15 de outubro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
A taxa Selic voltou ao centro dos debates econômicos, nos últimos meses. Muitos acreditam que reduzi-la seria a solução para aquecer a economia e impulsionar o crescimento. Mas será que é tão simples assim?
Veja também: Como a taxa Selic influencia os seus investimentos?
Cortar Selic na canetada é bom?
Em teoria, reduzir a Selic parece ótimo. Juros menores significam mais crédito, mais consumo e mais crescimento. Mas, na prática, cortar os juros de forma artificial pode gerar um problema ainda maior: a volta da inflação descontrolada.
Quando o Banco Central derruba a taxa rapidamente, o crédito se expande demais e a demanda sobe, mas a oferta de produtos não acompanha esse ritmo. Com isso, o resultado é o aumento dos preços.
Foi por isso que, mesmo com pressões políticas, a atual diretoria do Banco Central manteve a Selic em patamares elevados. Reduzir juros sem responsabilidade fiscal é apenas um alívio temporário, que logo se transforma em dor de cabeça.
Vantagens da Selic baixa
Juros altos são bons para quem?
Existe um mito de que o “mercado financeiro” adora juros altos. Na verdade, não é bem assim.
Quando a Selic está alta, os investimentos em renda fixa se tornam muito mais atrativos, o que afasta o investidor da Bolsa de Valores. O resultado é um mercado de capitais travado, com menos IPOs e menos captação para as empresas crescerem.
Por outro lado, os bancos não são tão prejudicados quanto parece, já que continuam lucrando com o spread. Mas, de modo geral, juros altos desanimam a economia real: empresários não conseguem investir, consumidores perdem poder de compra e o país para de crescer.
Impacto dos juros na indústria
Entre todos os setores, a indústria é a que mais sofre com a Selic elevada. Com o crédito caro, fica difícil investir em novos maquinários, expandir fábricas ou modernizar processos. O resultado é um parque industrial cada vez mais envelhecido e pouco competitivo.
Mesmo com linhas de crédito subsidiadas, os juros “baixos” ainda é alto para os padrões de países desenvolvidos. E sem investimento produtivo, não há geração de emprego nem aumento de produtividade.
Juros no Brasil vai abaixar?
A tendência é que a Selic comece a cair de forma gradual, talvez no primeiro trimestre do próximo ano. No entanto, se o governo não controlar gastos e garantir previsibilidade fiscal, essa queda será apenas temporária.
Enquanto isso, o investidor precisa entender que o juro é um termômetro da confiança. Se o país gasta mais do que pode, o termômetro sobe. Se o governo mostra disciplina e planejamento, os juros naturalmente caem.
Baixar a Selic não resolve, por si só, os problemas da economia brasileira. É apenas uma das ferramentas e só funciona se vier acompanhada de um plano fiscal sólido e investimento produtivo.
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