Giro do ativo: o que é, para que serve e como calcular?

O giro do ativo é um indicador financeiro que avalia como a empresa usa seus recursos para gerar receita e aumentar a lucratividade.

27 de janeiro de 2025 - por Nathalia Lourenço


O giro do ativo é um indicador financeiro importante que avalia a eficiência de uma empresa em utilizar seus ativos para gerar receita. Ele mostra como a empresa aproveita seus recursos para impulsionar as vendas e aumentar a lucratividade.

Neste texto, vamos explicar o conceito, para que ele serve e como você pode calcular esse indicador de forma simples. Continue lendo para entender tudo sobre esse assunto essencial para a gestão financeira de qualquer negócio.

O que é giro do ativo?

O giro do ativo é um indicador financeiro que mede a eficiência de uma empresa em utilizar seus ativos para gerar receita. Em outras palavras, ele mostra quanto de receita a empresa consegue gerar a partir de seus ativos totais. Quanto maior o giro, mais eficiente a empresa é na utilização de seus recursos para impulsionar as vendas.

Para que serve o giro do ativo?

Em poucas palavras, ele serve para avaliar a eficiência de uma empresa em usar seus ativos para gerar receita. É útil, principalmente, para entender como a empresa está gerenciando seus recursos e sua capacidade de gerar vendas em relação ao valor total de seus ativos. Esse indicador tem várias funções, como:

Avaliar a eficiência operacional

Um giro do ativo alto indica que a empresa está utilizando seus ativos de forma eficaz para gerar vendas. Em contraste, um giro baixo pode sinalizar que a empresa está subutilizando seus recursos.

Comparar empresas do mesmo setor

Pode ser usado para comparar a eficiência de diferentes empresas dentro do mesmo ramo de negócios, ajudando a identificar quais são mais eficientes na utilização de seus recursos.

Monitorar a evolução do desempenho

Ao acompanhar o giro do ativo ao longo do tempo, a empresa pode perceber melhorias ou quedas na eficiência de sua operação, permitindo ajustes no planejamento estratégico.

Avaliar a rentabilidade

Quanto maior o giro do ativo, mais a empresa consegue gerar receita a partir dos recursos que possui, o que normalmente se reflete em uma maior rentabilidade.

Como se calcula o giro do ativo?

É bastante simples e utiliza a seguinte fórmula:

Giro do Ativo = Receita Líquida / Ativos Totais

Aqui está o que cada componente significa:

  • Receita Líquida: Refere-se ao total de vendas realizadas pela empresa, após deduzir impostos, descontos e devoluções.
  • Ativos Totais: São os recursos totais da empresa, incluindo ativos circulantes (como dinheiro e estoques) e não circulantes (como imóveis e equipamentos), registrados no balanço patrimonial.

Portanto, ao aplicar essa fórmula, você descobre quantas vezes a empresa conseguiu gerar receita a partir de seus ativos. Por exemplo, se o giro do ativo for 2, isso significa que, para cada real de ativo, a empresa gerou 2 reais de receita.

Como analisar o giro do ativo?

1. Comparação com o Setor

O primeiro passo é comparar o giro da empresa com a média do setor. Setores diferentes têm diferentes exigências e margens de eficiência. Por exemplo, empresas de tecnologia geralmente têm um giro de ativos mais alto do que empresas de manufatura, devido à natureza dos ativos utilizados.

2. Análise ao Longo do Tempo

Observar a evolução do giro do ativo ao longo do tempo pode revelar tendências importantes. Se estiver aumentando, isso pode indicar que a empresa está se tornando mais eficiente em utilizar seus recursos. Por outro lado, se estiver diminuindo, pode ser um sinal de que a empresa não está aproveitando bem seus ativos, o que pode afetar a lucratividade.

