Oligopólio: o que é, características e impactos na economia

O oligopólio é a situação onde poucas empresas controlam a oferta. Isso cria a dependência entre as empresas e a estabilidade nos preços. Continue lendo para saber mais.

2 de outubro de 2024 - por Nathalia Lourenço


O oligopólio é uma situação em que poucas empresas controlam a oferta de produtos ou serviços. Isso cria características especiais, como a dependência entre as empresas e a estabilidade nos preços. Além disso, o oligopólio afeta a economia de várias formas, influenciando a concorrência e a inovação.

Neste texto, vamos explicar o que é o oligopólio, suas principais características e como ele impacta a economia. Continue lendo para entender melhor esse assunto importante!

O que é oligopólio?

O oligopólio é um tipo de mercado em que poucas empresas dominam um setor. Isso resulta em concorrência imperfeita, onde essas empresas controlam os preços, o que pode ser prejudicial para os consumidores.

Para entender o oligopólio, é importante conhecer as formas de mercado. Na concorrência perfeita, não há controle de empresas ou do governo. Muitas empresas e compradores estão envolvidos, o que ajuda a equilibrar os preços. No entanto, na prática, nenhum setor se encaixa totalmente nesse modelo.

A concorrência imperfeita é mais comum. Nela, há um desequilíbrio que permite que algumas empresas influenciem preços e quantidades. Isso facilita a formação de oligopólios.

Quais são as características do oligopólio?

Os oligopólios são um modelo de mercado que fica entre os monopólios e a concorrência perfeita, onde muitas empresas competem. Nesse tipo de mercado, poucas empresas dominam um setor, tornando-se, portanto, os principais fornecedores de um produto ou serviço.

Uma das características marcantes dos oligopólios é, por um lado, o desequilíbrio entre oferta e demanda. Como resultado, os preços tendem a ser estáveis entre os produtos oferecidos.

Além disso, as empresas que controlam o mercado frequentemente se alinham para maximizar seus lucros, adotando práticas comuns, o que intensifica a competição entre elas.

Nesse cenário, as decisões de uma empresa impactam diretamente as outras, criando, assim, uma interdependência. Além disso, as empresas podem oferecer produtos similares ou diferenciados e, ao mesmo tempo, enfrentam barreiras que dificultam a entrada de novos concorrentes.

Para se destacar, muitas delas investem em publicidade e inovação, buscando, assim, conquistar a preferência dos consumidores.

Quais são os tipos de oligopólio?

Os oligopólios classificam-se em diferentes tipos, dependendo de suas características e comportamentos.

1) Oligopólio homogêneo

Neste tipo, as empresas vendem produtos iguais, como commodities. Assim, elas competem principalmente por preço. Exemplos são o mercado de petróleo e o de aço.

2) Oligopólio diferenciado

Aqui, as empresas oferecem produtos semelhantes, mas com diferenças, como marcas ou qualidades. Portanto, a competição envolve não só o preço, mas também a qualidade e o design. Exemplos são o setor de carros e de eletrônicos.

3) Oligopólio estático

Esse tipo tem uma concorrência mais estável. As empresas mantêm suas estratégias e preços ao longo do tempo. As mudanças acontecem lentamente, geralmente em resposta aos concorrentes.

4) Oligopólio dinâmico

Nesse caso, as empresas mudam suas estratégias e preços com frequência. Elas reagem rapidamente às ações dos concorrentes. Exemplos podem ser vistos no setor de tecnologia.

5) Oligopólio colusivo

Aqui, as empresas trabalham juntas para fixar preços ou limitar a produção. Elas agem como um monopolista. Essa prática pode ser ilegal em muitos lugares, mas algumas empresas ainda a adotam para aumentar os lucros.

6) Oligopólio não colusivo

Neste tipo, as empresas não colaboram, mas estão conectadas. Cada uma toma decisões com base nas ações dos concorrentes. Isso resulta em um comportamento estratégico.

Como os oligopólios impactam a economia?

Os oligopólios impactam a economia de várias maneiras.

1) Preços Estáveis

Nos oligopólios, as empresas mantêm preços mais estáveis do que em mercados com maior concorrência. Isso ocorre porque elas monitoram as ações umas das outras e ajustam seus preços para evitar perdas, resultando, assim, em maior previsibilidade para os consumidores.

