Tudo que você precisa saber sobre renda fixa


A maioria dos investidores, assim como eu, têm uma preferência natural pelos investimentos de renda variável. Quem pensa assim tende a investir uma parcela maior em ações e fundos imobiliários, por exemplo. Hoje, porém, vou mudar um pouco o foco e te contar tudo que você precisa saber sobre a renda fixa.

A partir deste conhecimento, você vai poder tirar o máximo proveito dessa modalidade de investimento. E vai descobrir que a renda fixa pode ser, ao mesmo tempo, segura e bastante lucrativa.

O que é renda fixa

Primeiramente, precisamos entender que renda fixa sempre remete a “empréstimo”. Ou seja, toda vez que você investe em renda fixa, está emprestando dinheiro para alguém.

Assim, é justo que você cobre os juros por estes empréstimos. A remuneração da renda fixa, portanto, nada mais é que os juros que o investidor recebe por emprestar seu dinheiro.

Desta forma, a partir do momento em que este “empréstimo” é oficializado, ambas as partes sabem exatamente quais serão as regras e formas de pagamento.

E, no fim das contas, esta previsibilidade é o que acaba diferenciando a renda fixa da variável.

Em resumo, na renda fixa você sabe, de antemão, qual será a remuneração sobre o valor investido.

Títulos Públicos

Dentre todas as opções de investimentos em renda fixa, podemos dizer que uma sempre se destaca. E por um motivo bem simples.

Estamos falando dos títulos públicos do Tesouro Direto. E a razão é a seguinte: O governo, que é o emissor destes títulos, é sempre o melhor pagador!

Mas nem pense que seja porque o governo é bonzinho. Na verdade, o Estado é o melhor pagador porque, adivinhem… é ele quem imprime o dinheiro.

Então, o governo tem muito menos chance de quebrar do que um banco ou empresa privada.

Tipos de títulos do Tesouro Direto

Existem 3 opções de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. O primeiro é o Tesouro Selic, que tem rentabilidade indexada à taxa básica de juros. Hoje, a Selic está em 12,75% ao ano.

Em seguida, temos o Tesouro IPCA+, que sempre garante uma rentabilidade acima da inflação (IPCA), de forma a manter o poder de compra do investidor.

Por fim, há a opção do Tesouro Prefixado, que determina, previamente, qual taxa fixa de juros vai ser paga ao comprador daquele título.

Em outro artigo (acesse aqui) eu detalho os 3 tipos de títulos públicos, inclusive mostrando para quem cada um é indicado.

Renda fixa: CDB

Uma segunda modalidade de renda fixa é o CDB (Certificado de Depósito Bancário). Este tipo de título sempre é emitido pelos bancos.

Na prática, você empresta o dinheiro pro banco e ele reempresta pros correntistas, com aquele lucro bem gordinho.

A forma de remuneração do CDB  – o que também vale para os demais títulos de renda fixa – pode ser prefixada ou pós-fixada.

Assim, um CDB prefixado já tem uma rentabilidade predeterminada, sem depender de nenhum outro indexador.

Atualmente, na plataforma de investimentos do Investidor Sardinha, há opções de renda fixa que pagam juros – prefixados – acima de 13% ao ano.

CDB pós-fixado

Os CDBs pós-fixados, como o nome sugere, não têm rentabilidade predefinida no momento da contratação.

Diferentemente dos prefixados, estes títulos sempre vão ter uma rentabilidade atrelada a algum indexador – como o CDI, o IPCA e a Selic – sempre acrescida de uma taxa de juros anual.

Para proteger seu dinheiro da inflação e manter o poder de compra, você pode investir num CDB que pagar o valor correspondente ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Neste caso, você garante que seu dinheiro seja reajustado de acordo com a inflação. E, de quebra, recebe um valor adicional referente aos juros.

Tudo que você precisa saber sobre renda fixa

Ou seja, você acaba tendo um ganho real – acima da inflação – sobre o valor investido.

Da mesma forma, o emissor do CDB pode atrelar aquele “empréstimo” à taxa básica de juros (Selic). Ou, então, ao CDI, que sempre terá praticamente o mesmo porcentual da Selic.

FGC (Fundo Garantidor de Crédito)

Todos os CDBs são cobertos pelo FGC, o Fundo Garantidor de Crédito. Isso quer dizer que o investidor tem uma espécie de “seguro” quando investe num CDB.

Assim, mesmo que o banco emissor do título quebre, você consegue reaver o valor investido. Há, porém, um limite de R$ 250 mil por CPF.

Pra quem o CDB é indicado?

Os prazos do CDB costumam ser mais esticados. Dessa forma, é comum o investidor ter que ficar alguns anos “preso” naquele investimento.

Então, o CDB é indicado pra quem não vai precisar, no curto prazo, do valor investido. Se o vencimento é para daqui a 2 anos, por exemplo, não vai ser possível adiantar o resgate.

Quanto ao Imposto de Renda, será aplicada, no momento do resgate, a alíquota regressiva do IR. Mas, somente sobre o rendimento do CDB – e não sobre o valor total.

