, ele também decidiu acabar com as políticas afirmativas e declarou que, a partir de agora, só existem dois gêneros no país.
Mudando de assunto, com relação ao TikTok, Trump adiou a suspensão da rede social por 75 dias para que a plataforma consiga encontrar um comprador. Como sabemos, Elon Musk tem demonstrado grande interesse em assumir a rede.
Ao que o investidor deve estar atento agora?
Agora que você já conhece as primeiras medidas de Donald Trump, vamos analisar como isso pode impactar os investidores.
Logo de início, essas notícias indicam um dólar ainda mais forte, um endurecimento das regras de taxação e o fortalecimento das questões internas dos Estados Unidos. Isso sugere que Trump pode estar se preparando para pressionar a China e a Rússia.
Pode ser que ele esteja apenas enviando um sinal, uma mensagem estratégica. E, infelizmente, existe a possibilidade de ele estar disposto a entrar em conflito — e, se esse for o caso, isso seria péssimo para todos, para o mundo inteiro.
Porém, caso esse não seja o cenário, ainda precisamos observar como os EUA e o restante do mundo irão reagir a todas essas mudanças. Ele pode aplicar sanções econômicas, mas também pode ser alvo de represálias por parte de outros. Portanto, é bem possível que, em alguma situação, ele esteja apenas blefando. Pelo menos, espero que, na prática, esteja apenas tentando causar um certo receio.
Quer entender melhor sobre esses primeiros momentos do governo Trump? Então, assista ao vídeo em que trago um panorama geral sobre o assunto.
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