5 de abril de 2023 - por Jaíne Jehniffer
O viés de omissão é um tipo de viés cognitivo no qual a pessoa tende a subavaliar o impacto dos problemas que a sua omissão causou. Desse modo, ela acredita que a omissão teve efeitos menores do que se ela tivesse tomado uma atitude.
Assim como outros tipos de vieses cognitivos, o viés de omissão funciona como um erro de julgamento, que tem como base uma lógica distorcida da realidade. Isso significa que, guiado por este viés, você pode tomar decisões erradas.
No geral, os vieses são difíceis de serem identificados e evitados. Mas é possível evitar os vieses ao pensar bem nas tomadas de decisão e se questionar sobre a possibilidade de estar sendo guiado por algum viés.
O que é o viés de omissão?
O viés de omissão é a tendência mental de subavaliar os efeitos de problemas causados por nossa omissão. Sendo assim, tendemos a acreditar que os feitos da nossa omissão são menores do que se tivéssemos agido de forma deliberada para provocar aquela situação.
O resultado disso é que tendemos a julgar ações propositais e prejudiciais com uma severidade maior do que quando as ações são resultado de omissões.
Como ele funciona?
O viés de omissão funciona como um viés cognitivo que leva a erros de julgamento. Por meio deles, tendemos a acreditar que as consequências de uma omissão são menores do que se a ação fosse deliberada. Para você entender melhor, vamos a um exemplo.
Imagine que você cause um incêndio na empresa onde você trabalha. Essa é uma ação muito prejudicial com sérios resultados e que pode causar a morte de várias pessoas. Agora vamos supor que um colega viu você causando o incêndio e não relatou isso.
O fato de não ter relatado é uma omissão prejudicial. Isso significa que vocês dois são responsáveis pelos danos que o fogo causou. Contudo, o viés de omissão sugere que quem causou o incêndio deve ser julgado de uma forma mais severa do que quem viu e não relatou o ocorrido.
Como o viés de omissão pode interferir nos negócios?
Como o viés de omissão é a tendência das pessoas em favorecer a falta de ação ao invés da tomada de atitude, ela pode afetar vários aspectos da vida, inclusive os negócios. Esse viés age, sobretudo, em situações onde é preciso tomar decisões difíceis e no mundo dos negócios é preciso tomar muitas decisões assim.
Além disso, o viés de omissão está relacionado com a aversão à perda. Ou seja, a possibilidade de perda tem um peso maior do que as possibilidade de ganho, mesmo que ambos representem uma porcentagem equivalente.
Para você entender melhor como tudo isso se relaciona com o mundo dos negócios, vamos usar um exemplo. Suponhamos que a equipe de liderança está com um problema e tem duas opções. A primeira alternativa é agir para alcançar um benefício, o que envolve riscos.
A segunda opção é a omissão: não tomar nenhuma atitude e aceitar a situação atual. Nesse tipo de situação, muitas vezes a omissão é escolhida para evitar o risco relacionado com a ação.
Outro exemplo é um gestor que precisa decidir entre continuar com o fornecedor atual ou passar a comprar de um novo. Neste caso, a tendência é o gestor continuar com o atual, pois se algo der errado ele não será o culpado por ter escolhido um fornecedor ruim.
Enfim, a existência da cultura de viés de omissão em uma empresa é muito prejudicial, pois as pessoas ficam presas à prática atual, evitando mudanças – que são necessárias para o desenvolvimento de uma empresa.
Como evitá-lo?
Evitar o viés de omissão é essencial para que você possa tomar melhores decisões. Mas não é fácil evitar vieses no geral, pois eles costumam agir de forma silenciosa. Além disso, eles se nutrem de uma lógica distorcida, que parece fazer sentido.
Uma das formas de evitar esse viés é pensar bem sobre os aspectos que envolvem uma decisão e se perguntar se você está sendo guiado por algum viés. Ao fazer esse questionamento, procure ser sincero consigo mesmo e para tomar decisões justas.
Enfim, gostou de aprender sobre o viés de omissão? Então não deixe de aprender também sobre a Maldição do conhecimento: o que é e como funciona esse viés?
Fontes: Mais retorno, The cap, Fernando Nogueira Costa.