Clube de investimentos: o que é, como funciona e como criar?

vamos explicar o conceito de clube de investimentos, detalhar como ele opera e, passo a passo, como você pode formar o seu próprio clube!

23 de dezembro de 2024 - por Nathalia Lourenço


Você já pensou em investir em grupo para potencializar seus resultados? Um clube de investimentos pode ser uma excelente forma de reunir pessoas com o mesmo objetivo e, juntos, acessar oportunidades financeiras que poderiam ser difíceis de alcançar individualmente. Neste texto, vamos explicar o conceito de clube de investimentos, detalhar como ele opera e, passo a passo, como você pode formar o seu próprio clube para começar a investir de forma coletiva.

O que é clube de investimentos?

Um grupo de pessoas forma um clube de investimentos para investir juntas. Cada membro coloca uma quantia de dinheiro em um fundo comum. O grupo administra esse valor e investe em ativos como ações, fundos imobiliários e títulos públicos.

Como funciona um clube de investimentos?

  • Formação do grupo: Um clube de investimentos começa com pelo menos três pessoas. Juntas, elas definem as regras e o objetivo do clube.
  • Aportes financeiros: Cada membro contribui com uma quantia de dinheiro. Esse valor forma o fundo comum e determina a participação de cada pessoa.
  • Gestão: O clube pode ser gerido de forma democrática ou por um gestor. Em alguns casos, todos os membros opinarão sobre os investimentos. Em outros, apenas alguns tomam as decisões.
  • Investimentos: O clube investe o fundo comum em ativos como ações, títulos públicos e fundos imobiliários. O objetivo é buscar rentabilidade.
  • Lucros e perdas: Os lucros ou perdas são divididos entre os membros. Cada um recebe ou perde conforme a sua participação no clube.
  • Regulamentação: No Brasil, os clubes de investimentos são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O clube precisa ter um CNPJ e seguir as regras estabelecidas.

Quem pode participar de um clube de investimentos?

1. Quem pode participar de um clube de investimentos?

Qualquer pessoa pode participar de um clube de investimentos, seja física ou jurídica. Para isso, é preciso seguir algumas regras. Essas regras são definidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo regulamento do próprio clube.

2. Número de Participantes

Os clubes de investimentos podem ter, no máximo, 150 participantes. Isso é importante para garantir a boa gestão e o controle do clube. O limite é imposto pela CVM para que o clube não cresça demais e se torne difícil de administrar.

3. Investidores Qualificados e Não Qualificados

Existem duas categorias de investidores que podem participar:

  • Investidores Qualificados: São aqueles que têm mais de R$ 1 milhão em patrimônio ou que possuem experiência em investimentos. Esses investidores podem acessar mais produtos financeiros e têm mais opções de investimento.
  • Investidores Não Qualificados: São as pessoas que não atendem aos critérios acima. No entanto, clubes podem ser criados para incluir esses investidores, sem exigir um valor mínimo de patrimônio.

4. Valor Mínimo de Aporte

Cada clube de investimentos pode definir um valor mínimo de entrada. Esse valor varia de acordo com as regras do clube. O objetivo é garantir que todos os participantes contribuam com uma quantia justa para o funcionamento do clube.

5. Papel do Administrador

Todo clube de investimentos precisa ter um administrador. Ele é a pessoa responsável por gerenciar os investimentos. O administrador pode ser uma pessoa física ou uma instituição registrada na CVM. Ele toma decisões sobre quais ativos comprar ou vender e cuida da carteira de investimentos.

6. Regulamento Interno

O clube deve ter um regulamento interno. Esse documento define todas as regras de funcionamento, como as contribuições, retiradas e como os lucros serão distribuídos. Todos os participantes devem concordar com essas regras antes de entrar no clube.

7. Participação de Pessoas Jurídicas

Além de pessoas físicas, empresas também podem participar de clubes de investimentos. As regras são as mesmas. Para as empresas, isso pode ser uma forma de investir em conjunto, aproveitando as vantagens de uma gestão coletiva.

Quais são os modelos de gestão de clube de investimentos?

1. Gestão democrática

  • Todos os membros participam das decisões.
  • Eles tomam as decisões em reuniões, com votos de cada um.
  • Esse modelo é ideal para clubes pequenos, onde todos têm voz.

2. Gestão centralizada (ou delegada)

  • O grupo escolhe um ou mais gestores para tomar as decisões.
  • Os gestores cuidam de todas as estratégias de investimento.
  • Esse modelo é mais rápido, pois envolve menos pessoas.