3. Giro do Ativo Muito Alto ou Muito Baixo

  • Muito alto: Isso pode ser positivo, indicando uma utilização eficiente dos ativos, mas também pode ser um sinal de que a empresa está operando no limite, talvez sem investir o suficiente em ativos para sustentar o crescimento futuro.
  • Muito baixo: Um giro do ativo baixo pode sugerir que a empresa está subutilizando seus ativos ou possui um volume de ativos maior do que o necessário para gerar receita. Isso pode indicar ineficiência operacional ou investimentos excessivos em ativos que não estão contribuindo para a geração de vendas.

4. Relação com Outros Indicadores Financeiros

Para uma análise mais completa, o giro do ativo deve ser considerado junto a outros indicadores financeiros, como a margem de lucro e o retorno sobre o investimento (ROI). Um giro elevado, por exemplo, não é necessariamente bom se a margem de lucro for baixa, pois isso pode significar que a empresa está gerando receita, mas não de forma lucrativa.

5. Contexto da Empresa

A análise também deve considerar o contexto específico da empresa. Se a empresa estiver em uma fase de expansão ou renovação de ativos, pode ser que o giro do ativo seja temporariamente mais baixo até que esses novos ativos sejam totalmente integrados à operação.

Quais são as limitações do giro do ativo?

O giro do ativo é um indicador valioso, mas como qualquer métrica financeira, ele possui algumas limitações que precisam ser levadas em consideração na análise. Aqui estão algumas das principais limitações:

1. Variação por Setor

Pode variar significativamente entre diferentes setores. Setores como tecnologia e serviços geralmente têm um giro de ativos mais alto, pois requerem menos investimentos em ativos físicos, enquanto setores como manufatura e energia podem apresentar um giro mais baixo, devido à necessidade de investimentos maiores em maquinário e infraestrutura. Isso pode dificultar comparações diretas entre empresas de setores distintos.

2. Não Considera a Rentabilidade

O giro do ativo mede apenas a eficiência na utilização dos ativos para gerar receita, mas não leva em conta a rentabilidade. Uma empresa pode ter um giro de ativo elevado, mas se sua margem de lucro for baixa, isso não significa que ela esteja sendo financeiramente eficiente.

Portanto, deve ser analisado em conjunto com outros indicadores, como a margem de lucro e o retorno sobre o investimento (ROI).

3. Não Reflete a Qualidade dos Ativos

O giro do ativo não distingue entre ativos de alta ou baixa qualidade. Por exemplo, uma empresa pode ter ativos antigos ou obsoletos que, apesar de gerar alguma receita, não são tão eficazes quanto ativos novos ou bem mantidos. Esse indicador não mede a qualidade ou a modernidade dos ativos, apenas sua quantidade em relação à receita gerada.

4. Pode Ser Influenciado por Mudanças Temporárias

Como campanhas promocionais de vendas ou mudanças no ciclo de produção. Esses fatores podem inflar ou diminuir a receita líquida em um curto período, afetando o indicador sem refletir uma mudança real na eficiência operacional da empresa.

5. Não Considera Aumento de Ativos

Por exemplo, se uma empresa fizer grandes aquisições de ativos, o giro pode cair temporariamente até que esses ativos comecem a gerar receita, o que pode dar uma falsa impressão de ineficiência no curto prazo.

6. Falta de Contexto

O giro do ativo é apenas um número e, por si só, não oferece uma compreensão completa sobre a saúde financeira ou a estratégia de uma empresa. A falta de contexto pode levar a conclusões precipitadas. Por exemplo, uma empresa pode estar reduzindo o giro de ativos intencionalmente enquanto investe em novas capacidades de longo prazo, o que pode ser uma estratégia válida.

7. Influência de Alterações Contábeis

Também pode ser afetado por alterações nas práticas contábeis, como a reavaliação de ativos ou mudanças nos critérios de contabilização. Isso pode distorcer a análise, especialmente se a empresa adotar métodos contábeis que não refletem com precisão a realidade econômica dos seus ativos.

Fontes: nordinvestimentos, statusinvest, suno, vexpenses e maisretorno

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