2) Inovação Limitada

Embora algumas empresas possam inovar, a concorrência reduzida geralmente diminui o incentivo para que invistam em novos produtos ou tecnologias. Assim, se estão satisfeitas com seus lucros, podem não sentir a necessidade de buscar inovações.

3) Controle do Mercado

As poucas empresas que dominam um setor controlam a oferta. Dessa forma, elas podem reduzir a produção para manter os preços altos, prejudicando os consumidores e limitando suas opções.

4) Barreiras à Entrada

Além disso, os oligopólios criam barreiras que dificultam a entrada de novas empresas no mercado. Isso, por sua vez, reduz a concorrência e limita as alternativas disponíveis para os consumidores.

5) Impacto no Emprego

As decisões das empresas em oligopólios afetam diretamente o emprego. Por exemplo, se uma empresa decide cortar custos, isso pode levar a demissões. Em contrapartida, se prosperam, elas podem criar novas oportunidades de trabalho.

6) Influência Política

Ademais, empresas em oligopólios possuem mais poder econômico e, assim, exercem influência política. Elas frequentemente pressionam por regulamentações que favorecem seus interesses, afetando, portanto, o bem-estar geral da sociedade.

7) Desigualdade Econômica

Por fim, os oligopólios contribuem para a desigualdade, pois as grandes empresas acumulam mais riqueza e influência em comparação com as pequenas. Isso impacta a distribuição de renda e as oportunidades disponíveis.

Exemplos de oligopólios no Brasil

O Brasil é amplamente reconhecido como um “país de oligopólios”. Desde 1960, o Estado incentiva a oligopolização da economia, acreditando que, em alguns setores, essa estrutura de mercado pode trazer benefícios para a população. Por exemplo, os monopólios naturais ocorrem quando é mais barato atender à demanda por meio de uma única empresa, como as que detêm a concessão de serviços públicos de água, esgoto, gás encanado e eletricidade.

Além disso, não faltam exemplos de oligopólios que atuam no Brasil. Entre os mais notáveis, destacam-se a BRF e a P&G, além de muitos outros “representantes” importantes. No mercado de bebidas, a Coca-Cola domina, pois possui marcas conhecidas como Fanta, Crystal e Del Valle. Da mesma forma, a Ambev se destaca, controlando marcas populares como Brahma, Skol e Budweiser.

No setor de alimentos e cuidados pessoais, a Unilever marca presença significativa, sendo dona de marcas como Dove, Hellmann’s e Rexona. Além disso, o mercado de companhias aéreas é dominado por poucos nomes, como Gol, LATAM e Azul. No setor de telecomunicações, empresas como Vivo, Claro, Oi e Tim lideram o mercado.

Quais são as diferenças entre monopólio e oligopólio?

O monopólio é uma estrutura de mercado onde uma única empresa controla todo um setor. Assim, não há concorrência, e essa empresa define os preços de seus produtos ou serviços sozinha. Em contraste, em um oligopólio, poucas empresas dominam o mercado. Nesse caso, cada uma precisa considerar as ações das concorrentes ao definir preços e estratégias.

Os monopólios podem surgir por várias razões. Por exemplo, regulamentações do governo podem limitar a exploração de certos mercados. Além disso, o controle de matérias-primas essenciais ou a posse de tecnologias patenteadas também podem criar monopólios. Além disso, grandes grupos econômicos podem pressionar o governo para obter políticas que favoreçam seus negócios.

Um exemplo conhecido de monopólio no Brasil é a Petrobras. A empresa operou como monopólio por 44 anos até a nova Lei do Petróleo, que entrou em vigor em 1997. No entanto, mesmo após essa mudança, a Petrobras ainda não tem concorrentes à altura no mercado de combustíveis.

Embora existam leis para combater monopólios em muitos países, práticas monopolistas, como trustes, cartéis e holdings, ainda são comuns e muitas vezes ilegais. No Brasil, o Conselho Administrativo de Desenvolvimento Econômico (CADE) é responsável por fiscalizar essas práticas.

Por outro lado, os oligopólios têm um número limitado de empresas que oferecem produtos semelhantes ou diferentes. Nesse caso, mesmo que cada empresa tenha influência sobre os preços, elas precisam pensar na reação das concorrentes. Isso cria uma dinâmica de mercado distinta. Assim, enquanto o monopolista controla tudo, as empresas em um oligopólio atuam em um ambiente onde a concorrência, embora limitada, ainda existe.

Fontes: empiricus, genialinvestimentos e suno

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