Custo Brasil: o que é, efeitos e como funciona

Descubra o que é o Custo Brasil, como ele impacta quem empreende no país e por que tantos negócios enfrentam dificuldades.

8 de julho de 2025 - por Millena Santos


Empreender no Brasil não é nada fácil. Inclusive, se já tentou abrir ou manter um negócio por aqui, provavelmente sabe o quanto a burocracia, os impostos elevados e a falta de infraestrutura dificultam o caminho. É nesse contexto que entra o chamado Custo Brasil, uma expressão que, na prática, resume tudo aquilo que pesa no bolso e atrasa o crescimento de quem decide empreender.

Neste texto, a gente te explica o que é o Custo Brasil, impactos e muito mais.

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O que é Custo Brasil?

Quem empreende ou produz no Brasil sabe que os desafios vão muito além de ter uma boa ideia ou oferecer um bom produto.

O chamado Custo Brasil é um termo usado para descrever as dificuldades, digamos assim, que tornam mais caro e complicado produzir, vender e até exportar no país.

Impostos altos, burocracia, infraestrutura precária e insegurança jurídica são só alguns dos fatores que pesam nessa conta.

Na prática, o Custo Brasil funciona como uma espécie de alerta informal, já que ele mostra o quanto essas dificuldades impactam a competitividade das empresas brasileiras, especialmente quando elas tentam disputar espaço no mercado internacional.

Fatores que compõem o Custo Brasil

1- Muita burocracia

Abrir, manter e expandir um negócio no Brasil costuma ser um verdadeiro teste de paciência. Documentos, autorizações, licenças e uma longa lista de exigências tornam até tarefas simples mais demoradas do que deveriam ser.

Todo esse excesso de burocracia consome tempo, exige mais mão de obra e, claro, gera custos extras que acabam pesando no orçamento da empresa.

2- Estrutura tributária complexa

O sistema de impostos no Brasil é um pouco confuso, com regras que variam de estado para estado e de setor para setor. Além de exigir um acompanhamento constante, também torna a concorrência desigual.

Enquanto algumas empresas contam com incentivos, outras enfrentam uma carga muito pesada.

Quando o assunto é exportação, a situação se complica ainda mais, já que, infelizmente, os custos extras tiram a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.

3- Riscos jurídicos

Outro ponto importante é a insegurança, também presente nessa equação. Com uma legislação complexa e, muitas vezes, pouco clara, o risco de enfrentar disputas judiciais é constante, mesmo quando tudo parece estar certo.

Por isso, as empresas precisam investir em apoio jurídico desde o início, o que gera mais custos e exige atenção redobrada para evitar transtornos maiores no futuro.

4- Infraestrutura deficiente

Para encerrar, a gente não poderia deixar de mencionar que a infraestrutura é outro grande desafio. Isso porque rodovias mal conservadas, portos com estrutura limitada, dificuldades no transporte ferroviário e falta de integração logística atrapalham bastante.

Isso, claro, impacta diretamente na entrega de produtos, aumenta o tempo de deslocamento, eleva os riscos de perdas e, consequentemente, encarece todo o processo.

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Impactos do Custo Brasil para as organizações

Quando se compara o Brasil com outros países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), um dado chama bastante atenção. As empresas brasileiras gastam, em média, mais de R$ 1,7 trilhão a mais por ano para conseguir operar, levando em conta os custos médios enfrentados em outros países.

Esse valor não representa apenas um número elevado, mas reflete uma série de entraves que dificultam o crescimento e a competitividade do país no cenário global.

Portanto, todos os custos extras acabam gerando impactos diretos em diferentes áreas da economia. Entre os principais, podemos destacar:

  • aumento da carga tributária;
  • complexidade do sistema tributário e riscos jurídicos;
  • competitividade menos expressiva no mercado internacional;
  • disponibilidade de recursos mais baixa;
  • compromete os investimentos no país;
  • aumento no valor de produtos em etapas finais de negociação.

No entanto, vale lembrar que, mesmo com esse cenário desafiador, boas práticas de gestão, planejamento estratégico e o uso de tecnologia podem ajudar a reduzir parte desses impactos.

Logo, empresas que se organizam de modo mais estratégico e buscam soluções inovadoras no mercado conseguem ganhar fôlego e aumentar sua competitividade, inclusive no cenário internacional.

Possíveis medidas para melhorar o Custo Brasil

Apesar dos inúmeros desafios gerados pelo Custo Brasil, algumas iniciativas vêm sendo discutidas para tentar reduzir parte desses impactos e abrir caminho para um ambiente de negócios mais saudável.

Uma delas é o documento “Propostas para a retomada do crescimento econômico”, que reúne uma série de sugestões voltadas a ampliar o desenvolvimento do país.

Entre os objetivos estão a geração de empregos, o fortalecimento da segurança jurídica e a criação de condições mais favoráveis para quem produz e empreende.

As propostas vão desde a redução das burocracias e dos custos no comércio exterior até o incentivo à modernização da indústria, especialmente por meio de novas linhas de financiamento.

Também há uma atenção especial à necessidade de uma reforma administrativa mais eficiente, à modernização dos mecanismos de apoio às exportações e à busca por soluções que deixem o setor elétrico mais competitivo.

Além dessa iniciativa, o Ministério da Economia, por meio da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (SEPEC), também tem estudado formas de aliviar os custos que tornam o Brasil menos competitivo em relação a outros países.

Sendo assim, eles trabalham a ideia de propor medidas que melhorem a eficiência e diminuam os obstáculos que hoje comprometem o crescimento sustentável da economia brasileira.

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Fonte: Suno, AMCHAM.

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