29 de novembro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Quando se fala em montar uma carteira de investimentos, uma dúvida costuma surgir: vale mais a pena diversificar ou concentrar seus ativos? Antes de responder, é importante alinhar o significado de cada conceito.
Concentrar a carteira significa escolher poucos ativos, geralmente aqueles em que você tem grande convicção, e direcionar a maior parte dos seus aportes para eles. Já diversificar é distribuir os investimentos entre vários ativos diferentes para reduzir riscos.
Mas, o que os números mostram para o investidor comum? É isso que vamos descobrir hoje!
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Simulação 1: concentrando em poucas ações
Vamos imaginar um aporte de R$ 1.000 por mês, durante 20 anos, dividido igualmente em quatro empresas clássicas da bolsa:
- ITUB4 (Itaú)
- WEG
- ABEV3
- KLBN (Klabin)
Os resultados aproximados ao final do período seriam:
- Itaú: R$ 2 milhões
- WEG: mais de R$ 5 milhões
- Ambev: cerca de R$ 896 mil
- Klabin: surpreendentes R$ 9 milhões
Somando tudo, quem aportou R$ 964 mil ao longo de 20 anos teria acumulado aproximadamente R$ 18 milhões. Ou seja: concentrar pode gerar retornos extraordinários, se você acertar as empresas.
Mas, e se uma ou duas empresas derem errado? Vamos simular, por exemplo, o mesmo aporte em ações que não performaram bem:
- TEKA: R$ 7 mil ao final de 20 anos
- OIBR (Oi): R$ 4 mil
Em ambos os casos, os aportes totais de R$ 241 mil praticamente viram pó. Em uma carteira concentrada de quatro empresas, se uma der errado você pode perder 25% do capital. Se duas derem errado, você perde 50%.
Ainda assim, mesmo com duas ações ruins, o investidor desse exemplo terminaria com cerca de R$ 7 milhões, graças aos grandes acertos.
Simulação 2: diversificando entre as 10 maiores ações da Bolsa
Agora, vamos supor uma carteira com as 10 maiores empresas do Ibovespa, com aportes de R$ 400 mensais em cada uma. O resultado ao final de 20 anos seria de cerca de R$ 13 milhões.
É menos do que a carteira concentrada (R$ 18 milhões), mas com um risco significativamente menor. Mesmo excluindo algumas empresas que não estavam entre as maiores 20 anos atrás, ainda assim o retorno seria de cerca de R$ 12 milhões.
Simulação 3: investindo no Ibovespa
E se, em vez de escolher ações, o investidor apenas comprasse o BOVA11 ao longo de 20 anos?
Simulando aportes de R$ 1.000 por mês, o valor acumulado seria de aproximadamente R$ 706 mil. Por que tão pouco? Porque o Ibovespa, historicamente, não teve um desempenho forte. Ele inclui:
- empresas que deram certo,
- empresas que deram errado,
- empresas que quebraram,
- e empresas que deixaram de ser relevantes.
Ou seja: é uma diversificação excessiva, sem critérios de qualidade.
Importância do critério
Diversificar não significa comprar qualquer ação. Diversificar bem significa: selecionar empresas lucrativas, com um bom histórico e que figuram entre as maiores e mais sólidas do país.
Essa metodologia é a mesma usada por índices como o S&P 500, que supera o Ibovespa justamente por eliminar empresas ruins.
Ou seja, concentrar funciona bem quando você acerta. Mas o risco é maior, afinal, uma empresa ruim pode destruir décadas de aportes.
Diversificar com critério funciona melhor para a maioria das pessoas. Assim, você selecionando boas empresas, reduz o risco e ainda assim consegue um ótimo retorno no longo prazo.
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