12 de maio de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)

Nessa polêmica toda da China proibir a exportação de terras raras, decidi explicar um pouco melhor do que se trata, para que serve e porque esse assunto é tão sério.
Apesar do nome, as terras raras não são exatamente raras. Esses elementos químicos estão presentes em diversos países, incluindo o Brasil, mas o que as torna valiosas é o processo complexo e caro necessário para extraí-las e refiná-las. Esses materiais são fundamentais para a produção de uma enorme variedade de tecnologias modernas e é por isso que seu valor é tão alto.
Apesar de estarem distribuídas por diversos países, o processo de extração e refino é caro. Por isso, demanda grandes áreas, tecnologias específicas e muitas vezes, envolve questões ambientais e sociais complexas. Por isso, poucos países investem pesadamente na cadeia de produção desses elementos.
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Para que serve os elementos das terras raras?
Abaixo, vou citar alguns exemplos dos elementos mais relevantes e suas aplicações:
- Escândio (Sc): ligas leves para aviões e equipamentos esportivos;
- Ítrio (Y): usado em lasers, LEDs, televisores e materiais resistentes ao calor;
- Lantânio (La): presente em lentes de câmeras, telescópios e baterias de carros híbridos;
- Cério (Ce): componente de telas, vidros e catalisadores automotivos;
- Neodímio (Nd): essencial em ímãs superfortes usados em turbinas eólicas, fones de ouvido e carros elétricos;
- Promécio (Pm): radioativo, com uso militar e científico;
- Túlio (Tm): aplicado em lasers portáteis e equipamentos de raio-X.
Esses são apenas alguns exemplos. No entanto, toda tecnologia moderna utiliza ao menos um desses elementos em sua fabricação.
A China domina esse mercado
Embora vários países tenham reservas de terras raras, a China concentra cerca de 70% da produção mundial. Ou seja, isso dá ao país uma vantagem estratégica enorme, tanto do ponto de vista econômico quanto político.
Além de ter reservas abundantes, a China domina as etapas de refino e transformação desses elementos em insumos para a indústria. Por isso, o país consegue abastecer rapidamente sua própria cadeia de produção e controlar parte significativa da oferta global.
Nos últimos anos, o uso dessas matérias-primas tem sido considerado crítico para a segurança nacional de outros países. Em um eventual conflito geopolítico, o controle da China sobre esse setor poderia ter impactos severos.
Vale a pena investir em terras raras?
Essa é uma dúvida comum e a resposta depende do seu perfil de investimento. Investir em terras raras não significa comprar uma pedrinha com elementos exóticos, mas sim se expor a empresas que exploram, refinam e comercializam esses materiais. Principalmente por meio de fundos internacionais.
Um dos principais veículos para isso é o ETF REMX, que reúne empresas do setor de terras raras e metais estratégicos. No entanto, ele é um investimento de alta volatilidade, com histórico de grandes oscilações, tanto para cima quanto para baixo.
Por isso, é preciso ter muita certeza do que você está fazendo, antes de investir em terras raras.
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Alta de volatilidade
O REMX, por exemplo, chegou a valer mais de US$330 por cota em 2011, mas hoje está cotado por volta de US$ 37, após uma queda superior a 84%. Ainda assim, quem investiu em momentos estratégicos (como durante a pandemia) conseguiu retornos acima de 300%.
Ou seja, é um investimento com potencial de valorização, mas também altamente arriscado. Idealmente, ele deve compor apenas uma pequena parte da sua carteira, na fatia de ativos “exóticos” ou alternativos.
Então, pense bem antes de qualquer investimento! Quer conferir outros exemplos e se aprofundar no assunto? Então, assista ao vídeo completo!
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