15 de dezembro de 2025 - por Raul Sena (Investidor Sardinha)
Muita gente tem curiosidade sobre como os bilionários investem. Afinal, eles não estão comprando “meia dúzia de ações”, nem aplicando sua no CDB do banco Master. Por trás da imagem glamourosa, existe uma estratégia sólida, com um objetivo central: proteger o patrimônio que já conquistaram e garantir que ele se mantenha firme pelas próximas gerações.
Para entender isso, vamos analisar como nomes como Bill Gates, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos e Elon Musk alocam seus recursos.
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O fenômeno dos bunkers bilionários
Uma reportagem da Exame chamou atenção ao destacar um movimento curioso: bilionários do mundo todo têm construído bunkers subterrâneos e estruturas de sobrevivência de luxo. Isso alimenta diversas teorias, desde preocupações com uma instabilidade global e até ideias apocalípticas.
Mark Zuckerberg, por exemplo, ergueu um complexo estimado em US$ 270 milhões no Havaí, com um bunker subterrâneo de 5 mil m², sistema próprio de dessalinização de água e suprimentos suficientes para viver isolado por longos períodos. Bill Gates foi mais discreto e espalhou vários abrigos dentro de suas propriedades. E hoje é o maior proprietário de terras agrícolas dos EUA.
Jeff Bezos segue um caminho semelhante, com extensas áreas no Texas que servem tanto para projetos da Blue Origin, quanto para estruturas privadas de proteção e pesquisa. E Elon Musk, claro, representa a ala mais excêntrica. Sua “estratégia de segurança” seria, segundo a matéria, apostar na colonização de Marte como um “plano B” para a humanidade.
Ainda assim, é importante lembrar que para quem tem dezenas ou centenas de bilhões de dólares, gastar 0,1% do patrimônio em estruturas desse tipo equivale a alguém com R$ 10 mil, gastar R$ 10.
Muitas dessas construções funcionam quase como hobbies extravagantes, não necessariamente como preparativos reais para o fim do mundo.
Onde o dinheiro dos bilionários realmente está
Gates é um exemplo clássico de alguém que diversificou de forma inteligente. Hoje, ele tem menos de 2% das ações da Microsoft, empresa que ajudou a fundar. O restante de seu patrimônio está concentrado em um poderoso family office, o Cascade Investment e nos fundos que administram a Fundação Bill e Melinda Gates.
Seu foco sempre foi investir em empresas consolidadas, com produtos tangíveis e receitas previsíveis. Entre suas participações mais conhecidas estão:
- Four Seasons Hotels: Gates detém cerca de 71% da rede de hotéis de luxo.
- Republic Services: é o maior acionista individual da gigante de gestão de resíduos.
- Ecolab: possui quase 21% da empresa voltada a higiene e sanitização.
- Deere & Company: uma das maiores fabricantes de equipamentos agrícolas do mundo, onde já chegou a ter cerca de 10%.
Além disso, Gates é o maior proprietário de terras agrícolas dos EUA, reforçando sua estratégia de investir em setores essenciais, como logística, saneamento, hospitalidade e agronegócio.
Mark Zuckerberg
Ao contrário do imaginário popular, Zuckerberg não investe apenas no Facebook (hoje Meta). Sua estratégia envolve uma rede diversificada de startups, muitas delas selecionadas pessoalmente, e quase sempre com algum componente ligado à transformação de longo prazo.
Grande parte dos seus aportes se concentra em empresas do Vale do Silício que criam tecnologias estruturais, é o caso da SurveyMonkey, DocuSign e GoFundMe. Ele também foi um dos primeiros a investir em nomes que se tornariam gigantes globais, como Uber e Airbnb.
Outro ponto forte da sua estratégia é a aposta em biotecnologia, biomateriais e longevidade, áreas que têm atraído diversos investidores do setor de tecnologia. Zuckerberg destina recursos consideráveis à pesquisa científica por meio da iniciativa Chan Zuckerberg, voltada para soluções em saúde, educação e inclusão.
Além disso, ele costuma investir em startups antes de abrirem capital, aproveitando valuations mais favoráveis e maior potencial de crescimento.
Zuckerberg também mantém investimentos imobiliários significativos, especialmente em propriedades que oferecem privacidade e infraestrutura robusta, reforçando o movimento de bilionários que buscam espaços altamente protegidos, muitas vezes combinando natureza, tecnologia e autonomia.
Jeff Bezos
Jeff Bezos é conhecido pela Amazon, mas seu portfólio vai muito além do e-commerce. Ele utiliza seu fundo pessoal, o Bezos Expeditions, para direcionar aportes a empresas inovadoras que ele acredita que irão moldar o futuro.
Um dos investimentos mais emblemáticos é a Blue Origin, empresa que desenvolve foguetes e tecnologias de exploração espacial para turismo e transporte. Assim como Musk com a SpaceX, Bezos acredita que o espaço será uma fronteira e as escolhas de Zuckerberg e Bezos mostram uma direção clara: o futuro está na combinação entre ciência, tecnologia profunda e impacto de longo prazo.
No campo midiático, comprou o The Washington Post, transformando um jornal tradicional em um dos veículos digitais mais relevantes do mundo.
Bezos também apoia diversas startups de tecnologia. Airbnb, Uber, Twitter, Workday, Nextdoor e Domo fazem parte de sua lista, sempre com foco em marketplaces, ecossistemas digitais e empresas que conectam milhões de usuários.
Outro eixo relevante são os investimentos em biotecnologia e saúde avançada. Ele financiou startups como Grail e Juno Therapeutics, voltadas para diagnósticos precoces e terapias inovadoras de combate a doenças graves. A IA e a robótica também são peças importantes no seu portfólio, com investimentos em companhias como Perplexity e Figure AI.
Por último, Bezos possui propriedades gigantescas e extremamente valorizadas, incluindo imóveis icônicos nos EUA, um movimento que reforça a segurança, o patrimônio e diversidade de ativos.
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O que podemos aprender com isso?
As escolhas desses bilionários mostram uma direção clara: o futuro está na combinação entre ciência, tecnologia profunda e impacto de longo prazo.
Embora suas realidades financeiras estejam a anos-luz da maior parte das pessoas, entender onde eles colocam dinheiro, ajuda a enxergar tendências e setores que devem crescer nas próximas décadas.
Ao contrário do imaginário popular, não são movidos por especulação, modismos ou apostas de alto risco.
Eles sabem que preservar é tão importante quanto crescer, e constroem estruturas para proteger o patrimônio, tanto em sentido financeiro quanto literal.
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