Senado aprova isenção de IR, mas tem um detalhe escondido

25 de novembro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Nos últimos dias, o projeto que propõe a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5.000 por mês, tem sido muito debatido. A mudança deverá valer a partir de janeiro de 2026 e representa uma das maiores atualizações na tabela do IR em anos.

Embora a ampliação da isenção seja positiva, ela vem acompanhada de um conjunto de novas regras, voltadas principalmente para contribuintes de altas rendas e para investidores.

Veja também: O que acontece se não declarar o Imposto de Renda? Testei na PRÁTICA!

O novo sistema da Receita Federal

A Receita está preparando um sistema de monitoramento cujo volume de dados seria até 150 vezes maior que o pix. O principal objetivo é melhorar a cobrança de impostos e reduzir a sonegação.

O sistema permitirá identificar compras, vendas e transações automaticamente. Com isso, o cálculo de impostos passará a ser feito por meio de split payment, ou seja, o imposto devido será descontado automaticamente no momento da operação.

Isso reduzirá a necessidade de declarações manuais por parte de profissionais e pequenos empreendedores.

Descontos para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350

A proposta cria uma dedução decrescente:

  • Até R$ 5.000: isento.
  • De R$ 5.001 a R$ 7.350: dedução parcial calculada pela fórmula
    R$ 978,62 – (0,13 × renda)
  • Acima de R$ 7.350: regras atuais continuam valendo.

Investimentos e rendimentos

A partir da declaração de 2027 (ano-base 2026), os rendimentos anuais de até R$ 60.000 provenientes de investimentos serão isentos.

Já os rendimentos entre R$ 60.000 e R$ 88.200 terão um redutor parcial. Isso inclui ações, fundos e outros tipos de investimento. A única exceção são aplicações tradicionalmente isentas como: poupança, LCI, LCA, CRI, CRA, entre outros.

Imposto mínimo para altas rendas

Para tornar o sistema mais progressivo, o projeto cria um imposto de renda mínimo, válido para quem recebe acima de R$ 600.000 anuais (R$ 50.000 mensais).

  • Alíquota progressiva de 0% a 10%, chegando ao teto para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão ao ano.
  • Caso o imposto efetivamente pago seja menor que o mínimo estipulado, a diferença será cobrada na declaração anual.

Entram no cálculo: salários, aluguéis, rendimentos isentos, rendimentos tributados e lucros distribuídos após 2025.

Há um teto de 34% para evitar que a soma de IRPJ + CSLL + IRPF ultrapasse esse limite. A estimativa é que cerca de 140 mil pessoas sejam afetadas por essa medida, algo em torno de 0,13% dos brasileiros.

Tributação sobre dividendos

A partir de 2026 os dividendos acima de R$ 50 mil mensais por pessoa terão retenção de 10% na fonte, até esse valor, seguem isentos.

Empresas do Simples Nacional não são afetadas. E os investidores estrangeiros também pagarão os 10%, exceto fundos soberanos e de pensão. A tributação não altera o IRPJ ou a CSLL, que continuam totalizando 34%.

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Senado aprova isenção de IR, mas tem um detalhe escondido

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