Varejistas estão sem lógica e irracionais, diz Squadra

Uma carta publicada pelo fundo de investimentos Squadra gerou certa comoção essa semana. Leia e entenda o porque disso!

20 de agosto de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Em 2020 a Squadra percebeu que havia problemas na IRB (Re) Brasil, uma vez que a empresa montou uma operação vendida (vendeu ações sem possuir), com o objetivo de ganhar na queda. E, logo depois, veio à tona a notícia de que a diretoria realmente havia cometido uma série de equívocos. Isso fez com que as ações da marca despecassem 80% em relação ao valor que ela já teve anos atrás. Enfim, a Squadra estava correta e a IRB (Re) tenta se recuperar até hoje.

Mas, afinal, qual o grande problema com isso? A questão é que a Squadra tem uma nova teoria sobre o setor de varejo e é sobre isso que vamos falar hoje!

Varejistas adotam mensuração sem lógica

Recentemente, a Squadra publicou uma carta. Nela, o grupo fez algumas ponderações sobre o setor de varejo, a fraude da Americanas e também sobre antecipação de recebíveis.

Isso porque muitas empresas tem adotado essa gestão de curto prazo, para antecipar seus valores, para apresentar um caixa mais robusto e reduzir a taxa de endividamento. De acordo com a Squadra, quando essas empresas estão próximas de divulgar os resultados, elas optam por negociar prazos e postergar pagamentos, tudo isso para manipular os números nos relatórios.

A Squadra avisou que esse tipo de estratégia pode gerar alguns fatos inusitadas, como empresas com caixa líquido ajustado e com resultado financeiro contábil negativo, na casa dos bilhões de reais. Em uma situação extrema, essa estratégia pode envolver fraude e fazer com que os investidores acompanhem números errados.

Tudo por vendas

No decorrer da carta, o fundo de investimentos também menciona o “undeserved sales” que traduzindo significa algo como: a receita que a empresa não merece possuir. Na prática, isso se refere a uma parte das vendas que não tem ROE, não tem um retorno positivo. E para ancorar isso, eles questionam sobre onde teria ido parar o volume de venda da Americanas, após a descoberta da fraude.

Isso porque, após a divulgação da fraude, o grande volume de vendas da loja deveria ter sido absorvido por seus pares como a Magazine Luiza e o Mercado Livre. No entanto, isso não ocorreu, pois não foi observado esse aumento nas concorrentes.

Por isso, a leitura feita é de que os demais players não quiseram esse faturamento artificial, pois não era um volume de vendas reais. Isso porque esses grandes números eram mantidos com insumos artificiais. Ou seja, as pessoas não compravam pela qualidade, mas apenas por conta do preço e outras questões que não eram reais.

Varejistas estão irracionais

Na carta, a Squadra fala muito sobre esse vício das varejistas em ganhar participação de mercado a qualquer custo. No entanto, isso não fideliza clientes e também não garante lucros (não da forma como está sendo feito). Ou seja, tudo isso é muito irracional.

As empresas do segmento estão gastando cada vez mais com CAC (custo de aquisição de cliente), com logística, tecnologia, oferta de novos serviços e prazos de recebíveis. Tudo isso está queimando o caixa dessas incorporações e criando números artificiais. Fato que comprova isso é que diversos varejistas atingiram níveis de endividamento preocupantes.

Mercado Livre é excessão

Na carta, a Squadra cita o Mercado Livre como um contra-exemplo positivo, mas vale lembrar que o fundo tem participação na empresa. Segundo eles, a varejista não entrou em devaneios para inflar sua receita e que eles estão em um patamar que dificilmente será alcançado por algum outro concorrente. Além disso, a Squadra também destacou a atuação da Equatorial e da PetroRio.

Mas, no geral, na carta a empresa destaca que os números apresentados por grandes varejistas não refletem o retrato verídico do orçamento e dos ganhos.

Resolvi abordar o assunto, porque a Squadra é respeitada e essa carta gerou certa comoção. Quer conferir mais detalhes da carta? Então, assista ao vídeo completo!

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