29 de setembro de 2021 - por Pedro Guimarães
A organização das nações unidas (ONU), divulgou nesta quarta-feira (29), um relatório sobre os fatores agravantes sociais da pandemia. O documento consiste em um chamado mundial.
Neste sentido, ele é um chamado para a ação e resposta a pior crise sistêmica mundial. No entanto, os efeitos da pandemia foram mais drásticos para o Brasil, segundo o relatório. As consequências dos efeitos pandêmicos serão mais grave para países com maiores desigualdades sociais, onde se inclui o Brasil.
O documento aponta alguns indicadores para medidas de recuperação econômica, como proteção social e inclusão digital.
Segundo o relatório, estas medidas são formas de inserir o país em uma rota de desenvolvimento inclusiva e sustentável. Assim, este chamado convoca os países a cumprir agenda desenvolvimentista da ONU de 2030.
Indicadores
Os indicadores selecionados pelo relatório mostraram como o Brasil estava antes da pandemia. Assim, foram selecionados 94 indicadores comparando o Brasil de 2019 com o atual.
Os resultados desta comparação apontaram para fragilidades estruturais e questões sensíveis. No entanto, estas questões geraram dificuldades para o enfrentamento da crise sanitária.
Além disso, agravaram a crise econômica e social que atingiram o país. A elaboração do relatório deve-se:
- Especialistas do programa das nações unidas para o desenvolvimento (Pnud);
- Fundos das nações unidas para infância (Unicef);
- Organização das nações unidas para a educação, ciência e cultura (Unesco);
- Organização Pan-Americana de saúde (Opas).
Radiografia do Brasil
Este relatório analisou o Brasil quanto ao grau de despreparo e vulnerabilidade no enfrentamento da COVID-19.
Neste sentido, vários dados foram coletados em diferentes fontes de informação: PNUD, UNICEF, ministério de saúde, dos direitos humanos, da educação, das comunicações, IBGE, e do fórum brasileiro de segurança pública.
Escolheu-se 2019 como ano de linha de corte temporal trazendo as principais desigualdades que atingiram crianças e adolescentes como: na educação, nas questões de gêneros, acesso à tecnologia e no Sistema Público de Saúde.
Fatores da desigualdade social mundial
Renda: Maior retração da atividade econômica mundial desde 1919;
Saúde: Número de mortes acima de 4,5 milhões;
Educação: Estudante fora da escola e sem acesso à internet. Outro fator relativo à educação é que muitos jovens não voltarão a estudar, causando o agravamento das desigualdades.
Busca de soluções para o Brasil apontadas pelo relatório
O relatório da ONU aponta para algumas ações que devam ser priorizadas para o Brasil.
Em primeiro lugar, o Brasil precisa buscar um pacto federativo afetivo. Além disso, ele destaca a necessidade de mecanismos mais eficientes de governança e cooperação entre setores públicos e privados.
Assim, segundo o relatório, os mecanismos de governança teriam como objetivo garantir oportunidades de recuperação econômica. Recuperação que se estendem para direito a educação, saúde, proteção conter a violência, e proteção social de infância, na adolescência, vida adulta e pessoas idosas.
A população mais atingida
O relatório mostra como a pandemia atingiu os brasileiros de forma desigual. Vale lembrar que o relatório da ONU cotou dados levantados pelo núcleo de saúde pública da UFRJ.
Neste sentido em um foco racial, o levantamento concluiu que a letalidade atingiu 56% entre brancos e 79% entre não brancos.
Na classificação que leva em conta o nível de escolaridade os números mostraram:
- 71% de óbitos entre os sem escolaridades
- 59% entre os que cursaram até quinto ano
- 48% entre os que cursaram até o nono ano
- 35% entre os que cursaram até o ensino médio
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Imagens: O Globo, L’Opinion, DW, Maiores e Melhores, DW, Rede Brasil Atual