Assim, quanto maior for o prazo de vencimento, menos IR vai ser cobrado:

  • Até 180 dias (6 meses) = IR de 22,5%
  • De 181 a 360 dias (1 ano) = IR de 20%
  • De 361 a 720 dias (2 anos) = IR de 17,5%
  • Acima de 720 dias (2 anos) = IR de 15%

Renda fixa: LC

Diferentemente do que o nome propõe, as LCs (Letras de Câmbio) não tem qualquer relação com moedas estrangeiras.

Na verdade, as LCs são muito similares aos CDBs. A diferença é que estes títulos não são emitidos por bancos, mas sim pelas financeiras.

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De resto, as LCs seguem as mesmas regras dos CDBs, inclusive com relação ao Imposto de Renda e à cobertura do Fundo Garantidor de Crédito.

Renda fixa: LCI e LCA

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são modalidades bem comuns de renda fixa.

Estes títulos também são emitidos pelos bancos. Entretanto, os recursos captados via LCIs e LCAs não podem ser usados para oferta de crédito, como ocorre com os CDBs.

Na verdade, as LCAs são usadas, obrigatoriamente, para financiar projetos no ramo imobiliário. Já as LCIs são destinadas a projetos do agronegócio.

Como ambos os setores são incentivados pelo governo, existe a isenção do Imposto de Renda tanto para as LCIs quanto para as LCAs.

Isso significa que, no vencimento, o investidor vai receber o valor integral dos juros, sem nenhum desconto.

Outro fator a considerar é que as LCIs e LCAs também têm a cobertura do FGC.

Como em ambas as modalidades os prazos costumam ser curtos, elas são mais indicadas para o investidor que tem objetivos de curto prazo.

Logo, se você pretende fazer uma viagem no fim do ano, ou vai se casar no ano que vem, por exemplo, as LCIs e LCAs podem ser uma ótima opção de investimento.

Renda fixa: CRI e CRA

Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são modalidade mais arriscadas de renda fixa.

Aqui, o investidor precisa saber bem onde está pisando.

Isso porque ele empresta o dinheiro diretamente para as empresas dos setores imobiliário e agrícola, sem a intervenção de uma instituição bancária.

Por isso mesmo, os CRIs e CRAs não tem a garantia do FGC. São, portanto, investimentos menos seguros na comparação com os anteriores.

Apesar disto, os CRIs e CRAs têm a vantagem de isenção do Imposto de Renda.

Quanto à rentabilidade, ambos podem ter juros pré ou pós-fixados, a depender das condições da empresa emissora.

Renda fixa: Debêntures

As debêntures seguem a mesma lógica dos CRIs e CRAs: fazem parte dos investimentos mais arriscados de renda fixa.

Debêntures nada mais são que contratos de empréstimo feitos, diretamente, entre as empresas e os investidores. Neste caso, as ofertas não se limitam aos setores imobiliário e agrícola.

Ou seja, empresas de diversas áreas podem emitir debêntures.

O problema é que, nesta modalidade, não há nenhuma garantia do FGC. Além disso, somente as debêntures incentivadas têm isenção do Imposto de Renda.

A maioria, portanto, não é incentivada e, por isso, está sujeita à tabela regressiva do IR.

Muito cuidado na hora de investir

O grande benefício para os investidores que optam por CRIs, CRAs ou debêntures é possibilidade de uma rentabilidade maior. O grande risco, contudo, é o de falência da empresa emissora.

Lembre-se: quanto maior o risco, maior o prêmio!

Logo, para evitar entrar numa fria, você deve olhar atentamente o perfil das empresas que estão emitindo os títulos.

Risco de crédito

A primeira coisa a observar é se a empresa que está pegando o empréstimo – via CRI, CRA ou debênture – tem um bom rating de crédito. Ou seja, se ela tem fama de boa pagadora.

É a mesma lógica de quando você, pessoa física, tenta fazer um empréstimo. Só que, desta vez, quem está do outro lado do balcão é você!

Então, olho na classificação de risco feita pelas agências especializadas!

As empresas podem ter notas que variam de AAA até D. Isto é facilmente verificável na listagem das opções de renda fixa, na sua corretora.

Lá, a informação quanto ao rating de crédito aparece ao lado do nome da empresa.

O ideal é sempre optar pelos títulos emitidos por empresas mais antigas, com bom rating e que tenham capital aberto na Bolsa de Valores.

Aprenda a aplicar estes critérios, detalhadamente e na prática, no vídeo abaixo, que publiquei no canal Investidor Sardinha.

Ao escolher os ativos mais seguros e rentáveis, você poderá aproveitar todas as vantagens da renda fixa e diversificar sua carteira de investimentos.

E, caso ainda não tenha uma corretora para começar a investir, conheça a IsaEx. Nossa plataforma é taxa zero, não oferece modalidades especulativas – como day trade e opções – e tem os melhores ativos de renda fixa.

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E não deixe de conferir, também. Diversificação de investimentos – Quantas ações ter em carteira?

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