3. Gestão profissional

  • O clube contrata um gestor especializado para administrar os investimentos.
  • O gestor toma todas as decisões e define as estratégias.
  • Esse modelo é comum em clubes maiores, que precisam de maior expertise.

4. Gestão por conselhos

  • O conselho decide sobre os investimentos.
  • O conselho é formado por membros do clube.
  • Esse modelo permite que todos ouçam diferentes opiniões antes de decidir.

Cada modelo tem suas vantagens e desafios. O clube escolhe o modelo com base no seu tamanho e nos objetivos dos membros.

Como formar um clube de investimentos?

Formar um clube de investimentos envolve algumas etapas importantes, que devem ser seguidas de acordo com as regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo regulamento interno do clube. Aqui está o passo a passo para formar um clube de investimentos:

1. Definir o Grupo de Participantes

O primeiro passo para formar um clube de investimentos é reunir as pessoas interessadas. O grupo pode ser composto por até 150 participantes, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Assim, é essencial garantir que todos os membros atendam aos requisitos legais, como ser um investidor qualificado (aqueles com mais de R$ 1 milhão ou experiência em investimentos) ou não qualificado (sem esses requisitos, mas com interesse em investir em grupo).

2. Estabelecer o Regulamento Interno

Em seguida, é necessário criar o regulamento interno do clube. Esse documento é fundamental para definir as regras de funcionamento e deve ser claro e detalhado. No regulamento, você deve incluir:

  • Objetivo do clube: Determine qual será a estratégia de investimentos (ações, renda fixa, fundos imobiliários, etc.).
  • Valor mínimo de contribuição: Defina quanto cada participante precisará investir inicialmente.
  • Prazos e condições de retirada: Estabeleça quando e como os participantes podem retirar seus investimentos.
  • Distribuição de lucros: Determine como os lucros ou prejuízos serão divididos entre os membros.
  • Direitos e deveres dos membros: Descreva as responsabilidades de cada participante.
  • Critérios para entrada e saída: Defina como novos membros podem entrar e como membros antigos podem sair do clube.

3. Escolher um Administrador

Após definir o regulamento, você precisa escolher um administrador para o clube. O administrador pode ser uma pessoa física ou uma instituição registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele será responsável pela gestão dos recursos e pelas decisões de investimento. O administrador deve:

  • Gerenciar os investimentos: Cuidar da compra e venda de ativos.
  • Manter os registros financeiros: Garantir que todas as transações sejam registradas corretamente.
  • Garantir a conformidade: Assegurar que o clube esteja em conformidade com as normas da CVM.

4. Formalizar o Clube e Registrar na CVM

Agora, é hora de formalizar o clube e registrar na CVM. O registro é obrigatório para que o clube seja legalmente reconhecido. Para isso, você deve enviar os seguintes documentos:

  • Regulamento do clube.
  • Cadastro do administrador.
  • Demonstrativo da composição do clube.
  • Outros documentos exigidos pela CVM.

5. Abrir uma Conta Bancária e de Investimentos

Depois de formalizar o clube, você precisará abrir uma conta bancária e uma conta de investimentos. O administrador será responsável por gerenciar essas contas, onde as contribuições dos participantes serão feitas. Assim, o administrador também será responsável por realizar os investimentos conforme as regras do regulamento.

6. Definir as Regras de Aporte e Retirada

É fundamental que o regulamento defina claramente as regras para aportes e retiradas. Por exemplo, você deve estabelecer quando os membros podem fazer novas contribuições ou retirar seu dinheiro. Defina prazos e condições para essas movimentações financeiras, garantindo que o fluxo de recursos seja organizado e não prejudique o funcionamento do clube.

7. Iniciar os Investimentos

Com tudo formalizado, o clube pode começar a investir conforme a estratégia definida. O administrador será o responsável por gerir a carteira de investimentos, seguindo as diretrizes do regulamento e tomando as decisões de acordo com os objetivos do clube.

8. Acompanhamento e Prestação de Contas

Por fim, o administrador deve prestar contas regularmente aos participantes, fornecendo informações detalhadas sobre a performance dos investimentos, as taxas aplicadas e quaisquer mudanças na gestão do clube. Isso assegura a transparência e ajuda a manter a confiança de todos os membros.

Fontes: Array>b3, guide, modalmais e warren

Giro do ativo: o que é, para que serve e como calcular?

Bridge financing: o que é, como funciona e quais são os riscos?

Bancos comerciais: o que são, como funcionam e quais as funções

Boutique de investimentos: o que é e como funciona?