5 setores para evitar na sua carteira

19 de agosto de 2024 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)


Sempre que menciono que não invisto em empresas de determinado ramo, as pessoas me questionam sobre a razão disso e hoje, vou explicar quais são os motivos que me levam a evitar. Então, na minha opinião pessoal esses são 5 setores para evitar. Por isso, se você quer investir com segurança e aumentar as chances de ter bons retornos, leia até o fim!

Lembrando que isso não significa que nunca vou investir ou que já não tenha feito isso no passado. Mas, atualmente, esses são os setores que evito ao máximo.

1. Aviação

Quando observamos o custo de uma aeronave, percebemos que duas ou três já valem mais que uma empresa inteira desse setor. Isso faz com que elas operem com um patrimônio muito acima do que é saudável para uma empresa. Por isso mesmo, boa parte das aeronaves são alugadas.

E ainda tem o fato de que essas empresas não controlam nada: elas não podem controlar o quanto vão cobrar por passagem, não podem controlar se o passageiro vai levar uma mala ou não, não controlam o preço do aeroporto, o preço do combustível, enfim…

Por isso, quando observo tudo isso, fica muito difícil investir nessas empresas. Porque elas não tem nenhum controle e dependem muito da economia, do câmbio e de diversos outros fatores ao seu redor. E qualquer mínimo equívoco pode fazer com que elas se tornem deficitárias. Por isso, pra mim, é um dos setores para evitar.

2. Construção Civil

Esse é um setor que eu já abri concessões e até existem empresas lucrativas, por isso, não é totalmente descartável. Mas exige um pouco mais de cuidado e atualmente procuro evitar. O setor da construção depende de uma economia muito forte e tem oscilações muito abruptas. Quando comparamos fundos imobiliários com o setor de construção, os FIs performam melhor que a maior parte dessas empresas.

Quando a Selic está muito alta, o custo do financiamento fica mais alto e as pessoas não conseguem comprar e essas empresas ficam sem vender. É um setor muito dependente também do setor de crédito, da forma como está a economia. E, no Brasil, como estamos sempre em crise, é muito difícil considerar que essas empresas são sólidas. Existem excessões, mas se você está começando, meu conselho é para que você evite empresas desse setor.

3. Turismo

Tanto as menores empresas até as maiores apresentam sempre os mesmos problemas. Uma dependência extrema da sazonalidade, uma competição intensa por preços, com programas de milhas, e várias outras questões problemáticas.

Por isso, quando observamos os números dessas empresas, sua capacidade de atrair clientes e seus diferenciais, não consigo encontrar nada. Quando avalio os números, também não encontro números expressivos e não encontro empresas com grande diferencial nesse setor. Por isso, procuro evitar.

4. Varejo

As varejistas sempre crescem e ficam enormes e depois se dissolvem com a mesma intensidade. Não é difícil entender porque isso acontece. Atualmente, o varejo funciona com base na importação, uma vez que nossa fabricação é quase nula. As empresas compram em dólar e, na hora de vender, o cliente não tem dinheiro e você tem que dar crédito pra ele.

Ou seja, você paga seu fornecedor a vista e em dólar e vende no crédito em real. E isso faz com que a conta não feche, pois são vários custos. É mesmo um mercado muito complicado. Até tenho algumas empresas desse setor, mas com proporções muito pequenas.

5. Empresa estatal

Nesse último setor, não invisto mais por uma questão ideológica do que pela qualidade dessas empresas. A grande vantagem é que elas não morrem, porque o sócio marjoritário é o governo. No entanto, elas foram criadas para atender a população. Em algum momento cria-se uma parceria público privado, vende-se um pedaço da empresa na bolsa e a partir daqui temos um problema.

São três interesses conflitantes: o da população, dos acionistas e do político. Ou seja, sempre tem alguém puxando a corda e no fim das contas, acredito que o lado do acinonista é sempre o pior para ficar. De um lado tem a população que consegue pressionar, do outro tem o político que quer ganhar votos e o acionista fica ali, sem mandar em nada, sem poder fazer nada.

Por isso, não invisto em empresas estatais e até já perdi ótimas oportunidades, mas é por uma questão de paz, uma escolha pessoal. Quer entender melhor sobre esses setores para evitar? Então, assista ao vídeo completo!

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